O presente texto analisa a produção histórica da identidade de classe dos pescadores artesanais, tomando como ponto de compreensão a dinâmica sócio-política-ideológica-econômica que se coloca na relação objetiva dos trabalhadores e determina múltiplas necessidades e desafios para a práxis desta fração de classe no contexto da Colônia de Pescadores Artesanais Z-16, Município de Cametá. Metodologicamente, a pesquisa assume como enfoque o materialismo histórico-dialético por compreender que os fenômenos sociais são manifestações materiais e suas análises consistem na busca de suas origens e contradições históricas. Assim, conclui-se que a formação social capitalista, historicamente, vem forjando, no interior da Colônia Z-16, uma luta por interesses imediatos da categoria, consubstanciando uma consciência sindical (particular) em detrimento de uma ampla consciência de classe (universal). Isto se revelou como práxis utilitária na construção histórica de uma identidade com tendência particularista a qual percebe na aparência a legitimação dos direitos como “conquistas universais” quando, na essência, constituem avanços singulares, pessoais ou de grupo e não se estendem às demais categorias da classe trabalhadora.