Artigo Anais do XIV ENANPEGE

ANAIS de Evento

ISSN: 2175-8875

EM QUÊ A TEORIA DE LUKÁCS PODERIA CONTRIBUIR COM A CIÊNCIA GEOGRÁFICA? ENSAIOS E REFLEXÕES SOBRE MÉTODO

Palavra-chaves: TEORIA, LUKáCS, CIêNCIA GEOGRáFICA, MéTODO, DIALéTICA Trabalhos GT 12: TEORIA E MÉTODO
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      O FILÓSOFO HÚNGARO GYöRGY LUKÁCS (1885-1971), FOI SEM SOMBRA DE DÚVIDAS UM\r\n
      DOS MAIORES PENSADORES E INTELECTUAIS MARXISTAS DO SÉCULO XX. SUA VASTA OBRA, DESDE OS\r\n
      ESCRITOS LITERÁRIOS, ESTÉTICOS, PERPASSANDO OS DE CUNHO POLÍTICO-REVOLUCIONÁRIO ATÉ AS DE\r\n
      PERSPECTIVA TEÓRICO-FILOSÓFICAS, ALÉM DE INFLUENCIAR GERAÇÕES DE NÃO-MARXISTAS, MARXISTAS\r\n
      E DOS DENOMINADOS PÓS-MARXISTAS, DEMONSTRAM TAMBÉM A TRANSIÇÃO FILOSÓFICO-PRÁTICA NA\r\n
      VIDA DO AUTOR. TODAVIA, ASSIM COMO FREDERICO (2013) E MÉSZÁROS (2013) FIZERAM, É\r\n
      NECESSÁRIO OBSERVAR QUE NÃO SE TRATA DE UMA RUPTURA ENTRE UM LUKÁCS JOVEM E UM\r\n
      MADURO, VISTO QUE SUA OBRA PÓS-IDEALISTA CARREGA CONSIGO “A MESMA ESTRUTURA DE\r\n
      PENSAMENTO, EMBORA ELE TENHA GENUINAMENTE DEIXADO PARA TRÁS SEUS POSICIONAMENTOS\r\n
      ORIGINAIS” (MÉSZÁROS, 2013. P.33).\r\n
      DESTE MODO, TEMOS OS ESCRITOS COMO “A FORMA DO DRAMA” (1906), “A ALMA E AS\r\n
      FORMAS” (1911), A TEORIA DO ROMANCE (1916), OBRAS COM FORTES INFLUÊNCIAS DE UM\r\n
      IDEALISMO SUBJETIVISTA KANTIANO EM TRANSIÇÃO PARA O IDEALISMO OBJETIVO DE HEGEL,\r\n
      PERPASSANDO POR ESCRITOS COMO TÁTICA E ÉTICA (1919) E HISTÓRIA E CONSCIÊNCIA DE CLASSE\r\n
      (1923), OBRAS DE CUNHO MARXISTA, MAS COM FORTES INFLUÊNCIAS IDEALISTAS HEGELIANAS;\r\n
      LENIN: UM ESTUDO SOBRE A UNIDADE DE SEU PENSAMENTO (1924; 2012) E MOSES HESS E O\r\n
      PROBLEMA DA DIALÉTICA IDEALISTA (1926), OBRAS QUE SEGUNDO NETTO (2013) E VEDDA (2012)\r\n
      MARCAM A TRANSIÇÃO PARA UMA VIRADA AO MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO, AO REALISMO\r\n
      ONTOLÓGICO CULMINANDO EM OBRAS COMO A DESTRUIÇÃO DA RAZÃO (1953), A ESTÉTICA (1963),\r\n
      INTRODUÇÃO A UMA ESTÉTICA MARXISTA (1978) E PARA UMA ONTOLOGIA DO SER SOCIAL QUE\r\n
      SEGUNDO NETTO (2012) FOI CONCLUÍDA POR VOLTA DE 1968 E COM PRIMEIRA PUBLICAÇÃO EM\r\n
      HÚNGARO EM 1976.\r\n
