A episiotomia consiste na incisão cirúrgica efetuada na região perineal com o objetivo de ampliar o canal de parto. Este procedimento era realizado rotineiramente, mas na atualidade é recomendado apenas o seu uso seletivo, pois estudos têm demonstrado os efeitos deletérios da sua realização; ainda assim, sua prática obstétrica permanece frequente em todo o mundo. O presente artigo revisa as evidências disponíveis nos últimos anos acerca dos efeitos da episiotomia na funcionalidade do assoalho pélvico, com o objetivo de averiguar e discutir acerca dessa temática. A consulta foi realizada nos bancos de dados PubMed, Lilacs, SciELO, Cochrane e PEDro, com estudos que compreendem o período de 2010 a 2017. A episiotomia atinge o assoalho pélvico (AP), podendo comprometer a musculatura do mesmo e possibilitar complicações como incontinência urinária (IU), incontinência fecal (IF), prolapsos genitais e disfunções sexuais femininas (DSF). Estudos realizados nas últimas décadas constatam, a partir de seus achados, os efeitos deletérios e indesejados da episiotomia de rotina, sendo estes o aumento da perda sanguínea, maior frequência de dor perineal, ocorrência de lesão perineal grave, maior necessidade de sutura e complicações de cicatrização da mesma, além de aumento do risco de lesão perineal posterior e diminuição da força dos músculos do assoalho pélvico (MAP). Ressaltam ainda que a taxa de episiotomia pode ser reduzida durante o parto sem causar danos às mulheres ou aos recém-nascidos. Há estudos que expõem a associação negativa entre a episiotomia e a saúde da mulher, contudo, a literatura ainda é escassa no que diz respeito a pesquisas que avaliem a funcionalidade do assoalho pélvico associada ou não à realização desse procedimento. Sendo frequente na prática obstétrica, nota-se a necessidade de mais estudos que investiguem a influência da episiotomia na função dos músculos do assoalho pélvico.