Trata-se de um estudo teórico que aborda a Extensão Universitária e a sua relação com a formação do Bacharel em Direito. Problematiza-se a Extensão Universitária no âmbito do curso de Direito a partir do referencial teórico de Paulo Freire, enquanto práxis emancipadora de sujeitos em situação de opressão através da educação em/para os Direitos Humanos, com o fim de contribuir para a formação de um Bacharel em Direito comprometido com a concretização dos Direitos Humanos. Parte-se das seguintes premissas: de que há uma relação dialética entre Universidade, o Bacharel em Direito e a comunidade, a qual se torna claramente delineada através da práxis extensionista; de que a formação do Bacharel em Direito no Brasil, desde a fundação das primeiras academias de Direito, tem sido pautada pela racionalidade instrumental moderna, a qual objetifica o sujeito Bacharel em Direito dentro de padrões e ideais de formação pré-estabelecidos. Desta maneira, a pedagogia crítica freiriana poderá contribuir para uma ação educativa que leve em conta a dimensão antropológica constitutiva do sujeito “Bacharel em Direito”, isto é, se o sujeito é um ser inacabado, ontologicamente voltado para “ser mais”, em busca da conscientização e apropriação de sua história, torna-se fundamental a educação dialógica, em busca da conscientização e humanização deste Bacharel, oriunda de uma relação horizontal com a comunidade que vive fora dos muros da Universidade. Somente assim se transformará o perfil domesticador da formação do Bacharel em Direito, como crítica ao paternalismo que subjuga e subestima os sujeitos vítimas de violações de Direitos Humanos.