Artigo Anais do XV SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-055-4

RELAÇÕES ENTRE A EVOLUÇÃO QUATERNÁRIA E A FORMAÇÃO DE TURFEIRAS NA PLANÍCIE LITORÂNEA DO RIO RIBEIRA DE IGUAPE (SP)

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Publicado em 12 de setembro de 2025

Resumo

As turfeiras são ecossistemas importantes no contexto de mudanças climáticas, pois apesar de emitirem CH4 e CO2, se constituem como reservatórios naturais de carbono estocando cerca de 30% do carbono em solos no mundo. A planície fluvial do baixo rio Ribeira de Iguape, situada na planície litorânea na região sul do Estado de São Paulo, entre os municípios de Registro, Pariquera-Açu, Cananéia e Iguape, é uma área úmida com importantes ocorrências de turfeiras. O presente trabalho teve como objetivo compreender a gênese e evolução desses ecossistemas em função da evolução geomorfológica da planície. De acordo com Suguio e Martin (1978), corroborado por diversos autores, a Planície CananéiaIguape foi formada em cinco estágios definidos principalmente por transgressões e regressões a partir do final do Pleistoceno (Tabela 1). No estágio IV, a formação de canais estuarinos e lagunas funcionaram como verdadeiras armadilhas geomorfológicas para acumulação de matéria orgânica desde o Holoceno Médio e que permitiram a formação das turfeiras encontradas na região. Os vales incisos com posterior condições de estuário e lagunas são ambientes inundados, que propiciaram a gênese de turfeiras profundas. Com o recuo do mar durante o estágio V, os canais fluviais retomaram seus cursos frente às alterações do nível de base. A nova incisão sobre terraços pretéritos levou à formação dos atuais depósitos e feições morfológicas de origem fluvial, tendo como agentes modeladores de maior expressividade na planície os rios Ribeira de Iguape e Peropava. Nos ambientes fluviais, como planícies de inundação, foram encontradas turfeiras rasas. Com isso, a gênese das turfeiras ocorre por dois processos pedogenéticos distintos, mas que se complementam. A paludização se desenvolve a partir da acumulação da matéria orgânica sobre sedimento mineral, em ambientes saturados com nível de água pouco acima da superfície, ocorrendo em planícies de inundação e desenvolvendo turfeiras rasas (<1,5 m). Já as turfeiras profundas (>1,5 m) foram desenvolvidas a partir da terrestrialização, processo que se inicia pela colonização inicial de ambientes aquáticos com coluna de água relativamente espessa por plantas aquáticas (hidro higrófitas). Essas plantas pioneiras provocaram a sedimentação orgânica do ambiente aquático, da borda em direção ao centro, criando substrato de sustentação para outras espécies, acumulando matéria orgânica progressivamente até fechamento total ou quase total dos canais paleoestuarinos e lagunas. Dessa forma, as turfeiras profundas gradam lateralmente para turfeiras menos profundas onde ocorre a paludização, tendo em vista que nas bordas desses corpos a acumulação de matéria orgânica se dá sobre substrato mineral e as condições de umidade são elevadas pelo lençol freático. Além desse fenômeno, no cenário atual, a condição de umidade acarretada pela presença de rios caudalosos e lençol freático elevado durante praticamente todos os meses do ano ao longo da planície, tem papel ecossistêmico essencial na manutenção dos ambientes pantanosos nos quais se encontram as turfeiras, impedindo a degradação das mesmas.

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