O aumento da expectativa de vida e crescimento da população idosa é uma realidade vivida mundialmente. Em consonância a esse fenômeno temos também as configurações e arranjos familiares que vão se modificando ao longo da história, a redução do número de membros familiares, a grande quantidade de divórcios, métodos contraceptivos, etc, contribuem para que a rede de suporte familiar na velhice seja cada vez mais reduzida. O surgimento de instituições como mecanismo de assistência a este público não é recente em nenhuma sociedade, os idosos que eram destinados a estas instituições geralmente estavam em condições de completo abandono familiar ou solidão e já não possuíam condições físicas para realizar o autocuidado. Após discussões no campo da gerontologia e geriatria surge um novo conceito de cuidado praticado e representado pelas instituições de longa permanência para idosos (ILPI). A população está envelhecendo aceleradamente, desse modo, é possível visualizar a necessidade de discutir, debater e analisar a realidade das ILPIs brasileiras a fim de aprimorar estes serviços e também de encontrar melhores alternativas de assistência aos diversos tipos envelhecimentos. Pretende-se com este estudo ampliar a discussão acerca do tema, levar conhecimento sobre essa modalidade de assistência à população idosa, assinalar o real papel das instituições de longa permanência para idosos no contexto atual do processo de envelhecimento populacional, além de apontar os desafios e potencialidades deste tipo de assistência. Para a construção deste estudo a metodologia utilizada como base foi a revisão crítica da literatura através da pesquisa bibliográfica e documental acerca do tema. A escassez de políticas públicas de proteção ao envelhecimento de qualidade limita as oportunidades de cuidado disponíveis à população idosa e suas famílias. É sabido que ao atingir a velhice, cada indivíduo carrega uma história de vida com experiências únicas com sua família, comunidade, sociedade, amigos, etc. Muitos idosos ao serem institucionalizados acabam por ter os vínculos fragilizados a partir da entrada em ILPIs. Outro fenômeno que também ocorre com frequência é a perda da autonomia para realização de suas atividades de vida diárias, horários para banhos, ingestão de medicamentos, atividades de lazer desenvolvidas por profissionais, entre outros, são determinados para que a dinâmica institucional aconteça de forma a beneficiar idosos e profissionais, contudo estas decisões nem sempre são acordadas entre esses dois públicos. Por outro lado, o suporte profissional fornecido na ILPI dá ao idoso uma segurança de cuidado em termos operacionais que ele provavelmente não teria de sua família ou comunidade. São cuidados médicos, nutricionais, de enfermagem, fisioterapia, dentre outras especialidades. Entretanto, as instituições de longa permanência para idosos sozinhas não são capazes de fornecer a velhice adequada. Dessa forma, para que a ILPI possa desenvolver seu objetivo de oferecer um processo de envelhecimento adequado é necessário um conjunto de políticas e programas para além da institucionalização. Estado, família e sociedade devem trabalhar em conjunto na perspectiva de garantia do acesso aos direitos da pessoa idosa, na defesa de tais direitos e na melhoria dos serviços e políticas públicas desenvolvidas para este público.