A prevalência geral de incontinência urinária em praticantes de atividade física apresenta valores que variam entre 12,5 e 76%, e tem um impacto negativo na vida destas pessoas. O objetivo deste trabalho é caracterizar os participantes de um programa municipal de caminhada e corrida quanto à perceção de perda urinária e verificar a correlação entre esta percepção e a cognição assim como fatores de risco para incontinência urinária. Estudo do tipo observacional, transversal e analítico, com uma amostra de conveniência composta por participantes do programa Famalicão em Forma (FEF), de um município do norte de Portugal. Os participantes do FEF foram convidados a participar do Projeto FERA (Functional Evatuation to Reach healthy Aging) para acompanhamento de indicadores de saúde e comportamento durante a prática da atividade física em grupo. Foi aplicado um questionário com dados sociodemográficos e medidas antropométricas assim como a avaliação da percepção de perda urinária e outras questões de saúde. A avaliação cognitiva foi realizada através do Montreal Cognitive Assessment. A amostra foi constituída por 28 mulheres, das quais 13 (46,4%) apresentavam percepção de perda urinária, tinham uma idade média de 59,7 anos IC 95% [54,2-65,2], escolaridade média de 8,7 anos IC 95% [6,7-10,7] e 38,5% de participantes obesos. O grupo que não apresentava percepção de perda urinária (n=15; 55,2%), tinha uma idade média de 56,9 anos IC 95% [49,3-64,5], escolaridade média de 8,1 anos IC 95% [6,0-10,1] e 6,7% de participantes obesos. Não existe correlação entre perceção de perda urinária e o declínio cognitivo (p>0,05) Relativamente aos fatores de risco para a perda urinária, verificou-se uma correlação significativa para a obesidade (p=0,04), em que os obesos reportam mais perda urinária do que os não obesos. Não houve correlação para o número de gravidezes, número de partos normais, presença de doenças crónicas e auto-avaliação de saúde (p>0,05)