Na gerontologia, ao considerar a Capacidade Funcional (CF), potencial que as pessoas apresentam para atuar de forma independente no seu dia a dia, como indicador de saúde, fica implícita a necessidade de que essas estejam engajadas em ocupações significativas para a manutenção da saúde. As mudanças que ocorrem com o envelhecimento podem diminuir a CF, porém a capacidade de se engajar nelas e obter a sensação de bem-estar permanece. Embora a independência e autonomia nas atividades de vida diária descreva a participação ativa na ocupação, o engajamento refere mais amplamente aos fatores cognitivos e emocionais que estão associados com a ocupação. Objetiva-se verificar a importância do engajamento ocupacional no acompanhamento de Terapia Ocupacional (TO) de um paciente com Doença de Alzheimer (DA). Trata-se de um estudo de caso de uma idosa de 85 anos, com diagnóstico de DA há oitos anos, a qual realiza acompanhamento de TO, em contexto domiciliar, desde 2019 até os dias atuais. Foram utilizadas fontes de evidência, registros audiovisuais e de prontuário, relatos de cuidadores, para se construir, ao longo do estudo (2019-2023), uma base de dados, formando uma cadeia de evidências que foram analisadas mediante embasamento teórico. Foi possível identificar que o engajamento ocupacional possibilitou o aumento da participação da ´paciente em ocupações significativas, o que favoreceu a produção, manutenção e melhora da saúde e do bem-estar. Observou-se que o resgate de ocupações que fizeram parte do histórico ocupacional favoreceram ao maior engajamento, o que pode ser explicado pela constituição dos hábitos ao longo da vida. Constatou-se que o engajamento ocupacional melhora a qualidade de vida do paciente com DA, visto que, aumenta a sua participação ocupacional, auxilia no controle das alterações comportamentais, favorece o bem-estar. Sendo assim, mesmo que a CF esteja comprometida, a capacidade de se engajar permanece.