A Avaliação do Estado Nutricional (AEN) antropométrico em idosos institucionalizados é primordial para o acompanhamento das condições de saúde e nutrição dessa população. Segundo a Resolução nº 283/2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mensalmente, deve ser realizado o levantamento do número de idosos com desnutrição nas instituições asilares, visando à realização de intervenções mais eficazes para reverter esta condição de saúde, além da vigilância epidemiológica. O Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte ciente da relevância dessa temática na atualidade desenvolve o Projeto “Envelhecimento Humano e Saúde – a realidade dos idosos institucionalizados de Natal-RN”, com caráter multiprofissional, para avaliar os diversos aspectos relacionados às condições de saúde e nutrição de idosos residentes em todas as ILPI da cidade que concordaram participar do estudo (n=14). No âmbito da Nutrição são realizadas atividades de avaliação do consumo alimentar e dietético e a aferição de medidas antropométricas para realização do diagnóstico nutricional nessa população. Este relato de experiência refere-se à prática da aferição das medidas antropométricas em idosos com restrição de mobilidade. Na impossibilidade da aferição do peso e altura faz-se necessária a utilização de equações preditivas para a estimativa destas medidas, as quais utilizam a altura do joelho, os perímetros braquial, abdominal e da panturrilha, e as dobras cutâneas tricipital e subescapular para as referidas estimativas. Uma equipe de três nutricionistas, alunos da Pós-Graduação em Saúde Coletiva foram a uma das ILPI para a aferição das medidas antropométricas e constataram que as técnicas antropométricas recomendadas para tal fim requerem uma equipe de antropometristas capacitados e o uso de equipamentos específicos que geralmente não estão disponíveis nas instituições asilares, impossibilitando a realização desse diagnóstico pela nutricionista da ILPI. Somado a isso, a fragilidade corporal inerente aos idosos com restrição de mobilidade dificulta a realização das medidas antropométricas, sendo necessário o auxílio do cuidador durante a aferição das medidas, para colocar os idosos na posição adequada, reduzindo os erros de aferição. Também é imprescindível a presença de no mínimo dois antropometristas para cada idoso nesta condição, devido à dificuldade na realização de algumas medidas, principalmente na aferição da dobra cutânea subescapular, uma vez que as modificações anatômicas em alguns idosos dificultam o processo. Dessa forma, é preciso adaptar a técnica antropométrica à condição de fragilidade corporal e alterações anatômicas encontradas nos idosos, mantendo a validade da aferição, contribuindo para o acompanhamento nutricional adequado. Essa atividade possibilitou ao grupo uma reflexão teórico-prática da AEN antropométrico em idosos com restrição de mobilidade, fornecendo subsídios para o planejamento e aprimoramento das próximas ações dessa natureza nas demais ILPI participantes do estudo. Ressalta-se que o diagnóstico nutricional antropométrico realizado foi devolvido para o profissional nutricionista da instituição com o objetivo de auxiliar nas intervenções necessárias. Esta pesquisa em andamento é financiada pelo edital FAPERN 003/2011 – Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (PRONEM).