A reflexão posta nessas linhas discorre com tema central na importância da educação musical na escola, e a busca de sentido deontológico para o ensino de música neste espaço, contrapondo o senso comum sobre o que se entende por música e sua função na conjunção escola-sociedade, analisando alguns dos principais paradigmas e suas origens, propondo ressignificações que voltem a justificativa de música na escola, como componente curricular, a um saber primeiro e introspectivo, equilibrado, que faça o retorno do ser humano para ele mesmo num fazer estético e prazeroso na descoberta de si como um indivíduo de potencialidades criativas e múltiplas, visando uma formação holística, que desperte tanto saberes intelectivos quanto saberes sensíveis estéticos do ser e fazer música dentro das potencialidades humanas, longe dos interesses mercadológicos ou de cunho pragmático, socioeducacional. Numa reflexão crítica, que ajude a compreender os desafios da educação musical sob uma perspectiva política, filosófica, pedagógica e sociológica, na fuga de uma educação repressora onde o ser educando é impelido (oprimido) a abandonar sua imaginação divagante, que o levaria a andar por caminhos do seu próprio fascínio e torna-se uma função dos objetivos determinados pela a instituição, pois esta tem suas convicções estereotipadas do que é um ser educado e como ele deverá servir a sociedade. Eis que rever e (re)significar esses conceitos demonstra-se emergencial, na referência à esfera dos saberes artísticos sensíveis. Espera-se, desse modo, que o presente registro sirva de substrato para reflexões sonoras, em que os conhecimentos sejam questionados, compartilhados, reinventados e ampliados. Semeando inquietações sonantes que venham a florescer, dando luz a novos buscantes do saber.