Artigo Anais do XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia

ANAIS de Evento

ISSN: 2175-8875

PAISAGEM NOS ESPAÇOS PÚBLICOS CENTRAIS DAS CIDADES DE BELÉM-PA E MARABÁ-PA

Palavra-chaves: , , , , Comunicação Oral GT 21: ESPAÇOS PÚBLICOS E PRODUÇÃO DA CIDADE E DO URBANO
"2025-11-28" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1845 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 124210
    "edicao_id" => 436
    "trabalho_id" => 344
    "inscrito_id" => 1506
    "titulo" => "PAISAGEM NOS ESPAÇOS PÚBLICOS CENTRAIS DAS CIDADES DE BELÉM-PA E MARABÁ-PA"
    "resumo" => "INTRODUÇÃO O artigo objetiva com base nos pressupostos teóricos em seguida apresentados, estabelecer uma análise entre as paisagens resultante da sociedade em sua construção espacial e temporal de duas cidades amazônicas, sendo uma Marabá-PA com paisagens de cunho endógeno e outra em Belém-PA com a paisagem de caráter exógeno, ambas, categorias localizadas em centro das respectivas cidades. A paisagem exerce uma relevante fonte explicativa a partir de sua criação no espaço público com imanência à um determinado corte temporal, emitindo dados dos processos que dali decorreram e que, por meio da sua apreensão em pesquisa na busca pela essencialidade descobre o labor humano na terra, conforme afirma Monbeig (2004, p 117) “A análise da paisagem apresenta-se como o jogo de quebra-cabeça […] é apaixonante o estudo da paisagem: apaixonante porque nos põe em contato com a humilde tarefa quotidiana e milenar das sociedades humanas; ela mostra o homem lutando sem cessar para aperfeiçoar-se”. A paisagem é a categoria que evidencia as particularidades dos lugares por meio do levantamento das informações que a mesma porta, a partir de sua edificação sobre a sociedade e o lugar que lhe abriga, podendo estabelecer inter-relações, comparações, classificações, enumerações com outros lugares, sendo desta feita, a tarefa da própria ciência geográfica. Na atualidade há uma perspectiva que tenta amalgamar o conceito de paisagem por meio da ação do homem e natureza em constante movimento “A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É uma determinada porção do espaço, resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos” (Bertrand apud Schier, 1971, p. 02). Para Silva (2019, p. 291) “As variáveis que influenciam, numa dada alteração espacial são diversas, porém a paisagem consegue sintetizar geograficamente os fatores, sobretudo, as consequências dessas transformações”. Para o autor à instrumentalização analítica da paisagem desvela parte das transformações ocorridas nos espaços quando tornada metodologicamente inteligível. Nestes termos, o presente ensaio visa compreender por meio da operacionalização da paisagem em sentido antrópico, as manifestações que permite exprimir as dinâmicas espaciais que decorre em dois centros de cidade, Belém e Castanhal, em outras palavras, identificar por meio da paisagem elementos endógenos e exógenos que justificam a condição de centro nas referidas cidades. É recorrente que os estudos sobre paisagem no ambiente humano tendem a privilegiar uma síntese imagética como elemento explicativo do conjunto, em geral aquelas de monumentalidade expressiva, no entanto, pouco se atêm as paisagens de pequena monta ou mesmo despercebida, devido ao mosaico de informações emitidas pelas paisagens de caráter mercadológico dominante, especialmente, no centro da cidade. METODOLOGIA O trabalho tem um caráter descritivo e analítico em áreas centrais das cidades de Belém e Marabá visando amalagamar tais elementos empíricos com a literatura da Geografia urbana concernente ao tema. Nesse sentido, o registro fotográfico para à identificação do plural e singular da paisagem é o procedimento metodológico para compreender as ações de uma dada sociedade, conforme os termos de Berque (2023, p. 59) “Não é portanto, indiferente leva em consideração a terminologia que toda cultura desenvolve para dizer o que ela vê no seu ambiente”. A cultura é intangível, o que nos leva a crer que a paisagem possui um binômio funcional objetiva e subjetiva, de acordo com Berque (2023, p. 62) “A paisagem não está num olhar sobre os objetos, ela está na realidade das coisas, isto é, na relação que temos com o nosso ambiente”. Desta