Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

UMA REFLEXÃO ACERCA DO FRACASSO ESCOLAR NA ESCOLA ESTADUAL FIRMA FRANCELINA DE OLIVEIRA – QUAIS AS RAZÕES DE SUA OCORRÊNCIA?

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Entre eles, pode-se notar que a escola possuía um número elevado de alunos que apresentavam um rendimento escolar muito abaixo do esperado para seus respectivos níveis de ensino. Nesse sentido, este estudo busca analisar o fracasso escolar e sua relação com o perfil da escola pública brasileira a partir da Escola Estadual Firma Francelina de Oliveira, a fim de compreender as razões pelas quais este fenômeno ocorre e contribuir para que professores pedagogos possam refletir sobre as causas do fracasso e sobre suas práticas pedagógicas. O fracasso escolar é aqui compreendido como a dificuldade das instituições escolares em promoverem aprendizagem significativa a que as classes populares têm direito. Quanto à metodologia, o trabalho se apresenta como pesquisa de campo de natureza exploratória e abordagem qualitativa, que busca o aprofundamento da compreensão da problemática supracitada. A produção de dados se deu por meio de observação direta, conversas formais e informais com a gestão, professoras e professores, alunas e alunos da escola e toda a comunidade escolar, bem como com o uso de um roteiro de diagnóstico previamente elaborado pela equipe de alunos e professores que compõem o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Pedagogia EaD da UFRN. Com este estudo, é possível perceber que as concepções e práticas da escola pública atual necessitam de mudanças, a fim de que possa haver a democratização do ensino efetivamente. Isto é, precisamos fazer uma reanálise acerca do papel da escola na sociedade ao observar os grupos sociais que a compõem e propor novas práticas pedagógicas e um novo currículo - ou um aprimoramento deste, que permita contemplar as necessidades destas classes diversas em seus contextos histórico-sociais. Sobretudo, é necessária uma reflexão acerca da qualidade de ensino que estamos interessados em oferecer. Esteban (2001) atenta para o fato de que a extensão na oferta de vagas da escola pública nos últimos 50 anos se apresenta como progresso significativo na busca pela democratização do ensino. Entretanto, o ensino brasileiro pareceu se efetivar na forma denominada por Martins (2002 apud ESTEBAN; TAVARES, 2013, p.294) de "inclusão degradada", isto é, a extensão da oferta se deu ao mesmo tempo em que outros problemas nasciam e permaneciam sem resoluções - precarização de recursos materiais e humanos, péssimas condições de trabalho para os professores, ineficiência das escola, etc. O fracasso escolar está relacionado a vários fatores, no entanto, é possível inferir que há uma tendência em indicar culpados para este fenômeno. Nesse sentido, compreende-se que se faz necessário transformar a escola em uma instituição que pratique a educação popular, uma vez que "os processos instituídos com o sentido de ampliar o acesso à escola e de nela garantir a permanência dos alunos, não expressam claramente o compromisso com a educação popular" (ESTEBAN, 2007, p.10). Sendo a prática pedagógica uma prática social e a escola se estabelecendo enquanto instituição que reproduz as desigualdades sociais, há uma necessidade de considerar as diferenças sociais presentes na escola como fato relevante no processo de democratização da escola pública, de modo que a aprendizagem seja garantida a todas as classes ali presentes. Esteban (2007) também, nos alerta para a dinâmica escolar "colonizadora" que favorece o fracasso escolar de alunos "desnivelados", "quando se evoca as diferenças de aprendizagem como deficiências, o que justifica a subordinação" (ESTEBAN, 2007, p.13). Em outras palavras, o fracasso de alguns alunos é justificado pelos professores como resultantes das diferenças que estes apresentam no processo de aprendizagem, diferenças estas que, quando comparadas a outros perfis considerados ideais, corroboram com a ideia de que aqueles que se enquadram como diferentes do padrão ideal são deficientes, e é dessa forma que ocorre a exclusão