Introdução: O perfil de mortalidade da população brasileira vem sendo substancialmente modificado, em virtude de uma política pública mais eficiente de prevenção e combate a um grupo de doenças evitáveis, especialmente doenças infecciosas e parasitárias (DIPs). Em relação à população de mais de 60 anos, é incipiente o enfoquenas DIPs, e é especular que nos países em desenvolvimento sua presença neste grupo etário ainda ocupe destaque. Objetivo: Analisar a tendência da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias em idosos jovens (60 a 69 anos de idade) e longevos (80 anos e mais) no estado do Rio Grande do Norte no período de 2001 a 2010. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico de Séries Temporais, no qual foram utilizados dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), a partir do qual Coeficiente de Mortalidade por Doenças Infecciosas e Parasitárias (Capítulo I- CID 10). A análise da tendência da mortalidade foi realizada pelo programa joinpoint, que através da regressão log-linear segmentada permite descrever uma tendência e identificar se houve mudanças recentes, modelando segmentos lineares unidos por pontos de inflexão. Resultados: No período avaliado, foram registrados 651 óbitos decorrentes de doenças infecciosas e parasitárias na faixa etária de 60 a 69 anos e 1.590 para os idosos de 80 anos e mais, o que representa 3,37% e 3,54% entre todas as causas de morte para os respectivos grupos de idade. A análise de tendência revelou um comportamento diferente das taxas de mortalidade entre as duas faixas etárias em questão. A respeito dos idosos longevos, observou-se um ponto de inflexão e aumento estatisticamente significativo com um Percentual Anual de Cambio (PAC) de 19,05% no primeiro segmento, seguido de uma tendência de diminuição após o ano de 2004, que apresentou um PAC estatisticamente significativo de -8,17%. No entanto, a série histórica relativa aos idosos mais jovens não apresentou mudanças na sua tendência, apresentando um discreto aumento das taxas de mortalidade com valor de PAC equivalente a 0,73%. Conclusão: Tais achados demonstram que as doenças respiratórias acometem sobretudo os idosos longevos, e esse fator pode se relacionar ao comprometimento imunológico apresentado pelos mesmos, o maior tempo de internação e consequentemente o maior risco de infecção hospitalar.