feita, se a paisagem é a realidade extraída das coisas e relacional com a sociedade, logo, tal conteúdo é cultural, pois expressa a singularidade socioespacial. RESULTADOS E DISCUSSÃO A nossa contribuição conceitual ao tema é: o centro é o ente urbano com uma localização e polaridade definida em relação ao restante da cidade, alojada em um sítio urbano apropriado para o desenvolvimento de atividades comerciais terciárias e financeiras. Enquanto a área central é outro ente urbano, incluindo e superando a circunscrição espacial do centro abarcando o setor residencial, periferia do centro e, quando houver, o centro histórico. Por último, a centralidade, ente urbano de duplo caráter, material e imaterial, pois, ela não consegue ser ativada sem a materialidade. Em tempos preconizou Santos (2008, p. 47) “Tudo aquilo que nós vemos, o que a nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.” A teoria anterior é a compreensão seminal estudo da paisagem, através da sutileza das percepções cognitivas na apreensão do mosaico de elementos de uma dada fração espacial, é o nível do concreto das condições materiais, seja ela natural, seja artificial. É o momento da incursão geográfica da abstração, ou seja, o movimento concreto-abstrato e vice-versa. CONSIDERAÇÕES FINAIS As paisagens no centro de uma metrópole ou cidade média tendem a deserdar as consideradas culturais genuínas, ainda que aparentemente estas sejam demarcadoras de processos e eventos do passado e mesmo do presente, haja vista que raramente as intervenções de manutenção dessas paisagens são de caráter cultural. Doravante, as cidades medias e grandes são fortemente assediadas pelas grandes empresas nacionais e mundiais, que tem por princípio a construção de paisagens com traço moderno cosmopolita que dialetiza ou mesmo subordina as paisagens de cunho cultural, sendo alguns casos, a convivência de caráter complementar. Este ensaio intencionou erigir a categoria paisagem como um instrumento valioso na pesquisa em espaços públicos de centro de cidade, ainda que os processos hegemônicos apontem uma tendência homogeneizante das formas espaciais reduzindo o estudo das diferenças, no entanto, há diferenças de ambientes centrais, desvelado por meio da operação do princípio fundamental da paisagem, a busca da aparência para alcançar o conteúdo da essência."
    "modalidade" => "Comunicação Oral"
    "area_tematica" => "GT 21: ESPAÇOS PÚBLICOS E PRODUÇÃO DA CIDADE E DO URBANO"
    "palavra_chave" => ", , , , "
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "TRABALHO_COMPLETO_EV223_ID1506_TB344_08102025205859.pdf"
    "created_at" => "2025-11-28 14:08:46"
    "updated_at" => null
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "MAURO EMILIO COSTA SILVA"
    "autor_nome_curto" => "MAURO"
    "autor_email" => "maurobrasilgeo@yahoo.com.br"
    "autor_ies" => "UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-do-xvi-encontro-nacional-de-pos-graduacao-e-pesquisa-em-geografia"
    "edicao_nome" => "Anais do XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia"
    "edicao_evento" => "XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia"
    "edicao_ano" => 2025
    "edicao_pasta" => "anais/enanpege/2025"
    "edicao_logo" => null
    "edicao_capa" => "692988483d31e_28112025083224.png"
    "data_publicacao" => "2025-11-28"
    "edicao_publicada_em" => "2025-11-27 15:13:16"
    "publicacao_id" => 79
    "publicacao_nome" => "Revista ENANPEGE"
    "publicacao_codigo" => "2175-8875"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 124210
    "edicao_id" => 436
    "trabalho_id" => 344
    "inscrito_id" => 1506
    "titulo" => "PAISAGEM NOS ESPAÇOS PÚBLICOS CENTRAIS DAS CIDADES DE BELÉM-PA E MARABÁ-PA"
