A prescrição de psicofármacos para crianças apresenta-se nos últimos anos com um aumento significativo. O metilfenidato (Ritalina) estimulante mais consumido do mundo é um dos medicamentos prescritos no diagnóstico de crianças com TDAH (Déficit de Atenção e Hiperatividade), que significa uma desordem comportamental, que leva a criança a graus de comprometimento na vida social, emocional, escolar e familiar. A princípio, foi utilizado somente com adultos no tratamento de cansaço intenso, episódios de confusão e quadros depressivos. Foi só em meados de 1960 com a realização de estudos que o metilfenidato começou a ser utilizado no tratamento de alunos com dificuldades de aprendizagem. Desde então, o uso desse fármaco cresce de forma constante com a ajuda da própria indústria farmacêutica que visa o lucro com a venda. A medicalização em crianças possui efeitos colaterais severos, deixam sequelas, chega a dificultar o acesso ao verdadeiro problema. Um dos efeitos presentes neste medicamento é o aumento da concentração de dopamina no Sistema Nervoso Central (SNC), causando uma sensação de prazer, colocando o sujeito em nível anestésico, efeitos adversos muito comuns são a irritabilidade, perda de apetite, sintomas gastrointestinais e insônia e o efeito adverso mais grave que é a morte súbita. Ainda é escassa a literatura sobre o efeito em longo prazo da ritalina, a bula revela uma fragilidade ao mecanismo de ação, isto comprova que existe uma carência de estudos que justifiquem a ação deste medicamento. O que torna esse efeito mais grave é a prescrição por tempo indeterminado em crianças e consequentemente a prescrição por toda a vida.