Neste estudo, investigamos as estruturas elípticas de verbo na Língua Portuguesa em uma perspectiva da Gramática de Construções (GC) e da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU). Baseamo-nos nos pressupostos teóricos da Linguística Funcional e da GC, apresentados por Hopper (1991); Goldberg (1995, 2006); Bybee (2016 [2010]); Traugott, Trousdale (2013); Furtado da Cunha (2017); Rosário (2022) entre outros. A análise da elipse de verbo foi ancorada em estudos desenvolvidos por Heine (2011), Hilpert (2014) e Goldberg; Perek (2019), que nos direcionam à observação desse fenômeno da língua que, além de não ser apenas um elemento de coesão textual, ganha significado no contexto de uso e se constitui como construção, considerando o pareamento forma↔significado, no modelo de construção proposto por Croft (2001), como no exemplo: “Ah... É uma festa boa né, Ø um ritmo legal...”. O elemento elidido é um verbo que agrega do contexto linguístico e situacional o significado voltado para “possuir”, “ter” etc, a depender da relação (inter)subjetiva que se constitui entre falante e ouvinte. Nossos dados, analisados qualiquantitativamente, pertencem aos Corpora do Português Popular de Vitória da Conquista (PPVC) e do Português Culto de Vitória da Conquista (PCVC). Trabalhamos com amostras retiradas de 6 (seis) entrevistas do PCVC e 6 (seis) do PPVC, coletadas pelo Grupo de Pesquisa em Linguística Histórica e em (Sócio)Funcionalismo – CNPq, que apontam uma frequência token de 283 ocorrências do type elipse de verbo, que podem ser resgatas do contexto linguístico ou situacional. Diante disso, esperamos contribuir com a ampliação da reflexão desse fenômeno nos diversos espaços de estudo, especialmente por ser um recurso pouco visto nas escolas e, quando visto, analisado apenas com o enfoque coesivo.