    "resumo" => "INTRODUÇÃO O artigo objetiva com base nos pressupostos teóricos em seguida apresentados, estabelecer uma análise entre as paisagens resultante da sociedade em sua construção espacial e temporal de duas cidades amazônicas, sendo uma Marabá-PA com paisagens de cunho endógeno e outra em Belém-PA com a paisagem de caráter exógeno, ambas, categorias localizadas em centro das respectivas cidades. A paisagem exerce uma relevante fonte explicativa a partir de sua criação no espaço público com imanência à um determinado corte temporal, emitindo dados dos processos que dali decorreram e que, por meio da sua apreensão em pesquisa na busca pela essencialidade descobre o labor humano na terra, conforme afirma Monbeig (2004, p 117) “A análise da paisagem apresenta-se como o jogo de quebra-cabeça […] é apaixonante o estudo da paisagem: apaixonante porque nos põe em contato com a humilde tarefa quotidiana e milenar das sociedades humanas; ela mostra o homem lutando sem cessar para aperfeiçoar-se”. A paisagem é a categoria que evidencia as particularidades dos lugares por meio do levantamento das informações que a mesma porta, a partir de sua edificação sobre a sociedade e o lugar que lhe abriga, podendo estabelecer inter-relações, comparações, classificações, enumerações com outros lugares, sendo desta feita, a tarefa da própria ciência geográfica. Na atualidade há uma perspectiva que tenta amalgamar o conceito de paisagem por meio da ação do homem e natureza em constante movimento “A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É uma determinada porção do espaço, resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos” (Bertrand apud Schier, 1971, p. 02). Para Silva (2019, p. 291) “As variáveis que influenciam, numa dada alteração espacial são diversas, porém a paisagem consegue sintetizar geograficamente os fatores, sobretudo, as consequências dessas transformações”. Para o autor à instrumentalização analítica da paisagem desvela parte das transformações ocorridas nos espaços quando tornada metodologicamente inteligível. Nestes termos, o presente ensaio visa compreender por meio da operacionalização da paisagem em sentido antrópico, as manifestações que permite exprimir as dinâmicas espaciais que decorre em dois centros de cidade, Belém e Castanhal, em outras palavras, identificar por meio da paisagem elementos endógenos e exógenos que justificam a condição de centro nas referidas cidades. É recorrente que os estudos sobre paisagem no ambiente humano tendem a privilegiar uma síntese imagética como elemento explicativo do conjunto, em geral aquelas de monumentalidade expressiva, no entanto, pouco se atêm as paisagens de pequena monta ou mesmo despercebida, devido ao mosaico de informações emitidas pelas paisagens de caráter mercadológico dominante, especialmente, no centro da cidade. METODOLOGIA O trabalho tem um caráter descritivo e analítico em áreas centrais das cidades de Belém e Marabá visando amalagamar tais elementos empíricos com a literatura da Geografia urbana concernente ao tema. Nesse sentido, o registro fotográfico para à identificação do plural e singular da paisagem é o procedimento metodológico para compreender as ações de uma dada sociedade, conforme os termos de Berque (2023, p. 59) “Não é portanto, indiferente leva em consideração a terminologia que toda cultura desenvolve para dizer o que ela vê no seu ambiente”. A cultura é intangível, o que nos leva a crer que a paisagem possui um binômio funcional objetiva e subjetiva, de acordo com Berque (2023, p. 62) “A paisagem não está num olhar sobre os objetos, ela está na realidade das coisas, isto é, na relação que temos com o nosso ambiente”. Desta feita, se a paisagem é a realidade extraída das coisas e relacional com a sociedade, logo, tal conteúdo é cultural, pois expressa a singularidade socioespacial. RESULTADOS E DISCUSSÃO A nossa contribuição conceitual ao tema é: o centro é o ente urbano com uma localização e polaridade definida em relação ao restante da cidade, alojada em um sítio urbano apropriado para o desenvolvimento de atividades comerciais terciárias e financeiras. Enquanto a área central é outro ente urbano, incluindo e superando a circunscrição espacial do centro abarcando o setor residencial, periferia do centro e, quando houver, o centro histórico. Por último, a centralidade, ente urbano de duplo caráter, material e imaterial, pois, ela não consegue ser ativada sem a materialidade. Em tempos preconizou Santos (2008, p. 47) “Tudo aquilo que nós vemos, o que a nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.” A teoria anterior é a compreensão seminal estudo da paisagem, através da sutileza das percepções cognitivas na apreensão do mosaico de elementos de uma dada fração espacial, é o nível do concreto das condições