Artigo Anais do XV SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-055-4

A DESCARACTERIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DO PROSA: URBANIZAÇÃO, ENTERRAMENTO DE CÓRREGO E A NEGAÇÃO DA CONSERVAÇÃO

Palavra-chaves: , , , , Comunicação Oral (CO) GT 03 - Geomorfologia fluvial e lacustre
"2025-09-12 08:54:41" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1845 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 123304
    "edicao_id" => 432
    "trabalho_id" => 138
    "inscrito_id" => 539
    "titulo" => "A DESCARACTERIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DO PROSA: URBANIZAÇÃO, ENTERRAMENTO DE CÓRREGO E A NEGAÇÃO DA CONSERVAÇÃO"
    "resumo" => "A expansão urbana e as obras de macrodrenagem vêm promovendo transformações significativas nos sistemas fluviais de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, resultando em degradação ambiental e descaracterização de ecossistemas protegidos. A Bacia Hidrográfica do Córrego Joaquim Português (BHCJP), tributária do Córrego Prosa, é um exemplo emblemático desse processo. Parte dessa bacia (19,9%) está inserida no Parque Estadual do Prosa (PEP), uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, cujo objetivo básico é a preservação da natureza. No entanto, obras recentes enterraram um trecho do Córrego Joaquim Português dentro do PEP e construíram uma bacia de detenção na cabeceira de drenagem, na zona de amortecimento do Parque, evidenciando um conflito entre conservação e gestão das águas pluviais urbanas. Este estudo analisa os impactos das obras de macrodrenagem na BHCJP, com ênfase na descaracterização do PEP. Para isso, foram estabelecidos três objetivos: (i) caracterizar geoambientalmente a área; (ii) analisar os impactos da urbanização no PEP; e (iii) avaliar os impactos das obras nos córregos Joaquim Português e Prosa. A base cartográfica utilizada foi o levantamento aerofotogramétrico de 2013 (escala 1:1.000). A caracterização geoambiental baseou-se em dados da Carta Geotécnica de Campo Grande (escala 1:10.000), imagens do Google Earth e documentos técnicos da Prefeitura. Trabalhos de campo foram conduzidos em diversos pontos da bacia – incluindo o PEP, sua zona de amortecimento e o Parque das Nações Indígenas – para registrar os impactos ambientais. A caracterização do meio físico da BHCJP (238,1 ha) mostrou que a área é ambientalmente frágil, com 94,6% do substrato litológico correspondente aos arenitos do Grupo Caiuá indiviso, dos quais derivam solos arenosos altamente suscetíveis à erosão, como os Neossolos Quartzarênicos. A vulnerabilidade aos processos erosivos foi intensificada pela abertura da malha viária, impermeabilização do solo e aumento do escoamento superficial nas áreas urbanizadas. A erosão das margens no PEP foi causada pela combinação de fatores naturais, como a suscetibilidade do solo à erosão, e antrópicos, como o aumento da vazão devido à concentração dos fluxos na rede de drenagem de águas pluviais. Para recuperar a área, o estado de Mato Grosso do Sul, via Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos, realizou em 2020 uma licitação para drenagem pluvial, recuperação do pavimento e controle de erosão na cabeceira do Córrego Joaquim Português. A empresa vencedora foi a Pactual Construções LTDA, em contrato de R$ 4.765.214,44, acrescido de R$ 169.575,01 em 2022, com recurso do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. Durante a obra no PEP, a vegetação ribeirinha foi derrubada, um trecho do córrego enterrado e, na zona de amortecimento, a bacia de detenção foi refeita. Essas intervenções mobilizaram toneladas de sedimentos, que assorearam os córregos Joaquim Português e Prosa, além dos reservatórios a jusante. As obras comprometeram a integridade ecológica da bacia hidrográfica e violaram o princípio fundamental da UC: a de proteção da natureza. A pesquisa reforça a necessidade premente de adotar sistemas sustentáveis de drenagem urbana por meio de soluções baseadas na natureza."
