Nas últimas décadas houveram avanços na democratização da educação, assim como o desenvolvimento de ações que deram ênfase a formação inicial e continuada dos professores, porém observa-se que a organização e a aplicação das políticas educacionais de formação continuada voltadas para a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação- TIC criadas apresentam muitos impasses para atingir os objetivos para o qual foram elaboradas, como constata-se no relatório de atividades do ProInfo 1996/2002, que aponta dificuldades para implantar o processo de capacitação continuada. Dois pontos chaves evidenciam os desafios, o primeiro é a negação do contexto da prática na criação da política de formação continuada, ou seja não se adequar a política de formação continuada a realidade evidenciada pelo professor e a escola onde trabalha, assim como o contexto dos educandos, a disponibilidade de recursos (computadores, tablets, internet) e o segundo é não atentar-se para uma formação continuada que permita o profissional construir constantemente sua identidade docente. A criação da identidade docente é “um processo de interpretação de si mesmo como pessoa dentro de um determinado contexto”, faz parte de um processo dinâmico influenciado por aspectos pessoais, sociais e cognitivos. Diante desses dois pontos é interessante destacar que por mais que os discursos evidenciem a formação de um profissional crítico, que aprenda a inovar, por vezes a formação não passa de uma reprodução de conhecimentos. A pesquisa busca responder a pergunta: o que considerar na elaboração de um curso de formação continuada abordando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para professores? Para isso, optou-se pela pesquisa bibliográfica em artigos científicos dos projetos tablets educacionais (Rio Grande do Sul) e Escola Digital (Portugal) enfatizando a formação continuada abordando às TIC para os professores. A pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto, buscando ter um conhecimento prévio sobre o problema para o qual se procura a resposta. Portanto, foi possível identificar através das análises que o envolvimento e a participação dos professores na formulação de atividades de formação, permitem uma mudança positiva na formação continuada e uma probabilidade de êxito muito maior do que a mera aplicação de atividades determinadas por entidades externas. Ao professor reconhecer a necessidade de formação e quais as necessidades de formação de acordo com a sua prática cotidiana, ele torna-se um sujeito ativo e autor de iniciativas de repensar sobre sua ação na sala de aula. Portanto, acredita-se que o professor como importante sujeito no processo educativo, deve ser o ponto de partida para a criação de ações de formação continuada voltadas para a utilização das TIC na escola.