Nos últimos 70 anos a população brasileira apresentou uma importante redução nas taxas de mortalidade e fecundidade, consequentemente houve destaque no aumento do número de idosos, o que favoreceu o processo de transição demográfica. Diante desse cenário, surgem demandas associadas a doenças crônicas e degenerativas, modificando, também o perfil epidemiológico populacional. Dentre as doenças mais frequentes deste extrato populacional encontram-se a Doença de Parkinson (DP), Doença de Alzheimer, Hipertensão arterial sistêmica, Diabetes mellitus, dentre outras. A DP constitui a segunda doença neurodegenerativa que mais acomete pessoas com idade acima de 60 anos. Assim, diante da necessidade de atendimento a essa população, criou-se nas Obras Sociais Irmã Dulce, que é um grande hospital filantrópico com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde, um ambulatório específico para o paciente idoso com DP, o Ambulatório de Parkinson – AMPAR. Assim, ao perceber as necessidades e limitações da pessoa idosa com Parkinson, as dificuldades nos atendimentos especializados e, a fim de colaborar com a assistência, traçou-se o seguinte objetivo: relatar a vivência das residentes de enfermagem no atendimento ao idoso durante o período de atividades realizadas no AMPAR. Trata-se de um relato de experiência, acerca das vivências de duas residentes de enfermagem, do programa multiprofissional de atenção à saúde da pessoa idosa. Cada idoso com DP é atendido trimestralmente, ou conforme necessidade, pela equipe de saúde. A enfermagem assiste o paciente com o cuidado da educação em saúde, fornecendo informações acerca do processo patológico, uso correto das medicações e suas reações adversas, identificação de sinais e sintomas, associação com outras terapias não farmacológicas, dentre outras. A atuação de enfermagem quanto a terapêutica não-farmacológica consiste em cuidados associados ao farmacológico, como intensificar a importância da adesão ao tratamento e não farmacológico quanto as orientação para o autocuidado. Contudo, as orientações e cuidados não devem se limitar apenas à atividades técnicas. Por isso, é oportuno a compreensão holística do ser humano, principalmente com o ser idoso, com suas potencialidades e peculiaridades específicos do processo de envelhecimento. A vivência no AMPAR potencializou a formação de enfermeiras com pensamento crítico-reflexivo, habilitadas na discussão e cuidado ao idoso com doença de Parkinson numa esfera global das suas necessidades afetadas e, sobretudo capaz de atuar na equipe multiprofissional no cuidado a esses idosos.