EM MEIO A UMA CRISE ÉTICO-POLÍTICA, ECOLÓGICA E SANITÁRIA SEM PRECEDENTES, DESDE 2020 E SEM PREVISÃO PARA O SEU FIM, ENCONTRAMOS, NA LITERATURA, (DES)CAMINHOS CRÍTICOS E REPRESENTATIVOS DE PRODUÇÕES EMERGENTES, A PARTIR DE NARRATIVAS DAS ESCRITORAS NEGRAS CONTEMPORÂNEAS, CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE, NIGERIANA, E IGIABA SCEGO, ITALIANA DE ORIGEM SOMALI. EM SUAS HISTÓRIAS OBSERVAMOS RETRATOS DE TEMPOS DESOLADORES, EM QUE AS COMPOSIÇÕES DISCURSIVAS DIALOGAM DIRETAMENTE COM OS COTIDIANOS E ENCRUZILHADAS VIVENCIADOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19, NA QUAL AS INCERTEZAS E O EXTERMÍNIO LEGITIMADO PELAS FORÇAS GOVERNAMENTAIS SE ACENTUARAM. É URGENTE OUVI-LAS, LÊ-LAS, MERGULHAR EM SEUS UNIVERSOS LITERÁRIOS TÃO TREMENDAMENTE DIVERSIFICADOS, SEM O PROPÓSITO CONDESCENDENTE DE BUSCAR ENTENDER AS PERDAS QUE AS AUTORAS NARRAM. SÃO PERDAS PROFUNDAS E PESADAS DEMAIS PARA NOS LIMITARMOS A TENTATIVAS DE ENTENDIMENTO. EM VEZ DISSO, NOS PROPOMOS E CONVIDAMOS A SENTIR ESSAS DORES DESMEDIDAS E, POR MEIO DELAS, SERMOS CARTOGRAFADAS, AFETADAS PELOS FLUXOS DE VIDA QUE NOS MOBILIZAM. QUEM SABE, ASSIM, CONSIGAMOS, DE ALGUMA MANEIRA, PREENCHER AS AUSÊNCIAS QUE NOS ESVAZIAM OS AVESSOS E NOS PARALISAM DIANTE DO HORROR? NESSA PERSPECTIVA, BUSCAMOS NA OBRA DE ADICHIE E SCEGO, COMPROMETIDAS COM ESCRITOS DE RESISTÊNCIA E DENÚNCIA, OUTRAS POSSIBILIDADES DE ANALISAR AS EMARANHADAS RELAÇÕES ENTRE A LITERATURA E O PRESENTE. DE MÃOS DADAS COM ESSAS ESCRITORAS E COMO RESULTADO DO ENTRELAÇAMENTO COM OS ENREDOS DE AMBAS, QUE, SURPREENDENTEMENTE, SE CONVERSAM, BEM COMO NOS ABALAM E NOS MOVIMENTAM, NOS QUESTIONAMOS SOBRE NOSSO LUGAR NO MUNDO.