Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

REFLEXOS DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA: ANÁLISE A PARTIR DA EXPERIÊNCIA OBSERVATÓRIO SOCIOLÓGICO

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Destacamos ainda que o observatório tem como propósito facilitar o entendimento de temas atuais através da utilização de textos, em sua maioria, jornalísticos. Estes recursos textuais são utilizados para procurar situar sociologicamente os estudantes na compreensão das conjunturas nacionais e internacionais. Mediante a situação de instabilidade econômica e política que perpassa o cenário nacional, no mês de outubro de 2017, escolhemos um tema que abordasse uma conjuntura regional, mas que pudesse ser entendida de uma forma macro também. O tema geral do observatório era Violência, onde foi feito o recorte "Criminalidade e Insegurança: O Cotidiano das Zonas de Conflitos." A partir de uma análise feita junto ao professor supervisor e aos alunos, viu-se a necessidade de oferecermos uma oficina de redação no contraturno, desse modo, os estudantes do 3º ano que iriam participar do Exame Nacional do Ensino Médio, bem como do vestibular da Universidade Estadual do Ceará, iriam à escola no período da tarde por três semanas consecutivas para participarem da oficina, que seria divida em três blocos. Na primeira semana, facilitaríamos um debate com o tema geral, na semana seguinte, a tarefa seria de explicar aos alunos como funciona uma redação e como é a sua estrutura e no último bloco, aplicaríamos uma redação nos moldes do ENEM e UECE. A metodologia se deu através do uso de recursos didáticos como charges, textos jornalísticos, tabelas, debate e, por fim, a escrita de uma redação sobre o tema supracitado. Foi usada uma prática educativa interventiva, mas procurando olhar de forma reflexiva nossa atuação para construirmos um olhar mais profundo e reflexivo. Trabalhamos inicialmente com vinte e dois estudantes, sendo 9 do gênero feminino e 13 do gênero masculino com idades entre 15 e 18 anos. Os estudantes cursavam a 3ª série do ensino médio. Desse modo, colocamos as seguintes questões, que poderiam se tornar tema de nossos debates no PIBID: como os estudantes que passam ou passaram pelo observatório narram sobre essa experiência? Que temas desejariam discutir nesse espaço educativo, além daqueles que propomos? Cremos que é interessante também perguntar, como os alunos percebem a construção realizada pelos textos jornalísticos após passarem pelo laboratório? Apresentam uma visão mais críticas da mídia? Essa questão vem no sentido de sairmos da mera descrição do que fazemos no laboratório e surgem como forma de pensarmos criticamente nossa iniciação à docência. Para um conhecimento mais aprofundado sobre o tema Violência, Juventudes e Educação, nos baseamos em alguns artigos científicos da área de Sociologia. Durante o primeiro bloco da referida oficina ocorreu o debate, facilitado por duas bolsistas do PIBID. Na sala de aula apareceram mais alunos que o esperado, fazendo assim um debate mais participativo e produtivo. Logo de início foram levantados temas, segundo os alunos, polêmicos, como o uso de drogas, evasão escolar, meritocracia, gênero, entre outros. Nesse primeiro momento colocamos algumas palavras e expressões na lousa, como "Violência", "Juventude", "Zonas de Conflito", "Periferia" e pedimos que os discentes nos falassem o que esses termos representavam para eles. Alguns estudantes falaram sobre como era difícil estudar e ter que ajudar financeiramente em casa, outros levantaram questionamentos sobre não terem mais liberdade para se locomover de forma segura, já que sofriam represália tanto por parte da polícia, como de grupos rivais. Ao falar sobre insegurança e violência, um dos alunos destacou a violência na escola, que, segundo ele, muitas vezes era deixada de lado e não levada a sério. Começamos então a reflexão sobre como nós, enquanto bolsistas do PIBID, poderíamos dar voz a esses educandos, para que eles se sentissem confortáveis em falar dos problemas cotidianos dentro e fora do ambiente escolar. Uma das principais discussões que foram feitas durante o debate foi a respeito da diversidade, a dificuldade de entender e ter empatia com o diferente é um exercício complicado com estudantes dessa faixa etária. Podemos perceber assim como a violência é refletida no ambiente escolar, de alunos contra alunos, alunos contra professores e o contrário também. A violência na escola é debatida de forma superficial e muitas vezes nem chega a ser abordada, por isso a necessidade de cada vez mais propormos oficinas com essa temática, a fim de não ser mais naturalizada, principalmente no ambiente escolar. Na segunda semana foi feita uma aula expositiva para explicar o processo de construção de uma redação, assim como sua estrutura. Os discentes apresentaram muitas dúvidas, tanto do tema geral, como de estrutura e gramática. Notamos a dificuldade dos estudantes em formular um raciocínio sobre temas gerais e específicos. No último bloco, especificamente na terceira semana, foi aplicada a redação com o tema acima citado, onde foi constatada a banalização da violência na escola. Alguns dos estudantes colocaram na escrita suas angústias de vida relacionadas à violência, outros destacaram que não se sentem intimidados ou ameaçados por situações violentas dentro ou fora da escola. Mas de modo geral, prevaleceu a naturalização da violência como meio de perceber a realidade. Uma aluna relatou sobre como se sente infeliz pelo fato de ser pobre, culpabilizando sua mãe pela realidade que vivem, onde moram em uma casa pequena, às vezes falta comida e as necessidades básicas não são atendidas. Relatou sua frustração por sua mãe não ter "tentado" sair da pobreza, colocando nela uma carga negativa de infelicidade e desprezo. Podemos finalizar, assim, o presente trabalho com a reflexão de como a violência pode ser naturalizada no ambiente escolar, e como nós, enquanto bolsistas e futuros professores, podemos intervir para que a formação dos estudantes seja feita de maneira mais participativa. A respeito das redações feitas durante a oficina, observamos a necessidade de mais laboratórios de escrita e leitura, para que os alunos sejam melhor orientados para a construção de texto e elaboração de ideias. Finalizamos entregando as redações aos alunos e fazendo apontamentos, do ponto de vista sociológico sobre o que havia sido discutido durante os momentos que precederam a construção do texto. Palavras-chave: Iniciação à Docência. Violência. Educação. Observatório Sociológico. Referências ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. Violências nas escolas. DF: UNESCO, 2002. OLIVEIRA, Adriana Dias de. Violência e educação: a perspectiva dos professores sobre a violência escolar. ponto-e-vírgula, 10: 57-73, 2011. SPOSITO, Marilia Pontes. A Instituição Escolar e a Violência. Disponível em: http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/spositoescolaeviolencia.pdf/at_download/file acesso em: 23/08/2018 TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. A Violência na Escola: conflitualidade social e ações civilizatórias. In: Revista Educação e Pesquisa v. 27, nº.1. São Paulo: USP, janeiro-julho de 2001, p. 105-122. "
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