      NO CAMPO DO MARXISMO EM ESPECÍFICO, ESSAS DUAS ÚLTIMAS OBRAS SÃO A GRANDE\r\n
      CONTRIBUIÇÃO NO PLANO TEÓRICO-FILOSÓFICO AO RENASCIMENTO DO MARXISMO POR PARTE DE\r\n
      LUKÁCS. PARA ALÉM DO MARXISMO, A DIVERSIDADE DE SUA OBRA TEVE INFLUÊNCIA EM VÁRIOS\r\n
      CAMPOS DO CONHECIMENTO COMO NA LITERATURA, CRÍTICA LITERÁRIA, ARQUITETURA, TEATRO, NAS\r\n
      ARTES E REFLEXÕES ESTÉTICAS EM SUA AMPLITUDE, NA FILOSOFIA, NA HISTÓRIA, NA SOCIOLOGIA, NAS\r\n
      CIÊNCIAS SOCIAIS E MESMO NA GEOGRAFIA.\r\n
      NESTA ÚLTIMA, AS REFLEXÕES DE MARX, LUKÁCS E DIVERSOS MARXISTAS FORAM\r\n
      INCORPORADAS EM GRANDE PARTE, A PARTIR DE UM VIÉS ESTRUTURALISTA MUITO PRESENTE NA\r\n
      GEOGRAFIA OU MESMO LEITURAS DE UM MARX TERCEIRIZADO. É BEM COMUM A LEITURA DE UM\r\n
      MARX EM RETALHOS, CHEIO DE CORTES EPISTEMOLÓGICOS E NARRATIVAS SUBJETIVISTAS QUE CHEGAM\r\n
      A REPRODUZIR UM “MARX KANTIANO,” LEITURAS DE UM MARX PELO VIÉS DE HEGEL, TUDO\r\n
      LEGITIMADO PELAS “MÁGICAS EPISTEMOLÓGICAS”.\r\n
      \r\n
      1 AS REFLEXÕES DESSE ARTIGO SÃO FRUTOS DO GRUPO DE PESQUISA E ESTUDOS DENOMINADO GEOGRAFIA DO\r\n
      TRABALHO E ONTOLOGIA DO SER SOCIAL: A ESSÊNCIA DA RELAÇÃO SOCIEDADE-NATUREZA – GTOSS VINCULADO\r\n
      AOS GRUPOS DE PESQUISA DO CNPQ.\r\n
      2\r\n
      PROFESSOR ADJUNTO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO -\r\n
      UNIVASF, ATILAGEOHIS@GMAIL.COM; ATILA.LIMA@UNIVASF.EDU.BR\r\n
      DE LUKÁCS OS ESTUDOS DESENVOLVIDOS NA GEOGRAFIA FORAM PAUTADOS, SOBRETUDO, NO\r\n
      DEBATE DA ONTOLOGIA DO TRABALHO. PARA LUKÁCS (2013), O TRABALHO ASSUME O PAPEL TANTO DE\r\n
      PÔR TELEOLÓGICO COMO MODELO DA PRÁXIS SOCIAL, SENDO ESTE CONFORME O AUTOR (P.64) A\r\n
      FORMA ORIGINÁRIA DA PRÁXIS. A PERSPECTIVA DO TRABALHO É DESSA FORMA ESSENCIAL PARA A\r\n
      GEOGRAFIA, VISTO SER À ATIVIDADE DE MEDIAÇÃO FUNDANTE-PRIMEIRA NA RELAÇÃO SOCIEDADENATUREZA E, PORTANTO, NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO. NO ENTANTO, AS REFLEXÕES NA GEOGRAFIA, QUE\r\n
      TEM COMO OBJETO O ESPAÇO GEOGRÁFICO OU A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA SOCIEDADE, TÊM COMO\r\n
      PREDOMINÂNCIA ANALÍTICA CONFORME LIMA (2015), A TÉCNICA COMO VIÉS DE EXPLICAÇÃO DO\r\n
