Atualmente, o interesse pelas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) vem aumentando. Concomitante a isto, o retorno da visão milenar e ancestral do cuidado holístico, percebendo os aspectos emocionais, psicossociais, afetivos e espirituais como fatores que afetam a saúde proporcionando o aparecimento de doenças no corpo físico. A relação das PICS com a enfermagem tem atraído crescente interesse no campo da saúde mundial. No entanto, ao mesmo tempo em que a procura por métodos complementares de cuidado se torna crescente, ainda é perceptível os desafios de sua aplicação nas instituições de saúde. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo identificar na literatura científica nacional, os desafios de aplicabilidade das PICS no ato de cuidar em enfermagem. Trata de uma revisão integrativa da literatura, realizada no período de julho a setembro de 2017, em publicações indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Para os critérios de inclusão estabeleceu-se a seleção de todas as categorias de artigo, com resumos e textos completos disponíveis para análise e no idioma português, produzidos entre os anos de 2001 a 2016. Para os critérios de exclusão foram adotados os seguintes parâmetros: os estudos que não tinham conteúdos abrangentes ou predominantes sobre a temática e que estivessem duplicados. Do processo de busca obteve-se um total de 29 estudos que foram selecionados para análise e após aplicação dos critérios de inclusão, foram selecionados 15 para esta revisão. No que se refere aos desafios apontados pelos artigos para a aplicação das PICS no cuidado de enfermagem, obteve-se de forma majoritária o modelo biomédico, dominante em saúde, como o principal. Apesar dessa dificuldade ser comum ao ambiente hospitalar, viu-se que a aplicação dessas práticas na Atenção Primária não é tão simples assim, dadas as dificuldades apresentadas por parte dos profissionais de saúde e dos gestores. Outro desafio bastante recorrente refere-se ao processo de formação acadêmico-profissional do enfermeiro, que ainda é fator limitante ao emprego de outras terapêuticas não orientadas pelo modelo biomédico. Também foram obtidos desafios quanto à falta de espaço físico, de maior valorização das PICS e ineficiência dos meios de divulgação na rede pública de saúde, pela descrença dos profissionais de saúde nas racionalidades médicas decorrente de sua formação. De modo geral, estes dados mostram o despreparo para a implantação dos novos modelos assistenciais e gerenciais em saúde e que a enfermagem vivencia um conflito de base ao tentar desenvolver práticas diferenciadas, construir novas teorias sobre o corpo e maneiras de cuidar. Constatou-se uma escassez de estudos sobre as PICS no ato de cuidar de enfermagem, que pudessem dar um maior embasamento científico na construção do trabalho e que, apesar do crescente aumento dessas práticas, ainda é preciso ampliar o conhecimento em torno das mesmas, discutir o tema nos espaços acadêmicos, produzir pesquisas na área.