BUSCA-SE APRESENTAR UMA LEITURA DE ABORDAGEM CRÍTICA DAS OBRAS O IRMÃO ALEMÃO, DE CHICO BUARQUE, E NOVE NOITES, DE BERNARDO CARVALHO, ANALISANDO ELEMENTOS COMPOSICIONAIS, SOBRETUDO, ÀQUELES QUE CORRESPONDEM À INCORPORAÇÃO DE MATRIZES DOCUMENTAIS E HISTORIOGRÁFICAS CAPAZES DE LEGITIMAR COMO VERDADE AS HISTÓRIAS FICCIONAIS DE SUAS NARRATIVAS. TANTO O ROMANCE DE BUARQUE (2014) QUANTO O DE CARVALHO (2006) ADENSAM A POTENCIALIDADE DE SUAS FICÇÕES NÃO PARA A REPRESENTAÇÃO DE UMA REALIDADE MATERIAL E SIMBÓLICA DE MUNDO HISTÓRICO-SOCIAL, MAS SE VOLTAM PARA AS FORMAS DE DISCURSOS E RESPECTIVAS LINGUAGENS QUE REVELAM UMA SUPOSTA VERDADE OBJETIVA DESSE MESMO REAL. O VOLTAR-SE PARA A NATUREZA DA LINGUAGEM, NO CASO TENDO COMO REFERENTE A PRÓPRIA PRODUÇÃO DISCURSIVA, VERBAL OU IMAGÉTICA, A PARTIR DE CARTAS, FOTOS, DOCUMENTOS, AFASTA DE TAIS ROMANCES UM ESTATUTO DE CONVENÇÃO MIMÉTICA DE ESCRITA LITERÁRIA. ISSO PORQUE SEUS PROCEDIMENTOS NARRATIVOS CONTEMPLAM PROCESSOS DE MEDIAÇÃO SEMÂNTICA ENTRE A REALIDADE E OS DISCURSOS QUE JÁ NOMEARAM E DESIGNARAM ESSA REALIDADE. O PLANO REFERENCIAL IMEDIATO SE DÁ PELA NATUREZA DE REPRESENTAÇÃO ARTICULADA SOBRE A DE OUTROS DISCURSOS AO INVÉS DE UM REFERENTE FUNDAMENTADO NA MATÉRIA DE UM REAL OBJETIVO NO MODO COMO ESTE SE APRESENTA, SEM MEDIAÇÃO, À PERCEPÇÃO HUMANA. ASSIM, O JOGO DA FICÇÃO COM OUTRAS MATRIZES DISCURSIVAS PARECE SUPERAR QUALQUER FUNDAMENTO DE REFERÊNCIA A UMA REALIDADE MATERIAL EM FUNÇÃO DA LÓGICA DE UM ESTATUTO DE REPRESENTAÇÃO QUE SE VOLTA PARA OS SENTIDOS ENTRE LINGUAGENS, E NÃO MAIS PARA A POSSÍVEL APREENSÃO DO REAL PROPRIAMENTE DITO.