      MESMO. EXISTE CERTA SUBJULGAÇÃO DO TRABALHO, UMA INVERSÃO QUE TEM COMO RESULTADO\r\n
      UMA FETICHIZAÇÃO DA TÉCNICA E MESMO DO ESPAÇO. POR INFLUÊNCIAS DA FENOMENOLOGIA, DO\r\n
      EXISTENCIALISMO E DO RELATIVISMO, EMBASADAS NAS REFLEXÕES NA EUROPA, TEMOS A CRIAÇÃO\r\n
      DA ONTOLOGIA DO ESPAÇO QUE É DEFENDIDA FORTEMENTE NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA. TEMOS ASSIM,\r\n
      O EMBATE DA ONTOLOGIA DO TRABALHO X A ONTOLOGIA DO ESPAÇO.\r\n
      A GRANDE QUESTÃO É QUE, PARA ALÉM DO DEBATE SOBRE O TRABALHO, A OBRA DE LUKÁCS\r\n
      PODE CONTRIBUIR COM VÁRIOS ESTUDOS QUE COMPLEMENTAM AS QUESTÕES GEOGRÁFICAS. A\r\n
      PERSPECTIVA DA ONTOLOGIA INORGÂNICA DA NATUREZA, DA ONTOLOGIA ORGÂNICA E DO SER SOCIAL,\r\n
      SUA CONCEPÇÃO MATERIALISTA DA NATUREZA, A RELAÇÃO TELEOLOGIAS, CAUSALIDADES E\r\n
      CASUALIDADES, DOS SALTOS ONTOLÓGICOS, ASSIM COMO A COMPREENSÃO DO COMPLEXO DE\r\n
      COMPLEXOS NOS TRAZEM POSSIBILIDADES DE SUPERAÇÃO DA SEPARAÇÃO REALIZADA POR CORTES\r\n
      EPISTEMOLÓGICOS ENTRE GEOGRAFIA FÍSICA E HUMANA E DA ADOÇÃO DE MÉTODO E METODOLOGIAS\r\n
      NÃO MECANICISTAS. O ESTUDO DA CATEGORIA DA PARTICULARIDADE EM SUA DIALÉTICA COM O\r\n
      UNIVERSAL E O SINGULAR NOS PERMITE ULTRAPASSAR TANTO AS REFLEXÕES GENERALISTAS-ABSTRATAS,\r\n
      ASSIM COMO O HIPER-SINGULARISMO EMPIRISTA QUE PERMEIAM A GEOGRAFIA. O DEBATE DAS\r\n
      CATEGORIAS DA REPRODUÇÃO SOCIAL, DA IDEOLOGIA E DO ESTRANHAMENTO-ALIENAÇÃO EM SUAS\r\n
      RELAÇÕES COM O TRABALHO SÃO FUNDANTES PARA A COMPREENSÃO DO COTIDIANO, CATEGORIA\r\n
      TAMBÉM DEBATIDA POR LUKÁCS E SÃO ESSENCIAIS PARA A APREENSÃO DA PRODUÇÃO-REPRODUÇÃO\r\n
      DO ESPAÇO GEOGRÁFICO, DA SUPERAÇÃO DA GEOGRAFIA DAS ESTRUTURAS E PRESA AO VIÉS DA\r\n
      CIRCULAÇÃO COMO SE ESTA FOSSE DISSOCIADA DA PRODUÇÃO. ALÉM DO MAIS, SUA PERSPECTIVA\r\n
      ONTOGENÉTICA E HISTÓRICO-SISTEMÁTICA PODEM CONTRIBUIR DE FORMA INCOMENSURÁVEL PARA\r\n
      QUESTÕES DE MÉTODO NA GEOGRAFIA.\r\n
      NESTE SENTINDO, ESSE ESTUDO INICIAL NA FORMA DE ENSAIO, OBJETIVA COMPREENDER E\r\n
      ESTABELECER MEDIAÇÕES ENTRE OS ASPECTOS TEÓRICOS GERAIS DA OBRA DE LUKÁCS PARA A\r\n
      APREENSÃO GEOGRÁFICA E CONSEQUENTEMENTE APROFUNDAR O DEBATE TEÓRICO-METODOLÓGICO\r\n
