Artigo E-book VI JOIN

E-books

ISBN: 978-65-86901-04-7 

MEMÓRIA E MATÉRIA EM BERGSON: UMA ANÁLISE TEÓRICA DA ARTICULAÇÃO ENTRE O CORPO, O ESPÍRITO E AS SUBJETIVIDADES

Palavra-chaves: MATERIALIDADE, PERCEPÇÃO, IMAGEM, , E-book AT 37: Interdisciplinar
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                  <br />\r\n
                  <strong>Pref&aacute;cio</strong><br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;H&aacute; v&aacute;rias maneiras de prefaciar um livro e seja quais forem, o que se coloca em curso &eacute; um presentear que acontece em reciprocidade. Algo da esfera em que o presenteado e o presenteador se encontram. Entendo que tanto um como tamb&eacute;m o outro est&atilde;o em cada um, inexistido a possibilidade de t&atilde;o somente um ser presenteador ou ser presenteado. Nessa perspectiva, quem presenteia tamb&eacute;m &eacute; presenteado. H&aacute; o presente de oferecer, h&aacute; tamb&eacute;m o presente em receber.<br />\r\n
                  Acontece aqui uma cerim&ocirc;nia, e esta &eacute; recheada de simplicidade e complexidade. A simplicidade dos envolvidos(as), a complexidade do envolvimento. A simplicidade e a complexidade daqueles que escrevem e tamb&eacute;m dos seus escritos. Escritores (as) e escritos que n&atilde;o est&atilde;o em separado, tanto nas suas simplicidades como tamb&eacute;m nas suas complexidades, e tudo isso reunido num grande presentear.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;Assim nos remetemos &agrave; obra Investiga&ccedil;&atilde;o, Engajamento e Emancipa&ccedil;&atilde;o Humana, uma obra que trata da vida na vida. Faz isso ao abordar a seara acad&ecirc;mica, sendo este um espa&ccedil;o cr&iacute;tico-reflexivo em que a doxa (opini&atilde;o) carece de supera&ccedil;&atilde;o via a episteme (conhecimento). Este par n&atilde;o &eacute; trabalhado isoladamente nos textos deste livro, mas articulados pelo caminho da supera&ccedil;&atilde;o dial&eacute;tica dessa constru&ccedil;&atilde;o.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;O prefaciar &eacute; um convite a uma rela&ccedil;&atilde;o amorosa. Pref&aacute;cio e texto s&atilde;o futuros amantes, desses que se deixam ocupar por in&uacute;meros leitores(as), que, com seus escafandros, mergulham no texto sem qualquer pretexto. Vamos fazer um exerc&iacute;cio livre no pref&aacute;cio deste livro, em que livre-livro esteja em parceria com livro-livre.&nbsp; &nbsp; Presenteador e presenteado(a) em um s&oacute;, estando livres! Eis uma rela&ccedil;&atilde;o de amor, em que Eros se faz presente de forma intensa, num presentear de um texto que aponta para uma imagem constru&iacute;da no encontro.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;&Eacute; nesse encontro que reina a pergunta: &ldquo;Quem somos n&oacute;s?&rdquo; Esse &ldquo;n&oacute;s&rdquo; &eacute; um &ldquo;n&oacute;&rdquo;, uma &ldquo;la&ccedil;ada&rdquo;, &eacute; uma cria&ccedil;&atilde;o e sendo assim, nos diz Emmanuel Carneiro Le&atilde;o: &ldquo;Toda cria&ccedil;&atilde;o &eacute; original por ser origin&aacute;ria.