O envelhecimento promove mudanças fisiológicas na composição corporal dos indivíduos, resultantes do aumento da massa gorda e redução da massa magra, incrementando a vulnerabilidade dos idosos. A avaliação nutricional possibilita a identificação precoce da desnutrição nesta população, embora não haja um consenso quanto ao melhor método a ser aplicado. A Mini avaliação nutricional é uma ferramenta de rastreamento da desnutrição e constitui um instrumento de fácil aplicação, podendo ser realizado por qualquer profissional devidamente treinado, principalmente por profissionais de saúde; além disso, é um método sensível, não invasivo e que apresenta boa reprodutibilidade, sendo amplamente utilizado nas pesquisas em saúde. Dessa forma, desenvolveu-se este estudo com o objetivo de classificar os adultos e idosos não institucionalizados e cadastrados nas Estratégias Saúde da Família (ESF) pertencentes à região do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) Norte do município de Dourados/MS, quanto ao risco nutricional e verificar se existe associação do estado nutricional com outros fatores desta população, tais como, sexo, idade, estresse psicológico ou doença aguda e número de refeições diárias. Foram incluídos indivíduos com idade igual ou superior a 50 anos, de ambos os sexos, residentes neste município. A coleta de dados ocorreu por meio de visitas domiciliares, onde foi aplicada a Mini Avaliação Nutricional (MAN). Os indivíduos foram classificados conforme o escore obtido: normal (escore > 23,5); risco nutricional (escore entre 17 e 23,5) ou desnutrição (escore < 17). Até julho de 2015 foram avaliadas 127 pessoas. Os mesmos foram inseridos em um banco de dados e analisados com auxílio do programa Predictive Analytics Software (PASW) versão 21. Dentre os indivíduos avaliados, 11 (8,7%) apresentaram desnutrição, 45 (35,4%) risco de desnutrição e 71 (55,9%) se apresentavam em condições normais. Observou-se que não houve associação significativa entre o sexo e a idade, quando associados ao risco de desnutrição. Embora o risco nutricional seja maior no sexo feminino em relação ao masculino e mais incidente em pessoas de maior idade, o fato de não ter acusado diferença estatisticamente significativa pode ter ocorrido devido à falta de proporcionalidade da amostra. Já no quesito estresse psicológico ou doença aguda, constatou-se diferença significativa quanto à sua associação com o risco nutricional do indivíduo. Fato semelhante ocorreu com o número de refeições, uma vez que conforme diminui o número de refeições diárias, maior é a prevalência de desnutrição e de risco de desnutrição. Concluiu-se que embora tenham predominado as condições nutricionais normais entre os indivíduos avaliados, mais de um terço dos entrevistados foram identificados como desnutridos ou em risco nutricional, o que representa grave problema. Entre os fatores que apresentaram associação com o risco nutricional, têm-se o estresse psicológico ou doença aguda e o número de refeições, em que a presença de estresse e a diminuição do número de refeições aumentou significativamente o risco nutricional dos mesmos. A MAN mostrou-se uma ferramenta útil e eficaz na identificação do risco nutricional nesta população.