É de comum acordo que a população idosa vem aumentando como um fenômeno global. O sujeito idoso, no cenário atual da pós-modernidade, encontra-se em uma configuração da realidade diferente da expressa quando nasceu. As novas tecnologias e o fácil acesso às informações permitem chegar nessa população temas que antes não eram tão discutidos, como o da transexualidade. As discussões levantadas acerca dessa questão perpassam por preconceitos e discriminações formadas pelo meio social. Objetivou-se analisar os processos que culminaram na elaboração de representações sociais acerca da transexualidade no contexto de vida de pessoas idosas. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório. Participaram do estudo 20 pessoas idosas, com idades entre 60 e 80 anos, as quais fazem parte da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA). Utilizou-se a estratégia de grupo focal para a produção de dados e aplicou-se a técnica de Análise de Conteúdo Temática proposta por Bardin. Os interlocutores demonstraram entendimento da transgeneridade baseados em representações sociais que percorrem três categorias: influência do meio midiático, o discurso religioso no posicionamento acerca da transexualidade e as teorias de senso comum sobre as causas da transexualidade. Observou-se no discurso das pessoas idosas, tentativas de compreender e justificar a transexualidade a partir das informações acessadas no cotidiano e das oportunidades de aproximação com pessoas transexuais no convívio social. Foi perceptível os esforços dos participantes para conseguirem desenvolver um posicionamento receptivo acerca da existência de pessoas trans, embora tenha havido contrariedades nas suas representações em função das variadas formas de preconceito e de discriminação dirigidas à essa população. Há a necessidade de combater a propagação dos discursos sensacionalistas sobre o tema, investir em informações coerentes e explicativas, considerando que a questão divide opiniões, porquanto a discriminação e a violência dirigidas à população de transexuais e travestis no Brasil é alarmante.