&rdquo; Um &ldquo;n&oacute;&rdquo;, um &ldquo;n&oacute;s&rdquo; e v&aacute;rios autoras e autores: eis a originalidade de Investiga&ccedil;&atilde;o, Engajamento e Emancipa&ccedil;&atilde;o Humana, ao pertencer &agrave; dimens&atilde;o do origin&aacute;rio pois entendemos que aponta-se para a perspectiva de que n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil conviver com o outro por conta das diferen&ccedil;as e da diversidade existente entre os seres humanos, mas que essa diferen&ccedil;a e diversidade nos tira de um lugar egoc&ecirc;ntrico e nos faz olhar e conviver com o diverso assinalando que viver em sociedade &eacute; ter empatia, e esta &eacute;, na realidade, complexa, pois as rela&ccedil;&otilde;es sociais s&atilde;o balizadas por inst&acirc;ncias reguladoras do conv&iacute;vio social (o Estado) visto que essas diferen&ccedil;as entre pessoas geram conflitos e a doa&ccedil;&atilde;o para o conv&iacute;vio em sociedade passa a ser previsto por leis. O objetivo dessas leis &eacute; o controle de impulsos, visto que o ser humano &eacute; imprevis&iacute;vel, capaz de amar e de odiar e, diante disso, &eacute; necess&aacute;rio a constru&ccedil;&atilde;o de leis. Estas, por sua vez, podem desencadear um efeito demasiadamente repressivo aos desejos humanos, podendo levar &agrave; tristeza, doen&ccedil;as, viol&ecirc;ncias, ang&uacute;stias, suic&iacute;dios ou isolamentos. Qual a alternativa? O equil&iacute;brio entre os desejos e as regras que regem o conv&iacute;vio social. Entretanto, a sociedade nunca facilitou aos indiv&iacute;duos olharem para dentro de si, e assim ao olhar para seu olho interno ser olhado por ele.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;Fazer esse movimento do olhar &eacute; assumir que o outro n&atilde;o &eacute; o dem&ocirc;nio, que o inferno n&atilde;o est&aacute; l&aacute; fora em um emp&iacute;reo pr&oacute;ximo ou distante, mas possivelmente dentro de cada um de n&oacute;s, ou seja, &eacute; um n&oacute;! Nesse n&oacute;, essa la&ccedil;ada, o ser humano vai se tornando o que &eacute;, fazendo isso a partir de suas escolhas, sendo estes livres (talvez) para escolher os rumos de sua vida.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;A liberdade do ser humano torna-o angustiado diante das possibilidades de escolha; de livres que s&atilde;o, eles criam mecanismos para achar que n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o livres por conta do outro que para ele limita sua liberdade. Ao passo que n&atilde;o podemos controlar as decis&otilde;es do outro, n&atilde;o podendo tamb&eacute;m controlar a vis&atilde;o que o outro tem de n&oacute;s. Este outro torna-se o nosso inferno. N&atilde;o devemos esquecer que esse outro habita em n&oacute;s: eis outro n&oacute;! Entre um n&oacute; e outro, s&atilde;o muitos n&oacute;s...<br />\r\n
                  Na possibilidade de constru&ccedil;&atilde;o desse caminho, num sentido de caminhar em dire&ccedil;&atilde;o ao horizonte, nada mais, &eacute; que autores e autoras que nos assinalam caminhos acerca do conv&iacute;vio em sociedade, trabalhando a dimens&atilde;o da investiga&ccedil;&atilde;o, do engajamento e da emancipa&ccedil;&atilde;o humana apontando ainda que n&atilde;o h&aacute; em lugar nenhum, regras absolutas de comportamentos para a vida em sociedade e que aquele que reduz tudo em um s&oacute; aspecto, assume uma postura autorit&aacute;ria, exigindo que todos pensem igual, n&atilde;o deixando margem para as particularidades, singularidades, desejos e impulsos. Esse jeito autorit&aacute;rio de vida em sociedade abre margem para a inferioriza&ccedil;&atilde;o do outro em nome de uma dimens&atilde;o &uacute;nica da vida. Assim, podemos dizer: &ldquo;Ele n&atilde;o!&rdquo; e &ldquo;N&oacute;s sim!