A síndrome de Loeffler (pneumonia eosinofílica) representa o comprometimento do trato respiratório, evidenciado por alterações radiológicas, cuja etiologia está relacionada intimamente com as enteroparasitoses, destacando-se a infecção por Ascaris lumbricoides. Dessa forma, a supracitada doença é bastante frequente, uma vez que os parasitas, principalmente os representantes do filo Nematoda, figuram entre os patógenos mais encontrados em seres humanos. O dano ao tecido pulmonar característico da síndrome está associado a uma resposta alérgica mediada por eosinófilos, os quais liberam citocinas, tais como espécies reativas de oxigênio (EROs), que lesam o parênquima pulmonar. A eosinofilia característica da síndrome é decorrente de um perfil de resposta inflamatória modulada por linfócitos T CD4+ diferenciados na forma Th2, a qual medeia aumento dos níveis de Imunoglobulina E; produção de interleucina 13; ativação, diferenciação, sobrevivência e migração de mais eosinófilos, através do aumento dos níveis de citocinas específicas (IL-4, IL-5), um processo característico de uma reação de hipersensibilidade do tipo I. Os principais sintomas do Loeffler são dispneia asmatiforme, tosse seca, febre baixa e desconforto retroesternal. As alterações radiológicas somadas a crepitações evidenciadas em ausculta pulmonar, à eosinofilia sanguínea, altos níveis de IgE são os achados clínicos e laboratoriais mais comuns no diagnóstico da síndrome, o qual ainda é pouco frequente, devido à baixa associação pelos médicos entre parasitoses e complicações pulmonares. O tratamento para o Loeffler causado por parasitas é feito a base de anti-helmínticos, principalmente da classe dos benzimidazóis, e, na maioria das vezes, utiliza-se também glicocorticoides, os quais agem atenuando a inflamação suprimindo a migração leucocitária e por meio da inibição da produção de eicosanoides como prostaglandinas e leucotrienos.