Introdução: Com o envelhecimento, aumenta o risco de aparecerem lesões no tegumento, já que este se torna mais fino, frágil, ocorre perda na camada de gordura subcutânea e da capacidade sensitiva. Dentre as úlceras vasculares, destacamos aqui, a úlcera venosa (UV), que vêm se constituindo um grande problema em todo o mundo. As UV são mais comuns nos idosos, causando impacto social e econômico devido à recorrência e ao longo tempo de cicatrização. Os conceitos de qualidade de vida vão além do controle dos sintomas, redução da mortalidade e aumento da expectativa de vida. Sendo assim, o tratamento deixa de ser a cura da patologia e passa a ser a reintegração do pacientes com o máximo de condições de ter uma vida normal. Objetivo: Verificar a qualidade de vida dos idosos com úlcera venosa crônica atendidas em um hospital de referência em Natal-RN/Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa de tratamento e análise de dados. A amostra do estudo foi composta por 55 pessoas com úlcera venosa que foram atendidas por angiologistas. Utilizou-se dois instrumentos de coleta de dados, um formulário estruturado de entrevista com características sociodemográficas e o instrumento de qualidade de vida relacionado a saúde (QVRS), SF-36. A coleta de dados foi realizada durante o período de seis meses, através da leitura dos prontuários, da observação não participante, entrevista e exame físico. O projeto desta pesquisa foi apreciado pela Comissão de Ética em Pesquisa/UFRN (Protocolo n.279/09). Para o levantamento bibliográfico utilizou-se as seguintes palavras-chave: “Idoso”, “Qualidade de Vida” e “Úlcera Varicosa”. Resultados: Encontrou-se ainda, uma predominância entre o sexo feminino, evidenciando tendência maior das mulheres para desenvolver UV. Verificou-se que predominaram idosos com úlcera venosa com renda menor que um salário mínimo (67,3%). Para um paciente, a presença da úlcera venosa é considerada como uma fonte adicional de gastos econômicos, essencialmente pelos cuidados que a mesma exige no que concerne ao cumprimento do tratamento. Os domínios e dimensões da qualidade de vida tiveram uma média com baixos escores, sendo o domínio mais prejudicado o de aspecto físico (média = 5,00). No que concerne as dimensões apresentadas nesta pesquisa, a dimensão saúde física e a dimensão saúde mental apresentaram-se como limitações para o paciente. Conclusão: Na caracterização sociodemográfica do estudo predominaram do sexo feminino, provenientes da capital, casados/união estável, baixa escolaridade, profissão/ocupação presente, renda menor que 1 salário mínimo e com doenças crônicas presentes. A média dos domínios avaliados no SF-36 foi baixa, destacando-se o aspecto físico e capacidade funcional. Dessa forma, compreende-se que, para melhorar a QV das pessoas com úlcera venosa, é necessária uma assistência integral e de qualidade, com planejamento assistencial contínuo e multiprofissional, bem como a utilização de instrumentos que forneçam uma avaliação global.