&rdquo;. Diante da constru&ccedil;&atilde;o da ideia da superioridade do &ldquo;ele&rdquo; sobre o &ldquo;n&oacute;s&rdquo; o conflito oriundo desse pensamento impede a conviv&ecirc;ncia, n&atilde;o havendo mais capacidade de di&aacute;logo, ocasionando a viol&ecirc;ncia e a &ldquo;derrota da civiliza&ccedil;&atilde;o&rdquo;.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;A civiliza&ccedil;&atilde;o &eacute; derrotada pelo fascismo e este n&atilde;o &eacute; um fen&ocirc;meno ligado a apenas um tempo hist&oacute;rico, assim sendo, ele pode estar presente por a&iacute;, j&aacute; que tornou-se institucional, misturando de forma confusa caracter&iacute;sticas pol&iacute;ticas, econ&ocirc;micas e religiosas, e, para o seu desenvolvimento, s&oacute; precisa de solo f&eacute;rtil para que se instale com sua idolatria ao culto, &agrave;s tradi&ccedil;&otilde;es, &agrave;s tend&ecirc;ncias reacion&aacute;rias, &agrave; indisposi&ccedil;&atilde;o aos novos saberes, ao avan&ccedil;o do conhecimento, &agrave; recusa a modernidade, &agrave; recusa a uma vis&atilde;o racionalista do mundo, defendendo o irrefletido e a n&atilde;o criticidade. O fascismo se fortalece em momentos de crise econ&ocirc;mica e de inseguran&ccedil;a que atingem a classe m&eacute;dia. A partir desse momento, criam-se inimigos que s&atilde;o a causa da crise e devem ser destru&iacute;dos, entre esses inimigos est&atilde;o: imigrantes, desfavorecidos, etnias, ideologias, LGBT&rsquo;s e estrangeiros. A descren&ccedil;a leva &agrave; barb&aacute;rie, ou seja, diante do descr&eacute;dito de grande parte da sociedade em rela&ccedil;&atilde;o aos valores democr&aacute;ticos, que s&atilde;o destru&iacute;dos pelo fascismo, o que pode sobrar &eacute; a selvageria. O &ldquo;ele&rdquo; destruindo o &ldquo;n&oacute;s&rdquo;, pois o fascista n&atilde;o s&oacute; mora ao lado, como tamb&eacute;m est&aacute; dentro de n&oacute;s! &Eacute; preciso que nos curemos de n&oacute;s mesmos, se isso for poss&iacute;vel.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;Prefaciar (n&atilde;o) &eacute; preciso e ao aventurar-se pelas palavras que buscam nos insuflar a aprender a pensar partindo de outro lugar; que nos mobiliza a aprender a escutar em um mundo ensurdecido; que nos provoca a caminhar contra os ventos dos totalitarismos e assim, pois, podemos nos libertar fazendo uma travessia, e nela assumir um pensar, um jeito de orientar aquele que deseja atravessar o horizonte aberto, que &eacute; perigoso e pode efetivar um perder-se no canto do infinito, no canto doce e indeterminado das sereias que n&atilde;o cantam tal qual as baleias.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;Parab&eacute;ns, escritoras e escritores, pela produ&ccedil;&atilde;o textual, pelo per&iacute;metro aberto, que &eacute; perigoso! Parab&eacute;ns pela travessia, pois somente se atravessa o encanto do mar aberto ao se estar aprisionado no mastro dos arrabaldes, das ideias, nas cordas dos limites, nas fronteiras do n&atilde;o pensado, pois s&oacute; &eacute; poss&iacute;vel pensar sobre o que n&atilde;o foi pensado. Esse &eacute; seu exerc&iacute;cio: investigar, engajar-se e trabalhar na promo&ccedil;&atilde;o m&uacute;tua da emancipa&ccedil;&atilde;o humana.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  <strong>Salvador, maio de 2020<br />\r\n
                  Prof. Dr. &Eacute;verton Nery Carneiro (UNEB)</strong>
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                  &Eacute;verton Nery Carneiro,<br />\r\n
                  Francisca Geny Lustosa,<br />\r\n
                  Pedro Francisco Gonz&aacute;lez.