materiais, seja ela natural, seja artificial. É o momento da incursão geográfica da abstração, ou seja, o movimento concreto-abstrato e vice-versa. CONSIDERAÇÕES FINAIS As paisagens no centro de uma metrópole ou cidade média tendem a deserdar as consideradas culturais genuínas, ainda que aparentemente estas sejam demarcadoras de processos e eventos do passado e mesmo do presente, haja vista que raramente as intervenções de manutenção dessas paisagens são de caráter cultural. Doravante, as cidades medias e grandes são fortemente assediadas pelas grandes empresas nacionais e mundiais, que tem por princípio a construção de paisagens com traço moderno cosmopolita que dialetiza ou mesmo subordina as paisagens de cunho cultural, sendo alguns casos, a convivência de caráter complementar. Este ensaio intencionou erigir a categoria paisagem como um instrumento valioso na pesquisa em espaços públicos de centro de cidade, ainda que os processos hegemônicos apontem uma tendência homogeneizante das formas espaciais reduzindo o estudo das diferenças, no entanto, há diferenças de ambientes centrais, desvelado por meio da operação do princípio fundamental da paisagem, a busca da aparência para alcançar o conteúdo da essência."
    "modalidade" => "Comunicação Oral"
    "area_tematica" => "GT 21: ESPAÇOS PÚBLICOS E PRODUÇÃO DA CIDADE E DO URBANO"
    "palavra_chave" => ", , , , "
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "TRABALHO_COMPLETO_EV223_ID1506_TB344_08102025205859.pdf"
    "created_at" => "2025-11-28 14:08:46"
    "updated_at" => null
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "MAURO EMILIO COSTA SILVA"
    "autor_nome_curto" => "MAURO"
    "autor_email" => "maurobrasilgeo@yahoo.com.br"
    "autor_ies" => "UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-do-xvi-encontro-nacional-de-pos-graduacao-e-pesquisa-em-geografia"
    "edicao_nome" => "Anais do XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia"
    "edicao_evento" => "XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia"
    "edicao_ano" => 2025
    "edicao_pasta" => "anais/enanpege/2025"
    "edicao_logo" => null
    "edicao_capa" => "692988483d31e_28112025083224.png"
    "data_publicacao" => "2025-11-28"
    "edicao_publicada_em" => "2025-11-27 15:13:16"
    "publicacao_id" => 79
    "publicacao_nome" => "Revista ENANPEGE"
    "publicacao_codigo" => "2175-8875"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 28 de novembro de 2025

Resumo

INTRODUÇÃO O artigo objetiva com base nos pressupostos teóricos em seguida apresentados, estabelecer uma análise entre as paisagens resultante da sociedade em sua construção espacial e temporal de duas cidades amazônicas, sendo uma Marabá-PA com paisagens de cunho endógeno e outra em Belém-PA com a paisagem de caráter exógeno, ambas, categorias localizadas em centro das respectivas cidades. A paisagem exerce uma relevante fonte explicativa a partir de sua criação no espaço público com imanência à um determinado corte temporal, emitindo dados dos processos que dali decorreram e que, por meio da sua apreensão em pesquisa na busca pela essencialidade descobre o labor humano na terra, conforme afirma Monbeig (2004, p 117) “A análise da paisagem apresenta-se como o jogo de quebra-cabeça […] é apaixonante o estudo da paisagem: apaixonante porque nos põe em contato com a humilde tarefa quotidiana e milenar das sociedades humanas; ela mostra o homem lutando sem cessar para aperfeiçoar-se”. A paisagem é a categoria que evidencia as particularidades dos lugares por meio do levantamento das informações que a mesma porta, a partir de sua edificação sobre a sociedade e o lugar que lhe abriga, podendo estabelecer inter-relações, comparações, classificações, enumerações com outros lugares, sendo desta feita, a tarefa da própria ciência geográfica. Na atualidade há uma perspectiva que tenta amalgamar o conceito de paisagem por meio da ação do homem e natureza em constante movimento “A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É uma determinada porção do espaço, resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos” (Bertrand apud Schier, 1971, p. 02). Para Silva (2019, p. 291) “As variáveis que influenciam, numa dada alteração espacial são diversas, porém a paisagem