Modelo do estudo: Ecológico. Objetivo do estudo: analisar o grau de incapacidade física na população idosa afetada pela hanseníase no estado da Bahia, entre 2001 e 2012. Metodologia: Os dados referentes aos casos de hanseníase foram obtidos do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), base do estado da Bahia. Variáveis analisadas: sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, classificação clínica e operacional, grau de incapacidade física no diagnóstico e na alta. Foram calculados os seguintes indicadores: coeficientes de detecção de casos novos na população geral e na idosa, segundo sexo e faixa etária; taxa de casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico por 100 mil hab; proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico entre os casos novos detectados e avaliados no ano; proporção de casos de hanseníase curados com grau 2 de incapacidade física entre os casos avaliados no momento da alta por cura no ano. Para a análise das séries temporais utilizou-se regressão linear. Adotou-se nível de significância de 95%. Resultados: A hanseníase apresenta elevada magnitude na população idosa, com coeficiente de detecção de casos novos superior ao da população geral, situando-se em nível hiperendêmico. Quanto ao perfil epidemiológico da hanseníase em idosos, destaca-se: homens, faixa etária 60 a 69 anos, raça branca, baixa escolaridade, forma clínica dimorfa e classificação operacional multibacilar. 36,25% dos casos diagnosticados apresentavam incapacidade física no momento do diagnóstico, com destaque para o gênero masculino. Conclusão: O alto coeficiente de detecção de hanseníase na população idosa demonstra a elevada magnitude da doença, configurando-se como importante problema de saúde pública. A elevada proporção de indivíduos com incapacidades físicas no momento do diagnóstico sugere diagnóstico tardio e prevalência oculta da doença, sobretudo em indivíduos do gênero masculino. A elevada proporção de indivíduos com grau de incapacidade não avaliado reflete a baixa qualidade dos serviços de saúde em acompanhar os pacientes.