A ideia da “invenção” de Drummond, proposta por Dalvi (2010), aponta para os variados caminhos de leitura em que se institui uma concepção unificadora e monolítica da obra poética drummondiana, fato que tem como consequência a cristalização da leitura literária. Partindo dessa discussão, o presente trabalho propõe um olhar para o livro A rosa do povo, considerando o ato da leitura de metapoemas como um processo de reinvenção, a qual a voz lírica metalinguística estabelece interfaces, em especial, com o tempo e a memória, reconfigurando-se através de seus próprios versos, quebrando no leitor o “horizonte de expectativas” instaurado e redimensionado a experiência de contato entre texto e leitor.