ANALOGIA NA AULA DE QUÍMICA: O QUE DIZEM OS PROFESSORES SOBRE ESSA QUESTÃO? Francisco Alves Santos falvesantos11@gmail.com Universidade Estadual do Ceará campus da Faculdade de Educação de Itapipoca UECE-FACEDI Isabel Cristina Higino Santana Universidade Estadual do Ceará campus da Faculdade de Educação de Itapipoca UECE-FACEDI Eixo Temático: (Formação inicial e continuada de professores) Agência Financiadora: (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP) Resumo O ambiente escolar nos coloca frente a diversos impasses e dificuldades a serem enfrentados no processo de ensino. Essas dificuldades são constantemente vivenciadas por professores e alunos. Como docentes somos levados a refletir sobre o que pretendemos realizar dentro da sala de aula, e como realizaremos tal tarefa. O ensino de química por sua vez, requer uma relação constante entre a teoria e a prática, conhecimento cientifico e senso comum. Estas articulações são de extrema importância, uma vez que a disciplina de química caracteriza-se como uma ciência experimental. Seus objetos de conhecimentos muitas vezes não são passiveis de serem observados em contexto real, ou tão pouco possíveis de representação. Em função desta limitação, as analogias enquanto instrumento comunicativo e de mediação conceitual vêm mostrando um resultado positivo, em termos de significação e internalização do conhecimento cientifico na área de ensino de Ciências. Tendo em vista que essa ferramenta funciona como elo entre as duas áreas do conhecimento, promove um maior aproveitamento do conhecimento advindo de fora para dentro da sala de aula pelos alunos. Partindo deste ponto, as analogias enquanto instrumentos didáticos estão inseridos no planejamento dos professores para a compreensão e internalização dos conceitos científicos trabalhados no processo de ensino e aprendizagem das ciências? Junto a esta questão outras perguntas nos mobilizam: as analogias são utilizadas por professores da Educação básica para a abordagem de conceitos científicos? A utilização de analogias facilita o processo de ensino aprendizagem? E quais suas limitações? Conhecer a respeito da presença e do uso deste instrumento na dinâmica de ensino, sua relação com o processo instrucional do professor de Química e a relação com essa ferramenta no cotidiano das práticas de ensino favorece a identificação de lacunas formativas e estimula a proposição de ações de caráter interventivo que promova a formação continuada destes profissionais. Deste modo, objetivou-se nessa pesquisa, avaliar à utilização das analogias como instrumento didático no processo de construção do conhecimento científico que possam legitimar o pressuposto, de que tal instrumento é importante na construção dos saberes científicos das Ciências; Diagnosticar as prévias concepções dos professores acerca do tema analogia. Diferentes autores que investigaram a formação iniciação de professores de química tem destacado a lacuna deixada durante a formação inicial acerca desse tema como indicou Freitas (2011). Duarte (2005) ao avaliar a literatura nacional e internacional destaca diferentes contribuições que este instrumento confere ao ensino de ciências. O emprego deste recurso tem sido relacionado como uma forma inovadora, dinâmica e adaptativa de comunicar (NAGEM; CARVALHÃES; DIAS, 2001). Por entender sua relevância delineou-se essa pesquisa como um estudo de caso, de caráter exploratório e abordagem qualitativa. Empregado para tal feito a metodologia de pesquisa-ação. Cujo locus de investigação foram três escolas públicas de nível médio situadas na sede do município de Itapipoca, região norte do estado do Ceará. O alvo deste estudo foram os professores de química, os quais totalizaram dez sujeitos. Como instrumento de coleta optou-se pelo questionário. Neste, foi indagado a respeito da formação, tempo de exercício e experiência envolvendo o uso de analogias e a sua presença em situações/instrumentos de aprendizagens. A partir destes questionamentos iniciais observa-se entre os docentes de química maior entendimento sobre o tema, não havendo equívocos quanto ao conceito. No entanto, a temática não se constituiu como tema de estudo ao longo de disciplinas de caráter pedagógico. Embora, haja sido indicada a exploração deste recurso em disciplinas durante curso. Quanto à observação do instrumento em livros didático, os docentes afirmaram haver sua presença nesse material e em suas aulas utilizando-as com as respectivas frequências: Sempre, Às vezes e Frequentemente. Apesar de as utilizarem no processo de ensino, em sua maioria, os docentes não utilizam instrumentos para averiguar a eficácia deste recurso. Assim, como metade dos participantes sentem dificuldades em explorar esse intrumento em suas aulas. Contudo, embora haja limitações de conhecimentos sobre esse tema entre os sujeitos pesquisados, os docentes são unanimes ao afirmarem que as analogias são importantes ferramentas ao ensino de química. Com isso é possível concluir que apresentar as analogias enquanto instrumento de mediação nas práticas de ensino de química configura-se como um importante aspecto, pois como verificado é um instrumento utilizado pelos docentes e pelos recursos por ele empregado na prática de ensino. Assim, como o seu uso ocorre de forma assistemática e desprovida de uma ação avaliativa que colabore para o entendimento de sua eficiência na transposição didática. Palavras-chave: Linguagem analógica, Ensino de Química, Metodologia de Ensino, Estratégia de Ensino. Referências DUARTE, M. C. Analogias na educação em ciências contributos e desafios. Investigações em Ensino de Ciências, v.10, n. 1, p. 7-29, 2005. FREITAS, L. P. S. R. O uso de analogias no ensino de química: uma análise das concepções de licenciandos do curso de química da UFRPE. (Dissertação de mestrado) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Educação. 2011. p.193. NAGEM, R. L.; CARVALHAES, D. O.; DIAS, J. A. Y. T. Uma proposta de metodologia de ensino com analogias. Revista Portuguesa de Educação, vol. 14, nº. 1, 2001, p. 197-213. Universidade do Minho Braga, Portugal.