    "modalidade" => "Comunicação Oral (CO)"
    "area_tematica" => "GT 03 - Geomorfologia fluvial e lacustre"
    "palavra_chave" => ", , , , "
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "TRABALHO_COMPLETO_EV217_ID539_TB138_02072025101555.pdf"
    "created_at" => "2025-09-15 11:26:50"
    "updated_at" => null
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "VIVIANE CAPOANE"
    "autor_nome_curto" => "VIVIANE"
    "autor_email" => "capoane@gmail.com"
    "autor_ies" => "UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL (UEMS)"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-do-xv-simposio-nacional-de-geomorfologia"
    "edicao_nome" => "Anais do XV SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA"
    "edicao_evento" => "SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA"
    "edicao_ano" => 2025
    "edicao_pasta" => "anais/sinageo/2025"
    "edicao_logo" => null
    "edicao_capa" => "68c4605097155_12092025150256.png"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2025-09-12 08:54:41"
    "publicacao_id" => 130
    "publicacao_nome" => "Revista SINAGEO"
    "publicacao_codigo" => "978-65-5222-055-4"
    "tipo_codigo_id" => 2
    "tipo_codigo_nome" => "ISBN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 123304
    "edicao_id" => 432
    "trabalho_id" => 138
    "inscrito_id" => 539
    "titulo" => "A DESCARACTERIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DO PROSA: URBANIZAÇÃO, ENTERRAMENTO DE CÓRREGO E A NEGAÇÃO DA CONSERVAÇÃO"
    "resumo" => "A expansão urbana e as obras de macrodrenagem vêm promovendo transformações significativas nos sistemas fluviais de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, resultando em degradação ambiental e descaracterização de ecossistemas protegidos. A Bacia Hidrográfica do Córrego Joaquim Português (BHCJP), tributária do Córrego Prosa, é um exemplo emblemático desse processo. Parte dessa bacia (19,9%) está inserida no Parque Estadual do Prosa (PEP), uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, cujo objetivo básico é a preservação da natureza. No entanto, obras recentes enterraram um trecho do Córrego Joaquim Português dentro do PEP e construíram uma bacia de detenção na cabeceira de drenagem, na zona de amortecimento do Parque, evidenciando um conflito entre conservação e gestão das águas pluviais urbanas. Este estudo analisa os impactos das obras de macrodrenagem na BHCJP, com ênfase na descaracterização do PEP. Para isso, foram estabelecidos três objetivos: (i) caracterizar geoambientalmente a área; (ii) analisar os impactos da urbanização no PEP; e (iii) avaliar os impactos das obras nos córregos Joaquim Português e Prosa. A base cartográfica utilizada foi o levantamento aerofotogramétrico de 2013 (escala 1:1.000). A caracterização geoambiental baseou-se em dados da Carta Geotécnica de Campo Grande (escala 1:10.000), imagens do Google Earth e documentos técnicos da Prefeitura. Trabalhos de campo foram conduzidos em diversos pontos da bacia – incluindo o PEP, sua zona de amortecimento e o Parque das Nações Indígenas – para registrar os impactos ambientais. A caracterização do meio físico da BHCJP (238,1 ha) mostrou que a área é ambientalmente frágil, com 94,6% do substrato litológico correspondente aos arenitos do Grupo Caiuá indiviso, dos quais derivam solos arenosos altamente suscetíveis à erosão, como os Neossolos Quartzarênicos. A vulnerabilidade aos processos erosivos foi intensificada pela abertura da malha viária, impermeabilização do solo e aumento do escoamento superficial nas áreas urbanizadas. A erosão das margens no PEP foi causada pela combinação de fatores naturais, como a suscetibilidade do solo à erosão, e antrópicos, como o aumento da vazão devido à concentração dos fluxos na rede de drenagem de águas pluviais. Para recuperar a área, o estado de Mato Grosso do Sul, via Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos, realizou em 2020 uma licitação para drenagem pluvial, recuperação do pavimento e controle de erosão na cabeceira do Córrego Joaquim Português. A empresa vencedora foi a Pactual Construções LTDA, em contrato de R$ 4.765.214,44, acrescido de R$ 169.575,01 em 2022, com recurso do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. Durante a obra no PEP, a vegetação ribeirinha foi derrubada, um trecho do córrego enterrado e, na zona de amortecimento, a bacia de detenção foi refeita. Essas intervenções mobilizaram toneladas de sedimentos, que assorearam os córregos Joaquim Português e Prosa, além dos reservatórios a jusante. As obras comprometeram a integridade ecológica da bacia hidrográfica e violaram o princípio fundamental da UC: a de proteção da natureza. A pesquisa reforça a necessidade premente de adotar sistemas sustentáveis de drenagem urbana por meio de soluções baseadas na natureza."