      DESSA CIÊNCIA. OS ESTUDOS DA OBRA DESSE AUTOR É FUNDAMENTAL, E JUSTIFICA A NECESSIDADE DE\r\n
      PESQUISAS QUE POSSAM PROPORCIONAR CONTRIBUIÇÕES PARA A GEOGRAFIA NO INTUITO DE\r\n
      SUPERAÇÃO DO LEGADO GNOSIOLÓGICO KANTIANO NESSA CIÊNCIA, E DE UM APROFUNDAMENTO DA\r\n
      CONTRIBUIÇÃO DA PERSPECTIVA MARXISTA, DO MATERIALISMO HISTÓRICO E DO MOVIMENTO\r\n
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      A GRANDE QUESTÃO É QUE, PARA ALÉM DO DEBATE SOBRE O TRABALHO, A OBRA DE LUKÁCS\r\n
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Publicado em 21 de dezembro de 2021

Resumo

O FILÓSOFO HÚNGARO GYöRGY LUKÁCS (1885-1971), FOI SEM SOMBRA DE DÚVIDAS UM DOS MAIORES PENSADORES E INTELECTUAIS MARXISTAS DO SÉCULO XX. SUA VASTA OBRA, DESDE OS ESCRITOS LITERÁRIOS, ESTÉTICOS, PERPASSANDO OS DE CUNHO POLÍTICO-REVOLUCIONÁRIO ATÉ AS DE PERSPECTIVA TEÓRICO-FILOSÓFICAS, ALÉM DE INFLUENCIAR GERAÇÕES DE NÃO-MARXISTAS, MARXISTAS E DOS DENOMINADOS PÓS-MARXISTAS, DEMONSTRAM TAMBÉM A TRANSIÇÃO FILOSÓFICO-PRÁTICA NA VIDA DO AUTOR. TODAVIA, ASSIM COMO FREDERICO (2013) E MÉSZÁROS (2013) FIZERAM, É NECESSÁRIO OBSERVAR QUE NÃO SE TRATA DE UMA RUPTURA ENTRE UM LUKÁCS JOVEM E UM MADURO, VISTO QUE SUA OBRA PÓS-IDEALISTA CARREGA CONSIGO “A MESMA ESTRUTURA DE PENSAMENTO, EMBORA ELE TENHA GENUINAMENTE DEIXADO PARA TRÁS SEUS POSICIONAMENTOS ORIGINAIS” (MÉSZÁROS, 2013. P.33). DESTE MODO, TEMOS OS ESCRITOS COMO “A FORMA DO DRAMA” (1906), “A ALMA E AS FORMAS” (1911), A TEORIA DO ROMANCE (1916), OBRAS COM FORTES INFLUÊNCIAS DE UM IDEALISMO SUBJETIVISTA KANTIANO EM TRANSIÇÃO PARA O IDEALISMO OBJETIVO DE HEGEL, PERPASSANDO POR ESCRITOS COMO TÁTICA E ÉTICA (1919) E HISTÓRIA E CONSCIÊNCIA DE CLASSE (1923), OBRAS DE CUNHO MARXISTA, MAS COM FORTES INFLUÊNCIAS IDEALISTAS HEGELIANAS; LENIN: UM ESTUDO SOBRE A UNIDADE DE SEU PENSAMENTO (1924; 2012) E MOSES HESS E O PROBLEMA DA DIALÉTICA IDEALISTA (1926), OBRAS QUE SEGUNDO NETTO (2013) E VEDDA (2012) MARCAM A TRANSIÇÃO PARA UMA VIRADA AO MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO, AO REALISMO ONTOLÓGICO CULMINANDO EM OBRAS COMO A DESTRUIÇÃO DA RAZÃO (1953), A ESTÉTICA (1963), INTRODUÇÃO A UMA ESTÉTICA MARXISTA (1978) E PARA UMA ONTOLOGIA DO SER SOCIAL QUE SEGUNDO NETTO (2012) FOI CONCLUÍDA POR