O presente trabalho tem como objetivo compreender o liame entre identidade, cultura e poder existentes nas práticas discursivas que constroem os nomes da loucura. A perspectiva teórico-metodológica desta pesquisa é a Psicologia Social Discursiva, que compreende que o discurso e a linguagem produzem a realidade social em que vivemos, na qual se inclui a identidade. Assim, ao considerar a construção da identidade como resultado de ação de práticas discursivas, faz-se necessário compreender e as relações de poder que ensejaram tais discursos. Dessa forma, essa construção discursiva dos nomes da loucura implica que a sua definição apenas possuirá sentido dentro de um sistema de significação, que inclui a cultura e os sistemas simbólicos. Nesse sentido, percebe-se que identidade não é algo inerente ao sujeito, mas é forjada através da construção histórica e social e dos mecanismos de poder. Assim, entende-se que o efeito discursivo na construção dos nomes da loucura está repleto de identidades estigmatizadas, que vem fazendo com que o sujeito em sofrimento psíquico ocupe o limbo da vida cotidiana. Por fim, ao verificar o efeito do discurso, levando em consideração a cultura e as relações de poder, na construção das identidades da loucura, ficam algumas reflexões: Quais estratégias discursivas poderiam ser utilizadas para modificar identidades tão fortalecidas e arraigadas historicamente? Como os discursos poderiam contribuir para a transformação dos estigmas e dos estereótipos dos sujeitos em sofrimento psíquico? O que estamos fazendo para contribuir com a transformação dessa sociedade excludente?