    "modalidade" => "Comunicação Oral (CO)"
    "area_tematica" => "GT 03 - Geomorfologia fluvial e lacustre"
    "palavra_chave" => ", , , , "
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "TRABALHO_COMPLETO_EV217_ID539_TB138_02072025101555.pdf"
    "created_at" => "2025-09-15 11:26:50"
    "updated_at" => null
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "VIVIANE CAPOANE"
    "autor_nome_curto" => "VIVIANE"
    "autor_email" => "capoane@gmail.com"
    "autor_ies" => "UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL (UEMS)"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-do-xv-simposio-nacional-de-geomorfologia"
    "edicao_nome" => "Anais do XV SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA"
    "edicao_evento" => "SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA"
    "edicao_ano" => 2025
    "edicao_pasta" => "anais/sinageo/2025"
    "edicao_logo" => null
    "edicao_capa" => "68c4605097155_12092025150256.png"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2025-09-12 08:54:41"
    "publicacao_id" => 130
    "publicacao_nome" => "Revista SINAGEO"
    "publicacao_codigo" => "978-65-5222-055-4"
    "tipo_codigo_id" => 2
    "tipo_codigo_nome" => "ISBN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 12 de setembro de 2025

Resumo

A expansão urbana e as obras de macrodrenagem vêm promovendo transformações significativas nos sistemas fluviais de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, resultando em degradação ambiental e descaracterização de ecossistemas protegidos. A Bacia Hidrográfica do Córrego Joaquim Português (BHCJP), tributária do Córrego Prosa, é um exemplo emblemático desse processo. Parte dessa bacia (19,9%) está inserida no Parque Estadual do Prosa (PEP), uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, cujo objetivo básico é a preservação da natureza. No entanto, obras recentes enterraram um trecho do Córrego Joaquim Português dentro do PEP e construíram uma bacia de detenção na cabeceira de drenagem, na zona de amortecimento do Parque, evidenciando um conflito entre conservação e gestão das águas pluviais urbanas. Este estudo analisa os impactos das obras de macrodrenagem na BHCJP, com ênfase na descaracterização do PEP. Para isso, foram estabelecidos três objetivos: (i) caracterizar geoambientalmente a área; (ii) analisar os impactos da urbanização no PEP; e (iii) avaliar os impactos das obras nos córregos Joaquim Português e Prosa. A base cartográfica utilizada foi o levantamento aerofotogramétrico de 2013 (escala 1:1.000). A caracterização geoambiental baseou-se em dados da Carta Geotécnica de Campo Grande (escala 1:10.000), imagens do Google Earth e documentos técnicos da Prefeitura. Trabalhos de campo foram conduzidos em diversos pontos da bacia – incluindo o PEP, sua zona de amortecimento e o Parque das Nações Indígenas – para registrar os impactos ambientais. A caracterização do meio físico da BHCJP (238,1 ha) mostrou que a área é ambientalmente frágil, com 94,6% do substrato litológico correspondente aos arenitos do Grupo Caiuá indiviso, dos quais derivam solos arenosos altamente suscetíveis à erosão, como os Neossolos Quartzarênicos. A vulnerabilidade aos processos erosivos foi intensificada pela abertura da malha viária, impermeabilização do solo e aumento do escoamento superficial nas áreas urbanizadas. A erosão das margens no PEP foi causada pela combinação de fatores naturais, como a suscetibilidade do solo à erosão, e antrópicos, como o aumento da vazão devido à concentração dos fluxos na rede de drenagem de águas pluviais. Para recuperar a área, o estado de Mato Grosso do Sul, via Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos, realizou em 2020 uma licitação para drenagem pluvial, recuperação do pavimento e controle de erosão na cabeceira do Córrego Joaquim Português. A empresa vencedora foi a Pactual Construções LTDA, em contrato de R$ 4.765.214,44, acrescido de R$ 169.575,01 em 2022, com recurso do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. Durante a obra no PEP, a vegetação ribeirinha foi derrubada, um trecho do córrego enterrado e, na zona de amortecimento, a bacia de detenção foi refeita. Essas intervenções mobilizaram toneladas de sedimentos, que assorearam os córregos Joaquim Português e Prosa, além dos reservatórios a jusante. As obras comprometeram a integridade ecológica da bacia hidrográfica e violaram o princípio fundamental da UC: a de proteção da natureza. A pesquisa reforça a necessidade premente de adotar sistemas sustentáveis de drenagem urbana por meio de soluções baseadas na natureza.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.