VOLTA DE 1968 E COM PRIMEIRA PUBLICAÇÃO EM HÚNGARO EM 1976. NO CAMPO DO MARXISMO EM ESPECÍFICO, ESSAS DUAS ÚLTIMAS OBRAS SÃO A GRANDE CONTRIBUIÇÃO NO PLANO TEÓRICO-FILOSÓFICO AO RENASCIMENTO DO MARXISMO POR PARTE DE LUKÁCS. PARA ALÉM DO MARXISMO, A DIVERSIDADE DE SUA OBRA TEVE INFLUÊNCIA EM VÁRIOS CAMPOS DO CONHECIMENTO COMO NA LITERATURA, CRÍTICA LITERÁRIA, ARQUITETURA, TEATRO, NAS ARTES E REFLEXÕES ESTÉTICAS EM SUA AMPLITUDE, NA FILOSOFIA, NA HISTÓRIA, NA SOCIOLOGIA, NAS CIÊNCIAS SOCIAIS E MESMO NA GEOGRAFIA. NESTA ÚLTIMA, AS REFLEXÕES DE MARX, LUKÁCS E DIVERSOS MARXISTAS FORAM INCORPORADAS EM GRANDE PARTE, A PARTIR DE UM VIÉS ESTRUTURALISTA MUITO PRESENTE NA GEOGRAFIA OU MESMO LEITURAS DE UM MARX TERCEIRIZADO. É BEM COMUM A LEITURA DE UM MARX EM RETALHOS, CHEIO DE CORTES EPISTEMOLÓGICOS E NARRATIVAS SUBJETIVISTAS QUE CHEGAM A REPRODUZIR UM “MARX KANTIANO,” LEITURAS DE UM MARX PELO VIÉS DE HEGEL, TUDO LEGITIMADO PELAS “MÁGICAS EPISTEMOLÓGICAS”. 1 AS REFLEXÕES DESSE ARTIGO SÃO FRUTOS DO GRUPO DE PESQUISA E ESTUDOS DENOMINADO GEOGRAFIA DO TRABALHO E ONTOLOGIA DO SER SOCIAL: A ESSÊNCIA DA RELAÇÃO SOCIEDADE-NATUREZA – GTOSS VINCULADO AOS GRUPOS DE PESQUISA DO CNPQ. 2 PROFESSOR ADJUNTO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO - UNIVASF, ATILAGEOHIS@GMAIL.COM; ATILA.LIMA@UNIVASF.EDU.BR DE LUKÁCS OS ESTUDOS DESENVOLVIDOS NA GEOGRAFIA FORAM PAUTADOS, SOBRETUDO, NO DEBATE DA ONTOLOGIA DO TRABALHO. PARA LUKÁCS (2013), O TRABALHO ASSUME O PAPEL TANTO DE PÔR TELEOLÓGICO COMO MODELO DA PRÁXIS SOCIAL, SENDO ESTE CONFORME O AUTOR (P.64) A FORMA ORIGINÁRIA DA PRÁXIS. A PERSPECTIVA DO TRABALHO É DESSA FORMA ESSENCIAL PARA A GEOGRAFIA, VISTO SER À ATIVIDADE DE MEDIAÇÃO FUNDANTE-PRIMEIRA NA RELAÇÃO SOCIEDADENATUREZA E, PORTANTO, NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO. NO ENTANTO, AS REFLEXÕES NA GEOGRAFIA, QUE TEM COMO OBJETO O ESPAÇO GEOGRÁFICO OU A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA SOCIEDADE, TÊM COMO PREDOMINÂNCIA ANALÍTICA CONFORME LIMA (2015), A TÉCNICA COMO VIÉS DE EXPLICAÇÃO DO MESMO. EXISTE CERTA SUBJULGAÇÃO DO TRABALHO, UMA INVERSÃO QUE TEM COMO RESULTADO UMA FETICHIZAÇÃO DA TÉCNICA E MESMO DO ESPAÇO. POR INFLUÊNCIAS DA FENOMENOLOGIA, DO EXISTENCIALISMO E DO RELATIVISMO, EMBASADAS NAS REFLEXÕES