O avanço tecnológico impôs ao homem mudanças gradativas comportamentais perante a sociedade e quanto aos seus hábitos de vida. Tais mudanças contribuíram para uma nova forma de pensamento humano orientando-o para um estilo de vida cada vez mais sedentário, onde é a máquina que opera. Com este sistema de trabalho e com o advento da revolução Industrial, surgem as doenças crônico-degenerativas. O sedentarismo tem lugar de destaque, ao lado de outros problemas de saúde pública como o fumo e a dieta, merecendo a mesma atenção. Nesta perspectiva, o objetivo deste trabalho foi avaliar o sedentarismo em trabalhadores do setor produtivo de uma indústria de calçados na cidade de Campina Grande – PB, e sua relação com a ocorrência de sintomatologia dolorosa. Trata-se de um estudo observacional e descritivo. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário adaptado do Questionário de Índice de Capacidade para o Trabalho, de Tuomi et al. (1997), com perguntas objetivas relacionadas à prática de atividade física habitual, frequência com que tais atividades são praticadas e o nível de motivação a esta prática considerando sua história patológica pregressa e os aspectos de sua vida pessoal. Verificou-se predominância do gênero masculino (64%), sendo 53% casados, 45% com ensino médio completo, e faixa etária entre 18 a 41 anos. Os resultados mostraram que o sedentarismo no setor produtivo atinge 45% dos trabalhadores, sendo que 65% desses afirmam não dispor de tempo suficiente para realizar atividade física, e 23% não apresentam disposição para a prática. Conjectura-se esta ausência de atividade física com a relação do processo saúde-doença, onde a sintomatologia dolorosa é mais frequente dentre os trabalhadores sedentários. Diante da análise do sedentarismo de trabalhadores no setor produtivo, pode-se constatar que, apesar de a maioria dos entrevistados praticarem atividade física, um percentual significante dos trabalhadores são considerados sedentários e, entre estes, percebe-se maior referência à dor de caráter difuso e persistente, enquanto que nos trabalhadores “fisicamente ativos” percebe-se um aumento do limiar à sensibilidade dolorosa.