O presente trabalho visa relatar a experiência dos bolsistas do PIBID, na Escola Estadual Joaquim Diégues, localizada no município de Viçosa, Alagoas, na modalidade Ensino Médio Integral, desde agosto de 2018. O projeto revela-se de grande importância para a formação dos licenciandos em Letras-Português, professores em formação inicial, em virtude da prática de iniciação à docência ser imprescindível para qualificação profissional do futuro professor. Por isso, pretendemos apresentar a experiência exitosa na citada unidade de ensino com destaque para o desenvolvimento de estratégias para superar as dificuldades envolvendo o hábito de leitura entre os adolescentes e jovens do Ensino Médio. Ao fazer a sondagem inicial na referida unidade de ensino, passamos a conhecer os projetos desenvolvidos por essa Escola, entre eles o projeto "Contação de História" (oferta eletiva) que prendeu nossa atenção pelas estratégias usadas pela professora colaboradora, que o desenvolve. A partir daí, realizamos entrevista com essa docente e alguns dos alunos envolvidos nesse projeto, além de acompanhar as etapas do processo criativo dos alunos, desde a escolha da historia a ser contada, sua análise textual, observação de personagens, cenários, falas e possíveis expressões até uma das oficinas do projeto. Pois, como afirma Torres e Tettamanzy (2008), " [...] a história contada através da oralidade permite a interação entre contador e ouvintes, já que o corpo e a voz propiciam vivências comunitárias, perdidas na aceleração da vida moderna". A leitura exerce um papel fundamental na vida do aluno, desde a pré-escola até as demais etapas do processo escolar, pela parcela de responsabilidade na formação do leitor. A ausência do hábito de leitura é uma das principais dificuldades observadas no cotidiano dos alunos do Ensino Médio dessa Escola. Ao constatar essa dificuldade, amadureceu-se a ideia de oportunizar como oferta eletiva o Projeto "Contação de História" com o objetivo de trabalhar o enriquecimento cultural literário e linguístico dos alunos, representando uma forma de despertar o gosto pela leitura e, posteriormente, levar para além dos muros da escola as suas experiências, efetivando uma interação com a comunidade. O projeto desenvolve a criatividade, a imaginação e enriquece, dessa forma, a linguagem oral, escrita e visual, promovendo o prazer pela leitura, além de despertar para questões envoltas ao senso crítico do aluno. Como cita Villardi (1997, p. 2), "Não basta ensinar a ler. É preciso ensinar a gostar de ler. [...] com prazer, isto é possível, e mais fácil do que parece [...] autoconhecimento e convivência social, isto tudo é possível com uma historia contada com muita arte, que será fundamental para uma vida feliz e saudável e para o fortalecimento das crianças na sociedade[...], contribuindo diretamente para a formação do caráter e da personalidade e indiretamente para a sobrevivência do homem". O projeto é desenvolvido, a partir da participação dos alunos em oficinas de leitura, produção textual e confecção de materiais, a exemplo do avental da imaginação que possui bolsos coloridos de onde saem os principais personagens, os fantoches permitem vivenciar um mundo mágico que envolve a expressão oral com clareza e objetividade, histórias de cordel para contação com o auxílio visual e sonoro que contribuem para o embelezamento das produções, estimulando, dessa forma, a imaginação dos alunos (produtores) e das crianças (público alvo) de creches e escolas da comunidade local, além do estímulo para o desenvolvimento pessoal, profissional, social e formação do alunado envolvido. Segundo Flores e Pereira (2000), "apesar das dificuldades todos aqueles que amam ler continuam a ter a firme convicção de que a familiaridade com texto escrito é indispensável para que alguém possa vir a gostar de ler". Essa estratégia gerou entre os alunos o interesse na leitura, priorizando-se a leitura intensiva e significativa para eliminar os desafios da compreensão textual. Os resultados satisfatórios foram obtidos na associação da teoria à prática (visita às escolas). Pela experiência observada, o aluno enriquece seu cotidiano literário e estudantil e a escola rompe seus muros, interagindo com a comunidade local através das visitas dos discentes para apresentar suas produções. Pautado nos argumentos apresentados, compreendemos que a leitura é o instrumento essencial para que os alunos consigam, nas interações por meio da linguagem, descobrir e reinventar seu contexto social, além de compreender o processo de ensino como meio estimulador e transformador. Palavras-chave: PIBID, Formação inicial docente, Contação de história, Processo de ensino e aprendizagem. REFERÊNCIA FLÔRES, C. O. & Pereira, V. O grau dez da leitura. Série didática: Porto Alegre: WS, Ed. 2000. TORRES, Shirlei Milene, TETTAMANZY, Ana Lúcia Liberato. Contação de Histórias: resgate da memória e estímulo à imaginação. Revista eletrônica de crítica e teoria de literatura, Porto Alegre, vol. 4, n. 1, jan/jun 2008. VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler: formando leitores para a vida inteira. Rio de Janeiro: Quality Mark, 1997.