REFLEXOS DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA: ANÁLISE A PARTIR DA EXPERIÊNCIA OBSERVATÓRIO SOCIOLÓGICO Júlia de Oliveira de Queiroz / julia.queiroz@aluno.uece.br / Universidade Estadual do Ceará Eixo Temático: Cidadania, Direitos Humanos e Interculturalidade Agência Financiadora: Programa de Educação Tutorial - PET/MEC Resumo As reflexões do presente trabalho partem da experiência "Observatório Sociológico", criado pelo professor supervisor Reinalde Fontenele Mapurunga do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, PIBID, que aconteceu entre os anos de 2014 e 2018 na Escola de Ensino Médio Otávio Terceiro de Farias, localizada no bairro Conjunto José Walter na periferia de Fortaleza/CE. Em termos gerais o observatório tem procurado colaborar com o processo de aprendizado dos alunos, atuando na recuperação de notas e na melhoria do entendimento da realidade social, histórica, cultural e, principalmente, política na qual os alunos estão inseridos. Destacamos ainda que o observatório tem como propósito facilitar o entendimento de temas atuais através da utilização de textos, em sua maioria, jornalísticos. Estes recursos textuais são utilizados para procurar situar sociologicamente os estudantes na compreensão das conjunturas nacionais e internacionais. Mediante a situação de instabilidade econômica e política que perpassa o cenário nacional, no mês de outubro de 2017, escolhemos um tema que abordasse uma conjuntura regional, mas que pudesse ser entendida de uma forma macro também. O tema geral do observatório era Violência, onde foi feito o recorte "Criminalidade e Insegurança: O Cotidiano das Zonas de Conflitos." A partir de uma análise feita junto ao professor supervisor e aos alunos, viu-se a necessidade de oferecermos uma oficina de redação no contraturno, desse modo, os estudantes do 3º ano que iriam participar do Exame Nacional do Ensino Médio, bem como do vestibular da Universidade Estadual do Ceará, iriam à escola no período da tarde por três semanas consecutivas para participarem da oficina, que seria divida em três blocos. Na primeira semana, facilitaríamos um debate com o tema geral, na semana seguinte, a tarefa seria de explicar aos alunos como funciona uma redação e como é a sua estrutura e no último bloco, aplicaríamos uma redação nos moldes do ENEM e UECE. A metodologia se deu através do uso de recursos didáticos como charges, textos jornalísticos, tabelas, debate e, por fim, a escrita de uma redação sobre o tema supracitado. Foi usada uma prática educativa interventiva, mas procurando olhar de forma reflexiva nossa atuação para construirmos um olhar mais profundo e reflexivo. Trabalhamos inicialmente com vinte e dois estudantes, sendo 9 do gênero feminino e 13 do gênero masculino com idades entre 15 e 18 anos. Os estudantes cursavam a 3ª série do ensino médio. Desse modo, colocamos as seguintes questões, que poderiam se tornar tema de nossos debates no PIBID: como os estudantes que passam ou passaram pelo observatório narram sobre essa experiência? Que temas desejariam discutir nesse espaço educativo, além daqueles que propomos? Cremos que é interessante também perguntar, como os alunos percebem a construção realizada pelos textos jornalísticos após passarem pelo laboratório? Apresentam uma visão mais críticas da mídia? Essa questão vem no sentido de sairmos da mera descrição do que fazemos no laboratório e surgem como forma de pensarmos criticamente nossa iniciação à docência. Para um conhecimento mais aprofundado sobre o tema Violência, Juventudes e Educação, nos baseamos em alguns artigos científicos da área de Sociologia. 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