A educação das relações étnico-raciais tem como objetivo preparar cidadãos para a construção de uma sociedade com condições de igualdade de direitos, capazes de reconhecer, respeitar e valorizar as diferenças, promovendo o pertencimento étnico-racial positivo e combatendo a discriminação racial. O ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena tornou-se obrigatório a partir das Leis 10.639/03 e 11.645/08, nos currículos escolares da Educação Básica no ensino público e privado no país. As leis apontam que as temáticas devem ser incluídas em todo o currículo. O ensino de ciência tem um papel relevante para o entendimento das relações étnico-raciais que se constituíram historicamente, contribuindo para uma educação antirracistas, através da abordagem das teorias raciais que fundamentaram o racismo científico no passado e da abordagem da desconstrução do conceito de raças humanas em sentido biológico pela genética. Este trabalho tem como objetivo analisar a abordagem dos impactos das ciências para relações étnico-raciais nas Coleções de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, do Ensino Médio, aprovadas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2021. Trata-se de uma pesquisa qualitativa seguindo o método de Análise de Conteúdo (AC), proposto por Laurence Bardin. Para isso, foram sorteadas três coleções para análise: Ser Protagonista, Moderna Plus e Multiversos. Após realizadas as etapas da AC, o principal resultado encontrado é que há abordagem de conteúdos que colaboram com o entendimento do impacto mútuo entre ciência e sociedade, em especial, de temáticas relacionadas a história do racismo científico, como o darwinismo social e a eugenia, e das contribuições da pesquisa genética sobre a inexistência de raças humanas em termos biológicos em alguns volumes das coleções. Contudo, ainda é possível perceber que houve silenciamento de algumas temáticas, como a abordagem do darwinismo social em um dos volumes da coleção Moderna Plus.