Introdução: A doença arterial periférica (DAP) caracteriza-se por uma redução gradual do fluxo sanguíneo decorrente de um processo de oclusão nos leitos arteriais dos membros inferiores. Estima-se que 15% a 20% da população com mais de 55 anos seja portadora de DAP. Alguns estudos tem mostrado maior prevalência de DAP em pacientes negros e hispânicos (NEWMAN AB et al.,1997; SELVIN, E, ERLINGER, TP, 2004). Entre esses estudos o NHANES mostrou que negros sem descendência hispânica tiveram uma taxa de DAP três vezes maior que brancos sem descendência hispânica. (SELVIN, E, ERLINGER, TP, 2004).Os fatores de risco (FR) para a DAP são semelhantes aos da doença arterial coronariana: idade, sexo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), tabagismo, obesidade, sedentarismo, história familiar de doenças vasculares e fatores genéticos (Piccinato CE, et al, 2001). Pacientes com DAP apresentam chance cinco a sete vezes maior de sofrer Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC), quando comparados a um indivíduo que não sofre de doença cardiovascular. (Giollo Junior LT et al, 2010).Uma medida de grande significância para a avaliação no déficit cardiovascular é o Índice Tornozelo-Braquial (ITB), ele consiste em um método simples e não invasivo para a detecção precoce da DAP. A claudicação intermitente (CI) constitui a manifestação clínica mais comum de DAP e é, frequentemente, diagnosticada pela história de dor muscular e câimbra no membro inferior acometido durante a realização de exercício físico que cessa após um curto período de descanso. Objetivo: Avaliar a prevalência de doença arterial periférica em idosos na cidade de Santa Cruz – RN. Metodologia: Foram incluídos no estudo indivíduos de ambos os gêneros, com idade entre 60 e 80 anos cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde do município de Santa Cruz – RN chamados para realizar o ITB na FACISA e após isso fazer uma avaliação. Resultados: Em uma amostra de 14 indivíduos com ITB médio de 0,9 ± 0,2 a direita e 0,8 ± 0,1 a esquerda, sendo 78% (n= 11) do sexo feminino e 22% (n=3) do sexo masculino com idade média de 70 anos foi encontrado uma prevalência de 16,6% da DAP em Santa Cruz-RN. Foi visto também em nosso estudo que a HAS estava presente em 100% (n=14) dos indivíduos, 21% (n= 3) diabéticos e 42% (n=6) ex-tabagistas ou tabagistas.Os diagnósticos apresentados incluíram hipertensão arterial sistêmica 100% (n= 14), diabetes 21% (n= 3), artrose 7% (n= 1), osteoporose 7% (n= 1) e hérnia de disco 7% (n= 1). Sessenta e quatro por cento (n=9) fazem uso de anti-hipertensivos, 21% (n=3) de antiglicêmico, 7% (n=1) analgésico e 7% (n=1) antidepressivo.
Quanto a classificação Fontaine 64% (n=9) eram assintomáticos, 28% (n=4) apresentaram claudicação intermitente e 7% (n=1) apresentou dor ao repouso.
Conclusão: A prevalência de DAP em Santa Cruz/RN em idosos de mais 60 anos é de 16,66% sendo a hipertensão, o sedentarismo, diabetes e o tabagismo os fatores de risco mais comuns. Novos estudos, com maior tamanho amostral, são necessários para informações da prevalência.