NA EUROPA, TEMOS A CRIAÇÃO DA ONTOLOGIA DO ESPAÇO QUE É DEFENDIDA FORTEMENTE NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA. TEMOS ASSIM, O EMBATE DA ONTOLOGIA DO TRABALHO X A ONTOLOGIA DO ESPAÇO. A GRANDE QUESTÃO É QUE, PARA ALÉM DO DEBATE SOBRE O TRABALHO, A OBRA DE LUKÁCS PODE CONTRIBUIR COM VÁRIOS ESTUDOS QUE COMPLEMENTAM AS QUESTÕES GEOGRÁFICAS. A PERSPECTIVA DA ONTOLOGIA INORGÂNICA DA NATUREZA, DA ONTOLOGIA ORGÂNICA E DO SER SOCIAL, SUA CONCEPÇÃO MATERIALISTA DA NATUREZA, A RELAÇÃO TELEOLOGIAS, CAUSALIDADES E CASUALIDADES, DOS SALTOS ONTOLÓGICOS, ASSIM COMO A COMPREENSÃO DO COMPLEXO DE COMPLEXOS NOS TRAZEM POSSIBILIDADES DE SUPERAÇÃO DA SEPARAÇÃO REALIZADA POR CORTES EPISTEMOLÓGICOS ENTRE GEOGRAFIA FÍSICA E HUMANA E DA ADOÇÃO DE MÉTODO E METODOLOGIAS NÃO MECANICISTAS. O ESTUDO DA CATEGORIA DA PARTICULARIDADE EM SUA DIALÉTICA COM O UNIVERSAL E O SINGULAR NOS PERMITE ULTRAPASSAR TANTO AS REFLEXÕES GENERALISTAS-ABSTRATAS, ASSIM COMO O HIPER-SINGULARISMO EMPIRISTA QUE PERMEIAM A GEOGRAFIA. O DEBATE DAS CATEGORIAS DA REPRODUÇÃO SOCIAL, DA IDEOLOGIA E DO ESTRANHAMENTO-ALIENAÇÃO EM SUAS RELAÇÕES COM O TRABALHO SÃO FUNDANTES PARA A COMPREENSÃO DO COTIDIANO, CATEGORIA TAMBÉM DEBATIDA POR LUKÁCS E SÃO ESSENCIAIS PARA A APREENSÃO DA PRODUÇÃO-REPRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO, DA SUPERAÇÃO DA GEOGRAFIA DAS ESTRUTURAS E PRESA AO VIÉS DA CIRCULAÇÃO COMO SE ESTA FOSSE DISSOCIADA DA PRODUÇÃO. ALÉM DO MAIS, SUA PERSPECTIVA ONTOGENÉTICA E HISTÓRICO-SISTEMÁTICA PODEM CONTRIBUIR DE FORMA INCOMENSURÁVEL PARA QUESTÕES DE MÉTODO NA GEOGRAFIA. NESTE SENTINDO, ESSE ESTUDO INICIAL NA FORMA DE ENSAIO, OBJETIVA COMPREENDER E ESTABELECER MEDIAÇÕES ENTRE OS ASPECTOS TEÓRICOS GERAIS DA OBRA DE LUKÁCS PARA A APREENSÃO GEOGRÁFICA E CONSEQUENTEMENTE APROFUNDAR O DEBATE TEÓRICO-METODOLÓGICO DESSA CIÊNCIA. OS ESTUDOS DA OBRA DESSE AUTOR É FUNDAMENTAL, E JUSTIFICA A NECESSIDADE DE PESQUISAS QUE POSSAM PROPORCIONAR CONTRIBUIÇÕES PARA A GEOGRAFIA NO INTUITO DE SUPERAÇÃO DO LEGADO GNOSIOLÓGICO KANTIANO NESSA CIÊNCIA, E DE UM APROFUNDAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DA PERSPECTIVA MARXISTA, DO MATERIALISMO HISTÓRICO E DO MOVIMENTO DIALÉTICO DA REALIDADE

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