RESUMO. O objetivo do presente texto é apresentar a primeira etapa de uma pesquisa destinada a compreender o que predispõe certas pessoas a freqüentarem espaços de educação não formal para a prática de atividade física. O pressuposto adotado é o de que a prática da cultura física e o cultivo do corpo em espaços não formais não são práticas naturais, mas decorrem das disposições incorporadas dos agentes e estas, por suas, dependem das posições sociais ocupadas na estrutura social. Nesta etapa da pesquisa é delineado um mapa dos estudos sobre as relações entre corpo, saúde e educação, bem como sobre os trabalhos na interface entre atividade física, educação e academia de ginástica. O resultado a que se chega é a prevalência, nos textos consultados, de um discurso calcado no tecnicismo e mais inclinado a apresentar uma visão fragmentada do indivíduo. A partir dessa perspectiva reducionista, a educação é ancorada num enfoque pautado no cientificismo e o ensino é baseado em parâmetros tecnicistas. No entanto, é possível observar também alguns estudos publicados na Revista Brasileira de Ciência do Esporte, assim como em outros periódicos especializados, que indicam possibilidades de superação dessa visão fragmentada das complexas relações entre corpo, saúde e educação.