Introdução: Com o processo de envelhecimento tem um aumento na incidência de doenças neurodegenerativas, como a Doença de Parkinson (DP). A DP acarreta em diminuição no controle do tônus e em maior fraqueza muscular, tornando os pacientes acometidos pela DP mais susceptíveis a condição de fadiga muscular. A fadiga muscular promove alterações no controle no controle do andar, prejudicando a estabilidade e a propulsão. Entretanto, a literatura carece de estudos envolvendo os efeitos da fadiga muscular no andar de Pacientes com DP. Objetivo: verificar o efeito da fadiga muscular do quadríceps nos parâmetros espaciais e temporais do andar de pacientes com DP. Metodologia: Dezesseis pacientes com DP realizaram a tarefa do andar, que consistiu em o participante caminhar em sua velocidade preferida por uma passarela de 8m. Três tentativas foram realizadas antes e após indução à fadiga. A indução a fadiga foi realizado através da tarefa de sentar e levantar de uma cadeira com os braços cruzados na altura do peito e com frequência controlada por um metrônomo (0,5Hz). Foi considerada fadiga quando o paciente relatasse não conseguir realizar mais a atividade e/ou quando não conseguisse manter a frequência de 0,5Hz. Para aquisição dos parâmetros cinemáticos foi utilizado um sistema tridimensional optoeletrônico de análise do movimento (OPTOTRAK Certus – 3D Motion Measurement System, NDI). As seguintes variáveis em relação à passada central foram avaliadas: comprimento da passada, largura do passo, duração da passada, duração de suporte simples, duração de duplo suporte e velocidade da passada. ANOVA com medidas repetidas foi utilizada para comparar as variáveis antes e após indução à fadiga. Resultados: A ANOVA revelou diferença apenas para largura do passo (p<0,04), onde os pacientes aumentaram a largura posterior à indução à fadiga (14,33 ± 2,49) comparada com a condição anterior à indução a fadiga (12,35 ± 2,17). Conclusão: Pacientes após fadiga do quadriceps necessitam aumentar a largura do passo para garantir a estabilidade durante o andar. Ainda, a diferença apenas na largura do passo pode ser reflexo da pobre condição neuromuscular e da alta percepção do sintoma da fadiga, comuns em pacientes com doença de Parkinson, refletindo no pouco tempo de realização da tarefa de indução a fadiga e inibindo os efeitos que a fadiga poderia ter acarretado no andar.