O presente trabalho pauta-se na análise crítica sobre a realidade das Meninas-Mulheres-Precoce do sertão do agreste nordestino e a perpetuação do habitus no cotidiano de cada uma delas a partir do filme curta-metragem brasileiro Vida Maria. Neste sentido, optamos por estudar como o habitus (DURKHEIM, 1995; BOURDIEU, 1983) se perpetua no cotidiano destes seres históricos e sociais através de uma educação – diga-se de passagem não-formal – pautada na cultura patriarcal do sertão nordestino – especificamente o sertão cearense – , isto é, na cultura tradicionalista e hierárquica que se mantém durante várias gerações nestas famílias que encontram-se isoladas da vida urbana – porém, não totalmente excluídas e isentas das implicações que este isolamento parcial acarreta para o cotidiano de cada uma destas familias. Tendo em vista a complexidade de expor tais questões à tona em poucas páginas, elaboramos breves cosiderações sobre o contexto das relações de gênero.