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                  &Eacute;verton Nery Carneiro - UNEB<br />\r\n
                  Francisca Geny Lustosa - UFC<br />\r\n
                  Isrhael Mendes da Fonseca - UECE<br />\r\n
                  Pedro Francisco Gonz&aacute;lez - UAC<br />\r\n
                  Roberto Kennedy Gomes Franco - UNILAB<br />\r\n
                  T&acirc;nia Serra Azul Machado Bezerra - UECE
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                  <br />\r\n
                  <strong>Pref&aacute;cio</strong><br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;H&aacute; v&aacute;rias maneiras de prefaciar um livro e seja quais forem, o que se coloca em curso &eacute; um presentear que acontece em reciprocidade. Algo da esfera em que o presenteado e o presenteador se encontram. Entendo que tanto um como tamb&eacute;m o outro est&atilde;o em cada um, inexistido a possibilidade de t&atilde;o somente um ser presenteador ou ser presenteado. Nessa perspectiva, quem presenteia tamb&eacute;m &eacute; presenteado. H&aacute; o presente de oferecer, h&aacute; tamb&eacute;m o presente em receber.<br />\r\n
                  Acontece aqui uma cerim&ocirc;nia, e esta &eacute; recheada de simplicidade e complexidade. A simplicidade dos envolvidos(as), a complexidade do envolvimento. A simplicidade e a complexidade daqueles que escrevem e tamb&eacute;m dos seus escritos. Escritores (as) e escritos que n&atilde;o est&atilde;o em separado, tanto nas suas simplicidades como tamb&eacute;m nas suas complexidades, e tudo isso reunido num grande presentear.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;Assim nos remetemos &agrave; obra Investiga&ccedil;&atilde;o, Engajamento e Emancipa&ccedil;&atilde;o Humana, uma obra que trata da vida na vida. Faz isso ao abordar a seara acad&ecirc;mica, sendo este um espa&ccedil;o cr&iacute;tico-reflexivo em que a doxa (opini&atilde;o) carece de supera&ccedil;&atilde;o via a episteme (conhecimento). Este par n&atilde;o &eacute; trabalhado isoladamente nos textos deste livro, mas articulados pelo caminho da supera&ccedil;&atilde;o dial&eacute;tica dessa constru&ccedil;&atilde;o.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;O prefaciar &eacute; um convite a uma rela&ccedil;&atilde;o amorosa. Pref&aacute;cio e texto s&atilde;o futuros amantes, desses que se deixam ocupar por in&uacute;meros leitores(as), que, com seus escafandros, mergulham no texto sem qualquer pretexto. Vamos fazer um exerc&iacute;cio livre no pref&aacute;cio deste livro, em que livre-livro esteja em parceria com livro-livre.&nbsp; &nbsp; Presenteador e presenteado(a) em um s&oacute;, estando livres! Eis uma rela&ccedil;&atilde;o de amor, em que Eros se faz presente de forma intensa, num presentear de um texto que aponta para uma imagem constru&iacute;da no encontro.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;&Eacute; nesse encontro que reina a pergunta: &ldquo;Quem somos n&oacute;s?&rdquo; Esse &ldquo;n&oacute;s&rdquo; &eacute; um &ldquo;n&oacute;&rdquo;, uma &ldquo;la&ccedil;ada&rdquo;, &eacute; uma cria&ccedil;&atilde;o e sendo assim, nos diz Emmanuel Carneiro Le&atilde;o: &ldquo;Toda cria&ccedil;&atilde;o &eacute; original por ser origin&aacute;ria.&rdquo; Um &ldquo;n&oacute;&rdquo;, um &ldquo;n&oacute;s&rdquo; e v&aacute;rios autoras e autores: eis a originalidade de Investiga&ccedil;&atilde;o, Engajamento e Emancipa&ccedil;&atilde;o Humana, ao pertencer &agrave; dimens&atilde;o do origin&aacute;rio pois entendemos que aponta-se para a perspectiva de que n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil conviver com o outro por conta das diferen&ccedil;as e da diversidade existente entre os seres humanos, mas que essa diferen&ccedil;a e diversidade nos tira de um lugar egoc&ecirc;ntrico e nos faz olhar e conviver com o diverso assinalando que viver em