social escolar. Desta forma, as escolas privilegiam os alunos que aprendem conforme as práticas e currículos que estas utilizam num sistema de ensino mecanizado e padronizado, e penalizam aqueles que não se adequam ao padrão proposto, sem se preocupar com a diversidade social e cultural existente ali e explicam como dificuldade de aprendizagem essa problemática que os exclui do processo de ensino e aprendizagem. Esta perspectiva de ensino provoca o que Freire chamou de marginalização dos oprimidos (FREIRE, 1998), quando o aluno não consegue se ajustar ao padrão proposto, não aprende, é excluído e torna-se marginalizado. Por fim, é notória a ineficiência de uma escolarização pautada na homogeneidade de processos e resultados e emergente a necessidade de tecermos práticas pedagógicas favoráveis à democratização não só do ensino, mas da garantia da aprendizagem para todos. Palavras Chave: Fracasso Escolar, Exclusão social, Rendimento Escolar, Educação Popular. Referências ESTEBAN, Maria Teresa. O que sabe quem erra?: reflexões sobre avaliação e fracasso escolar. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. ____________________. Educação popular: desafio à democratização da escola pública. Cad. CEDES [online]. Campinas, vol.27, n.71, pp.9-17, jan./abr. 2007. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br. Acesso em 15.OUT.2018. ____________________; TAVARES, Maria Tereza G. Educação Popular e a Escola Pública: Antigas questões e novos horizontes. In: ESTEBAN, Maria Teresa; STRECK, Danilo. (Org.). Educação Popular: lugar de construção social coletiva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013, p.293-307 FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. "
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Entre eles, pode-se notar que a escola possuía um número elevado de alunos que apresentavam um rendimento escolar muito abaixo do esperado para seus respectivos níveis de ensino. Nesse sentido, este estudo busca analisar o fracasso escolar e sua relação com o perfil da escola pública brasileira a partir da Escola Estadual Firma Francelina de Oliveira, a fim de compreender as razões pelas quais este fenômeno ocorre e contribuir para que professores pedagogos possam refletir sobre as causas do fracasso e sobre suas práticas pedagógicas. O fracasso escolar é aqui compreendido como a dificuldade das instituições escolares em promoverem aprendizagem significativa a que as classes populares têm direito. Quanto à metodologia, o trabalho se apresenta como pesquisa de campo de natureza exploratória e abordagem qualitativa, que busca o aprofundamento da compreensão da problemática supracitada. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

Uma reflexão acerca do fracasso escolar na Escola Estadual Firma Francelina de Oliveira - quais as razões de sua ocorrência? Alexandra Rosa da Silva/Sandrinha_rn18@hotmail.com/UFRN Laura Marques Oliveira/lauramarkes@yahoo.com.br/UFRN Marisa Narcizo Sampaio/marisamns@gmail.com/UFRN Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem Agência Financiadora: CAPES (PIBID) Resumo O presente trabalho é resultado de um estudo na Escola Estadual Firma Francelina de Oliveira, localizada na cidade de Nova Cruz - RN, a partir do diagnóstico inicial do Programa de Iniciação à Docência - PIBID do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O projeto tem o objetivo de propiciar aos bolsistas a oportunidade de iniciarem a prática da docência na primeira metade do curso e ao mesmo tempo proporcionar à escola novas possibilidades de atuação pedagógica e, durante o período de observação da referida Instituição, muitos fatos foram observados. Entre eles, pode-se notar que a escola possuía um número elevado de alunos que apresentavam um rendimento escolar muito abaixo do esperado para seus respectivos níveis de ensino. Nesse sentido, este estudo busca analisar o fracasso escolar e sua relação com o perfil da escola pública brasileira a partir da Escola Estadual Firma Francelina de Oliveira, a fim de compreender as razões pelas quais este fenômeno ocorre e contribuir para que professores pedagogos possam refletir sobre as