Este trabalho se propõe a analisar o uso de linguagem neutra como pronomes de tratamento e na própria construção literária de narrativas contemporâneas escritas por autores transvestigêneres. Como o uso da linguagem neutra se estrutura dentro de uma narrativa e quais são as opções de uso para uma linguagem neutra e inclusiva são objetivos específicos deste artigo. Os trabalhos analisados: A gravidade de Júpiter, de Ariel F. Hitz e o conto “A Máscara”, escrito por Alice Priestly e presente na antologia Subversives, de organização de Daniele Cavalcante são ambos trabalhos que dialogam com o leitor jovem-adulto e que fazem uso da linguagem neutra no tratamento de suas personagens. Para a realização deste trabalho, a ideia do Bildungsroman queer, em especial, as reflexões de Jorge Alves Santana (2009) e Meredith Miller (2019) serão utilizadas para descrever as obras aqui analisadas. Teóricos como Judith Butler (2003) e Alef de Oliveira Lima (2021) serão utilizados para discutir transgeneridade e também a questão da disforia como marcador de experiência transvestigênere e a pesquisa realizada por Rodrigo Gonçalves Lima Borges da Silva, Waldez Cavalcante Bezerra e Sandra Bomfim de Queiroz (2015) será utilizada para discutir as questões de exclusão social que as pessoas transvestigeneres sofrem durante sua vida e a importância que a representação e inclusão dentro da literatura daquelus que utilizam-se da linguagem neutra para se identificarem tem na formação social de cidadão e para a garantia de dignidade e existência dessa parcela da população.