INTRODUÇÃO: Ao analisar o contexto histórico do processo do morrer, observam-se algumas mudanças no modo como o profissional de saúde trata o doente. No modelo biomédico, o ser humano é encarado como uma máquina e acaba por desconsiderar os aspectos psicológicos presentes em toda doença, provocando certo distanciamento do doente. Há resquícios desse cenário ainda hoje, de modo que é notório o despreparo dos estudantes de Medicina e dos médicos recém-formados quanto ao modo de lidar com pacientes em estado terminal. Esse painel se configura devido a uma falha na formação acadêmica destes, permeando dúvidas éticas e legais sobre como proceder durante o processo da terminalidade da vida. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo identificar, na literatura, como os discentes do curso de Medicina encaram o processo da terminalidade da vida. METODOLOGIA: Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura, com abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, cuja busca foi realizada nas bases Scientific Eletronic Library online (Scielo) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), referente à terminalidade da vida na formação médica. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Para grande parte dos médicos e docentes, a morte é abordada apenas como um processo biológico, materialista e mecânico, deixando os sentimentos e as emoções dos estudantes de lado. Dentre as pesquisas estudadas verificou-se que: morte ainda é encarada como um tabu para grande parte dos acadêmicos, uma vez que muitos profissionais parecem evitar esse assunto; grande parte dos professores não tem a visão do paciente em sua totalidade, ou seja, como um ser humano, dificultando ainda mais a abordagem da terminalidade da vida; Mesmo sabendo da morte próxima, os estudantes de medicina que acompanham pacientes em estágio terminal se sentem impotentes, de modo que a ansiedade e angústia interferem em seu cotidiano, muitos relatam o surgimento de sintomas depressivos. CONCLUSÃO: Existe um despreparo do estudante de medicina em relação à forma de lidar com o paciente em situação de terminalidade, portanto, defere-se que é imprescindível desenvolver formas de minimizar as consequências do enfrentamento da morte e preparar, adequadamente, o discente para essas situações através de uma formação acadêmica mais consistente acerca da temática.