Os ACS são considerados trabalhadores únicos, pois estão constantemente em contato com os indivíduos da comunidade e com os trabalhadores da equipe de saúde, contribuindo para melhorar a comunicação, troca de informações e a construção do vínculo entre usuários e profissionais. Contudo, estudos têm demonstrado que os ACS se sentem desvalorizados tanto pela equipe que não consideram suas opiniões a respeito de aspectos e problemáticas da comunidade, como também pelos próprios usuários que pouco reconhecem o seu trabalho frente aos profissionais de nível superior. Considerando a importância do reconhecimento dos ACS como membros efetivos e de comprovada relevância para o SUS, o presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência de um momento de aproximação entre pesquisadores e ACS, que teve a finalidade de valorizar os seus sentimentos a respeito da sua atuação profissional, uma vez identificada essa fragilidade durante oito oficinas do trabalho. Trata-se de um relato de experiência de uma vivência que faz parte de uma pesquisa em andamento do PIBIC/CNPQ vinculado à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), intitulada “Educação permanente para os agentes comunitários de saúde: uma estratégia no processo de trabalho”. Utilizando-se do delineamento da pesquisa-ação, nessa pesquisa foram realizadas 12 oficinas do trabalho com temáticas propostas pelos próprios ACS da Unidade Básica de Saúde da Família Raimundo Carneiro, bairro Pedregal, da cidade de Campina Grande – PB. A vivência a ser relatada é o segundo Momento Estreitando Laços que ocorreu no dia 17/02/2017, durante o turno da manhã, com 06 ACS da unidade. O roteiro do Momento foi: (1) Atualização do calendário vacinal, (2) Tenda do Conto, (3) Discussão sobre a importância da atuação do ACS na ESF e, por último, (4) Dinâmica de confraternização. Iniciou-se o Momento com a atualização do calendário vacinal, visto que cinco alterações ocorreram do ano de 2016 para 2017. É importante os ACS terem o conhecimento do calendário de imunização, já que eles estão em maior contato com a comunidade e observam constantemente os cartões de seus usuários. Eles receberam uma cópia do calendário para compor seu material de trabalho. A tenda do conto tratou-se de um momento riquíssimo, no qual os pesquisadores tiveram a chance de conhecer melhor a história destes profissionais, e vice-versa, estreitando vínculos. Conhecer a realidade do pesquisado ouvindo suas histórias contadas, ajudam os pesquisadores a interpretar os discursos proferidos e a realidade pessoal e profissional de cada um. Ao término, os ACS realçaram como foi relevante eles reconhecerem as principais qualidades dos seus colegas de equipe através da dinâmica realizada, e como não haviam identificado tais aspectos em algumas das pessoas. Foi relatada a satisfação dos profissionais em participar deste segundo Momento, o qual enalteceu o seu papel como um atuante ativo da ESF. É preciso considerar o ACS como um membro importante da ESF e fazer ressurgir esse sentimento de relevância nesses profissionais, para que eles sintam a segurança de atuar efetivamente com a comunidade e interagir com a equipe reafirmando assim sua posição de mediador entre usuários e profissionais de saúde.