Objetivo: Analisar a correlação entre indicadores de musculatura e de adiposidade com a massa corporal obtida pelo Índice de Massa Corporal e o risco cardiovascular dado pelo Perímetro Abdominal e Índice de Conicidade em idosos que não deambulam, sob privação social.Materiais e métodos: Estudo transversal com idosos que não deambulam, residentes em duas instituições de longa permanência para idosos de Natal/RN. Foram avaliadas as variáveis antropométricas peso corporal estimado, altura estimada, IMC, Perímetro Abdominal (PA), Índice de Conicidade (IC), medidas relacionadas com a reserva muscular: Perímetro da Panturrilha (PP), Perímetro Muscular do Braço (PMB) e Área Muscular do Braço (AMB), e medidas de adiposidade corporal, como a Prega Cutânea Tricipital (PCT), Prega Cutânea Subescapular (PCSE), Perímetro do Braço (PB) e Área Gordurosa do Braço (AGB). O peso corporal e a altura foram estimados pelas equações propostas por Chumlea et al. O IMC foi classificado conforme estabelecido no protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. Para analisar variáveis contínuas com distribuição normal, utilizou-se o teste de correlação de Pearson e o teste de correlação de Spearman para variáveis sem distribuição normal. O efeito das variáveis de confusão sexo e idade foi avaliado pelo teste do Mann-Whitney e correlação de Spearman, respectivamente. Considerou-se estatisticamente significantes os valores de p < 0,05.Resultados: Foram avaliados 47 idosos, sendo 14 homens e 33 mulheres, com IMC variando entre 7,1 e 24,0kg/m². A idade média foi de 82,7 (± 10,3), sendo 75 (± 8,9) para o sexo masculino e 85,7 (± 9,3) para o feminino. A avaliação pelo IMC mostrou que 92,3% apresentaram magreza e 7,7% eutrofia. Todos os idosos apresentaram risco elevado segundo o IC. De acordo com o PA, 43,9% dos idosos apresentaram baixo risco, 22,0% risco elevado e 34,1% risco muito elevado para desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O IMC apresentou forte correlação com o PP (masculino: r = 0,974; p<0,001; feminino: r = 0,927; p<0,001) e PB (masculino: r = 0,885; p<0,005; feminino: r = 0,890; p<0,001) em ambos os sexos, correlação forte com a AGB (r = 0,767; p<0,001) e AMB (r = 0,718; p<0,001) para o sexo feminino. Quanto ao IC, observaram-se correlações negativas somente com o PB (r = - 0,395; p<0,05) e IMC (r = - 0,363; p<0,05) para o sexo feminino. O IC apresentou moderada correlação negativa com IMC (r = - 0,482; p<0,005) e PB (r = - 0,498; p<0,002), enquanto que o PA mostrou correlações moderadas com o IMC (r = 0,594; p<0,001), AGB (r = - 0,593; p<0,002), PB (r = 0,545; p<0,001) e PCT (r = 0,504; p<0,001).Conclusão: Houve forte correlação entre IMC e as medidas de PP e PB, em ambos os sexos. O IC apresentou correlação negativas com o IMC e PB e o PA não apresentou correlação significativa com os indicadores de adiposidade. São necessários mais estudos, além da verificação em maior amostra para avaliar com precisão a relação das variável com o desfecho.