A Escola Normal é responsável pela formação de estudantes que estão ocupando, além da posição de aluno, o lugar de um futuro professor, já que estão em processo de formação docente. Logo, o ensino da língua materna e, consequentemente, o trabalho com a leitura em sala de aula estará também sob a incumbência desses alunos. Por isso, necessitam compreender que os textos, enquanto materialidades discursivas, são perpassados por diversas formações ideológicas e discursivas, que precisam ser questionados. Acreditamos que esses questionamentos surgem a partir da vivência de práticas significativas com a leitura, de modo que os alunos possam se posicionar criticamente sobre a realidade que os cerca e, especialmente, sobre o papel do professor. Pensando nisso, através da pesquisa ação, colocou-se em prática uma proposta de intervenção didática, tomando como base a leitura em uma perspectiva discursiva de gêneros textuais com foco na constituição do sujeito professor em uma turma de do 3º ano da Escola Normal, de Campina Grande-PB, formada exclusivamente por mulheres. Logo, através dessa proposta de leitura discursiva, buscou-se interrogar as maneiras de ler das normalistas, tratando o lugar do sujeito leitor como problema. Esse estudo possibilitou levar as normalistas a refletirem sobre o contexto sócio-histórico e ideológico e as “leituras únicas” que são apresentadas nos gêneros textuais, de modo a fortalecer determinados discursos que contribuem para a imposição de determinadas imagens depreciativas sobre o sujeito professor na sociedade. Sendo assim, embora realizado em um curto período de tempo, acreditamos que esse trabalho tenha despertado as normalistas para outras formas de ler os gêneros discursivos, sobretudo, no que diz respeito à constituição do sujeito professor.