consegue sintetizar geograficamente os fatores, sobretudo, as consequências dessas transformações”. Para o autor à instrumentalização analítica da paisagem desvela parte das transformações ocorridas nos espaços quando tornada metodologicamente inteligível. Nestes termos, o presente ensaio visa compreender por meio da operacionalização da paisagem em sentido antrópico, as manifestações que permite exprimir as dinâmicas espaciais que decorre em dois centros de cidade, Belém e Castanhal, em outras palavras, identificar por meio da paisagem elementos endógenos e exógenos que justificam a condição de centro nas referidas cidades. É recorrente que os estudos sobre paisagem no ambiente humano tendem a privilegiar uma síntese imagética como elemento explicativo do conjunto, em geral aquelas de monumentalidade expressiva, no entanto, pouco se atêm as paisagens de pequena monta ou mesmo despercebida, devido ao mosaico de informações emitidas pelas paisagens de caráter mercadológico dominante, especialmente, no centro da cidade. METODOLOGIA O trabalho tem um caráter descritivo e analítico em áreas centrais das cidades de Belém e Marabá visando amalagamar tais elementos empíricos com a literatura da Geografia urbana concernente ao tema. Nesse sentido, o registro fotográfico para à identificação do plural e singular da paisagem é o procedimento metodológico para compreender as ações de uma dada sociedade, conforme os termos de Berque (2023, p. 59) “Não é portanto, indiferente leva em consideração a terminologia que toda cultura desenvolve para dizer o que ela vê no seu ambiente”. A cultura é intangível, o que nos leva a crer que a paisagem possui um binômio funcional objetiva e subjetiva, de acordo com Berque (2023, p. 62) “A paisagem não está num olhar sobre os objetos, ela está na realidade das coisas, isto é, na relação que temos com o nosso ambiente”. Desta feita, se a paisagem é a realidade extraída das coisas e relacional com a sociedade, logo, tal conteúdo é cultural, pois expressa a singularidade socioespacial. RESULTADOS E DISCUSSÃO A nossa contribuição conceitual ao tema é: o centro é o ente urbano com uma localização e polaridade definida em relação ao restante da cidade, alojada em um sítio urbano apropriado para o desenvolvimento de atividades comerciais terciárias e financeiras. Enquanto a área central é outro ente urbano, incluindo e superando a circunscrição espacial do centro abarcando o setor residencial, periferia do centro e, quando houver, o centro histórico. Por último, a centralidade, ente urbano de duplo caráter, material e imaterial, pois, ela não consegue ser ativada sem a materialidade. Em tempos preconizou Santos (2008, p. 47) “Tudo aquilo que nós vemos, o que a nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.” A teoria anterior é a compreensão seminal estudo da paisagem, através da sutileza das percepções cognitivas na apreensão do mosaico de elementos de uma dada fração espacial, é o nível do concreto das condições materiais, seja ela natural, seja artificial. É o momento da incursão geográfica da abstração, ou seja, o movimento concreto-abstrato e vice-versa. CONSIDERAÇÕES FINAIS As paisagens no centro de uma metrópole ou cidade média tendem a deserdar as consideradas culturais genuínas, ainda que aparentemente estas sejam demarcadoras de processos e eventos do passado e mesmo do presente, haja vista que raramente as intervenções de manutenção dessas paisagens são de caráter cultural. Doravante, as cidades medias e grandes são fortemente assediadas pelas grandes empresas nacionais e mundiais, que tem por princípio a construção de paisagens com traço moderno cosmopolita que dialetiza ou mesmo subordina as paisagens de cunho cultural, sendo alguns casos, a convivência de caráter complementar. Este ensaio intencionou erigir a categoria paisagem como um instrumento valioso na pesquisa em espaços públicos de centro de cidade, ainda que os processos hegemônicos apontem uma tendência homogeneizante das formas espaciais reduzindo o estudo das diferenças, no entanto, há diferenças de ambientes centrais, desvelado por meio da operação do princípio fundamental da paisagem, a busca da aparência para alcançar o conteúdo da essência.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.