O presente artigo é um recorte de uma pesquisa de doutorado do Programa de Pós Graduação em Psicologia/ UFSC em que teve como foco a análise da formação inicial e continuada em serviço de professores que atuam na escola no que concerne o quanto que esses espaços preparam os docentes para o enfrentamento do capacitismo na educação básica. A pesquisa se caracterizou qualitativa de cunho exploratório. A obtenção de dados foi por meio de entrevistas semiestruturadas com profissionais de uma escola localizada na cidade de Florianópolis/SC. Realizamos as análises das entrevistas com base na técnica de análise temática proposta pelas autoras Virginia Braun e Victoria Clarke (2006) e na pesquisa localizada sugerida pela autora Dona Haraway (1995). O referencial teórico utilizado para o estudo foi o dos Estudos da Deficiência na Educação e os Estudos Feministas da Deficiência, mais especificamente a teoria da Ética do cuidado. Os resultados apontam para a ausência de disciplinas que abordem sobre a educação inclusiva na formação docente inicial; na formação continuada em serviço apontou-se que a grande maioria dos cursos ofertados estão voltados aos profissionais da área da educação especial deixando de fora os professores de sala de aula; a ementa dos cursos geralmente estão direcionados às questões de “como lidar” com estudantes com deficiência e transtorno do espectro autista/TEA, muitas vezes pautadas na concepção do modelo biomédico; e, por fim, a dificuldade da escola quanto a liberação dos professores para participação nas formações ofertadas. Conclui-se a importância de estudos e pesquisas na temática de forma a contribuir para discussões e (re)pensar formações docentes que tenham o intuito de fissurar o capacitismo presente nestes espaços e favorecer na construção de práticas pedagógicas que contenham elementos anticapacitistas na escola.