sociedade &eacute; ter empatia, e esta &eacute;, na realidade, complexa, pois as rela&ccedil;&otilde;es sociais s&atilde;o balizadas por inst&acirc;ncias reguladoras do conv&iacute;vio social (o Estado) visto que essas diferen&ccedil;as entre pessoas geram conflitos e a doa&ccedil;&atilde;o para o conv&iacute;vio em sociedade passa a ser previsto por leis. O objetivo dessas leis &eacute; o controle de impulsos, visto que o ser humano &eacute; imprevis&iacute;vel, capaz de amar e de odiar e, diante disso, &eacute; necess&aacute;rio a constru&ccedil;&atilde;o de leis. Estas, por sua vez, podem desencadear um efeito demasiadamente repressivo aos desejos humanos, podendo levar &agrave; tristeza, doen&ccedil;as, viol&ecirc;ncias, ang&uacute;stias, suic&iacute;dios ou isolamentos. Qual a alternativa? O equil&iacute;brio entre os desejos e as regras que regem o conv&iacute;vio social. Entretanto, a sociedade nunca facilitou aos indiv&iacute;duos olharem para dentro de si, e assim ao olhar para seu olho interno ser olhado por ele.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;Fazer esse movimento do olhar &eacute; assumir que o outro n&atilde;o &eacute; o dem&ocirc;nio, que o inferno n&atilde;o est&aacute; l&aacute; fora em um emp&iacute;reo pr&oacute;ximo ou distante, mas possivelmente dentro de cada um de n&oacute;s, ou seja, &eacute; um n&oacute;! Nesse n&oacute;, essa la&ccedil;ada, o ser humano vai se tornando o que &eacute;, fazendo isso a partir de suas escolhas, sendo estes livres (talvez) para escolher os rumos de sua vida.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;A liberdade do ser humano torna-o angustiado diante das possibilidades de escolha; de livres que s&atilde;o, eles criam mecanismos para achar que n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o livres por conta do outro que para ele limita sua liberdade. Ao passo que n&atilde;o podemos controlar as decis&otilde;es do outro, n&atilde;o podendo tamb&eacute;m controlar a vis&atilde;o que o outro tem de n&oacute;s. Este outro torna-se o nosso inferno. N&atilde;o devemos esquecer que esse outro habita em n&oacute;s: eis outro n&oacute;! Entre um n&oacute; e outro, s&atilde;o muitos n&oacute;s...<br />\r\n
                  Na possibilidade de constru&ccedil;&atilde;o desse caminho, num sentido de caminhar em dire&ccedil;&atilde;o ao horizonte, nada mais, &eacute; que autores e autoras que nos assinalam caminhos acerca do conv&iacute;vio em sociedade, trabalhando a dimens&atilde;o da investiga&ccedil;&atilde;o, do engajamento e da emancipa&ccedil;&atilde;o humana apontando ainda que n&atilde;o h&aacute; em lugar nenhum, regras absolutas de comportamentos para a vida em sociedade e que aquele que reduz tudo em um s&oacute; aspecto, assume uma postura autorit&aacute;ria, exigindo que todos pensem igual, n&atilde;o deixando margem para as particularidades, singularidades, desejos e impulsos. Esse jeito autorit&aacute;rio de vida em sociedade abre margem para a inferioriza&ccedil;&atilde;o do outro em nome de uma dimens&atilde;o &uacute;nica da vida. Assim, podemos dizer: &ldquo;Ele n&atilde;o!&rdquo; e &ldquo;N&oacute;s sim!&rdquo;. Diante da constru&ccedil;&atilde;o da ideia da superioridade do &ldquo;ele&rdquo; sobre o &ldquo;n&oacute;s&rdquo; o conflito oriundo desse pensamento impede a conviv&ecirc;ncia, n&atilde;o havendo mais capacidade de di&aacute;logo, ocasionando a viol&ecirc;ncia e a &ldquo;derrota da civiliza&ccedil;&atilde;o&rdquo;.