causas do fracasso e sobre suas práticas pedagógicas. O fracasso escolar é aqui compreendido como a dificuldade das instituições escolares em promoverem aprendizagem significativa a que as classes populares têm direito. Quanto à metodologia, o trabalho se apresenta como pesquisa de campo de natureza exploratória e abordagem qualitativa, que busca o aprofundamento da compreensão da problemática supracitada. A produção de dados se deu por meio de observação direta, conversas formais e informais com a gestão, professoras e professores, alunas e alunos da escola e toda a comunidade escolar, bem como com o uso de um roteiro de diagnóstico previamente elaborado pela equipe de alunos e professores que compõem o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Pedagogia EaD da UFRN. Com este estudo, é possível perceber que as concepções e práticas da escola pública atual necessitam de mudanças, a fim de que possa haver a democratização do ensino efetivamente. Isto é, precisamos fazer uma reanálise acerca do papel da escola na sociedade ao observar os grupos sociais que a compõem e propor novas práticas pedagógicas e um novo currículo - ou um aprimoramento deste, que permita contemplar as necessidades destas classes diversas em seus contextos histórico-sociais. Sobretudo, é necessária uma reflexão acerca da qualidade de ensino que estamos interessados em oferecer. Esteban (2001) atenta para o fato de que a extensão na oferta de vagas da escola pública nos últimos 50 anos se apresenta como progresso significativo na busca pela democratização do ensino. Entretanto, o ensino brasileiro pareceu se efetivar na forma denominada por Martins (2002 apud ESTEBAN; TAVARES, 2013, p.294) de "inclusão degradada", isto é, a extensão da oferta se deu ao mesmo tempo em que outros problemas nasciam e permaneciam sem resoluções - precarização de recursos materiais e humanos, péssimas condições de trabalho para os professores, ineficiência das escola, etc. O fracasso escolar está relacionado a vários fatores, no entanto, é possível inferir que há uma tendência em indicar culpados para este fenômeno. Nesse sentido, compreende-se que se faz necessário transformar a escola em uma instituição que pratique a educação popular, uma vez que "os processos instituídos com o sentido de ampliar o acesso à escola e de nela garantir a permanência dos alunos, não expressam claramente o compromisso com a educação popular" (ESTEBAN, 2007, p.10). Sendo a prática pedagógica uma prática social e a escola se estabelecendo enquanto instituição que reproduz as desigualdades sociais, há uma necessidade de considerar as diferenças sociais presentes na escola como fato relevante no processo de democratização da escola pública, de modo que a aprendizagem seja garantida a todas as classes ali presentes. Esteban (2007) também, nos alerta para a dinâmica escolar "colonizadora" que favorece o fracasso escolar de alunos "desnivelados", "quando se evoca as diferenças de aprendizagem como deficiências, o que justifica a subordinação" (ESTEBAN, 2007, p.13). 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Esta perspectiva de ensino provoca o que Freire chamou de marginalização dos oprimidos (FREIRE, 1998), quando o aluno não consegue se ajustar ao padrão proposto, não aprende, é excluído e torna-se marginalizado. Por fim, é notória a ineficiência de uma escolarização pautada na homogeneidade de processos e resultados e emergente a necessidade de tecermos práticas pedagógicas favoráveis à democratização não só do ensino, mas da garantia da aprendizagem para todos. Palavras Chave: Fracasso Escolar, Exclusão social, Rendimento Escolar, Educação Popular. Referências ESTEBAN, Maria Teresa. O que sabe quem erra?: reflexões sobre avaliação e fracasso escolar. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. ____________________. Educação popular: desafio à democratização da escola pública. Cad. CEDES [online]. Campinas, vol.27, n.71, pp.9-17, jan./abr. 2007. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br. Acesso em 15.OUT.2018. ____________________; TAVARES, Maria Tereza G. 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