Resumo: AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), após mais de 30 anos desde o relato do seu primeiro caso, continua sendo um dos maiores desafios da saúde mundial. No Brasil nos últimos anos surgiram cerca de 38 mil novos casos a cada ano, representando 20 casos por 100 mil habitantes. O Sistema De Informação de Agravos de Notificação (SINAN) estabelece a Ficha Individual de Notificação (FIN) como sendo instrumento necessário de preenchimento quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo analisar a completude do preenchimento das fichas de notificação dos casos confirmados de AIDS, registradas no SINAN, de residentes do município de Petrolina (PE), entre 2012 e 2016. Foi realizado um estudo avaliativo, de desenho descritivo, com fonte de dados secundários, com análise das variáveis de preenchimento obrigatório e essencial, identificadas no Roteiro para uso do SINAN Net, análise da qualidade da base de dados e cálculo de indicadores epidemiológicos e operacionais. No período do estudo foram confirmados 420 casos de AIDS, residentes em Petrolina-PE e nesse estudo analisou-se 25 variáveis obrigatórias e 12 essenciais. Utilizou-se um critério de avaliação qualitativa que subdividiu os campos de preenchimento em 4 categorias, de acordo com o percentual de completude. Considerou-se como Categoria 1 os campos preenchidos em 0% a 25% das fichas analisadas; campos com 25,1% a 50% como Categoria 2, 50,1% a 75% como Categoria 3 e de 75,1% a 100% como Categoria 4. Das variáveis obrigatórias podemos observar que 72% delas ficaram como categoria 4 e 28% como categoria 1. Nas variáveis essenciais tivemos 58,4% na categoria 4 e 41,7% na categoria 1. Para tabulação e análise dos dados foi utilizado o programa Microsoft Excel®. Os resultados evidenciaram falhas significativas nos campos das fichas de notificação, o que pode inferir numa interpretação equivocada dos dados e ainda gerarem alocações equivocadas dos recursos públicos para o combate e precaução deste agravo de saúde. É necessário, portanto, o incentivo à educação permanente dos profissionais de saúde em todos os níveis de atenção e atuação, a fim de obtermos Sistemas de Informação em Saúde mais completos, que reflitam a realidade do processo saúde-doença numa determinada população.