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;A civiliza&ccedil;&atilde;o &eacute; derrotada pelo fascismo e este n&atilde;o &eacute; um fen&ocirc;meno ligado a apenas um tempo hist&oacute;rico, assim sendo, ele pode estar presente por a&iacute;, j&aacute; que tornou-se institucional, misturando de forma confusa caracter&iacute;sticas pol&iacute;ticas, econ&ocirc;micas e religiosas, e, para o seu desenvolvimento, s&oacute; precisa de solo f&eacute;rtil para que se instale com sua idolatria ao culto, &agrave;s tradi&ccedil;&otilde;es, &agrave;s tend&ecirc;ncias reacion&aacute;rias, &agrave; indisposi&ccedil;&atilde;o aos novos saberes, ao avan&ccedil;o do conhecimento, &agrave; recusa a modernidade, &agrave; recusa a uma vis&atilde;o racionalista do mundo, defendendo o irrefletido e a n&atilde;o criticidade. O fascismo se fortalece em momentos de crise econ&ocirc;mica e de inseguran&ccedil;a que atingem a classe m&eacute;dia. A partir desse momento, criam-se inimigos que s&atilde;o a causa da crise e devem ser destru&iacute;dos, entre esses inimigos est&atilde;o: imigrantes, desfavorecidos, etnias, ideologias, LGBT&rsquo;s e estrangeiros. A descren&ccedil;a leva &agrave; barb&aacute;rie, ou seja, diante do descr&eacute;dito de grande parte da sociedade em rela&ccedil;&atilde;o aos valores democr&aacute;ticos, que s&atilde;o destru&iacute;dos pelo fascismo, o que pode sobrar &eacute; a selvageria. O &ldquo;ele&rdquo; destruindo o &ldquo;n&oacute;s&rdquo;, pois o fascista n&atilde;o s&oacute; mora ao lado, como tamb&eacute;m est&aacute; dentro de n&oacute;s! &Eacute; preciso que nos curemos de n&oacute;s mesmos, se isso for poss&iacute;vel.<br />\r\n
                  &nbsp; &nbsp;Prefaciar (n&atilde;o) &eacute; preciso e ao aventurar-se pelas palavras que buscam nos insuflar a aprender a pensar partindo de outro lugar; que nos mobiliza a aprender a escutar em um mundo ensurdecido; que nos provoca a caminhar contra os ventos dos totalitarismos e assim, pois, podemos nos libertar fazendo uma travessia, e nela assumir um pensar, um jeito de orientar aquele que deseja atravessar o horizonte aberto, que &eacute; perigoso e pode efetivar um perder-se no canto do infinito, no canto doce e indeterminado das sereias que n&atilde;o cantam tal qual as baleias.<br />\r\n
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                  <br />\r\n
                  <strong>Salvador, maio de 2020<br />\r\n
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Publicado em 12 de junho de 2020

Resumo

O ESCOPO DESTE TRABALHO CONSISTE EM APRESENTAR, MINUCIOSAMENTE, UMA APRECIAÇÃO ANALÍTICA A RESPEITO DA COMPREENSÃO TEÓRICA EM TORNO DA MEMÓRIA, COM FULCRO NO PRISMA CONCEITUAL LEGADO POR HENRI BERGSON, CUJA FUNDAMENTAÇÃO SE ANCORA, PRIMORDIALMENTE, NOS ARGUMENTOS DISPOSTOS NA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DE SUA AUTORIA, INTITULADA POR MATÉRIA E MEMÓRIA, SENDO ESTA UMA DE SUAS OBRAS DE MAIOR DESTAQUE NO CONTEXTO ACADÊMICO, E QUE DIALOGA, INTERDISCIPLINARMENTE, COM INÚMEROS CAMPOS E ABORDAGENS. ASSIM, APRESENTA-SE, PRIMEIRAMENTE, A COMPREENSÃO E O RELACIONAMENTO EXISTENTE ENTRE OS SEGUINTES ELEMENTOS: MEMÓRIA, IMAGEM E O CORPO, ENFATIZANDO-SE NESTE CASO, TODO SEU APARATO CEREBRAL E A DINÂMICA DE FORMAÇÃO DA IMAGEM NO INSTITUTO DA MENTE, VISLUMBRANDO-SE NESSE PROCESSO AS MATERIALIDADES, E, CONSIDERANDO-SE, AINDA, O CARÁTER ESPIRITUAL DA MEMÓRIA VERDADEIRA. SEQUENCIALMENTE, FEZ-SE NECESSÁRIO DIFERENÇAR A MEMÓRIA EM CATEGORIAS: A ESPONTÂNEA E A APREENDIDA, PARA VIABILIZAR A ABORDAGEM DAS DEFINIÇÕES SOBRE LEMBRANÇA, REALIDADE E DURAÇÃO, DE FORMA ARTICULADA. A PARTIR DESTE PONTO, EVIDENCIOU-SE A PERSPECTIVA BERGSONIANA SOBRE MEMÓRIA, EM ASSOCIAÇÃO COM AS PATOLOGIAS CEREBRAIS, RECHAÇANDO O ENTENDIMENTO DOS SEUS CONTEMPORÂNEOS CIENTISTAS SOBRE UM CÉREBRO TRATADO APENAS COMO ARMAZENADOR DE IMAGENS E LEMBRANÇAS. POSTO ISTO, BERGSON ATESTA QUE, A MEMÓRIA SE MANIFESTA ATRAVÉS DA CONFORMAÇÃO DA VIRTUALIDADE. A PARTIR DE ENTÃO, DIRECIONA-SE O CONTEÚDO DA MEMÓRIA PARA A COMPREENSÃO DE UMA TEMPORALIDADE DURADOURA, E PARA A CONSOLIDAÇÃO DO ENTENDIMENTO DE QUE O CORPO FUNCIONA COMO UM TIPO DE ELEMENTO DETERMINANTE NA INTEGRAÇÃO ENTRE AS IMAGENS E AS SUBJETIVIDADES.

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