Artigo Anais do XXI Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Sessão Livres)

ANAIS de Evento

ISSN: 1984-8781

PRÁTICAS DE ASSESSORIA TÉCNICA POPULAR: ENTRE O CONTRADITÓRIO E O CONTINGENTE

Palavra-chaves: ASSESSORIA TÉCNICA, TRANSFORMAÇÕES POLÍTICAS, DESAFIOS, CONTINGÊNCIAS, CONTRADIÇÕES Sessões livres (SL) SESSÕES LIVRES (SL)
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Publicado em 31 de julho de 2025

Resumo

A proposta desta sessão teve como ponto de partida discussões em torno de práticas de assessoria técnica a territórios populares, que, para além das melhorias físicas e materiais e/ou do acesso à política pública, visam transformações políticas associadas à autonomia, emancipação e/ou conscientização coletiva dos assessorados. Entretanto, é possível identificar importantes desafios a serem superados, relativos por exemplo ao descompasso entre as urgências dos territórios assessorados e os recursos disponíveis, que incluem desde o tempo dos assessores, principalmente quando esses estão vinculados à academia, até a falta de financiamento para que as práticas sejam realizadas. Além disso, é recorrente posturas messiânicas por parte dos assessores, que fazem tábula rasa com o território parceiro, ignorando invenções potentes em curso; ou, em outra direção, que possuem visões idealizadas e simplistas, desconsiderando as contradições internas inerentes a toda e qualquer atividade socioespacial. A pesquisadora Lara Ferreira, em sua tese de doutoramento (2024), avança nesta análise, na medida em que propõe pensar que as práticas de assessoria lidam com problemas complexos e resultam em "respostas possíveis". Apesar desse avanço, vale ampliar ainda mais a questão, recorrendo ao filósofo e psicanalista Christian Dunker (2022), para quem "o que separa a ética das intenções e a ética das consequências é a mesma coisa, ou seja, a lei que une nosso desejo (possível e contingente) ao Real (impossível e necessário)". Badiou (1993), inclusive, afirma que, quando a contingência ou o impossível estão em jogo, o resultado é indecidível. Pensar em termos éticos, ainda seguindo Dunker, é "respeitar que a contradição entre as formas da lei nunca está totalmente definida", e que "viver com essa indecidibilidade é o que se chama democracia, o poder pela palavra". (2022) Isto posto, nesta Sessão Livre, cada palestrante vai discorrer sobre práticas de assessoria tendo como foco o contraditório (desvios) e o contingente (acidental) que atravessam as transformações pretendidas. Para iniciar a discussão, a primeira palestra discorre sobre uma prática de assessoria desenvolvida junto a um movimento social organizado em torno da luta por moradia, territorialidade, reforma urbana e direito à cidade. Por se tratar de uma atividade extensionista, são apresentados tanto as estratégias usadas, quanto os descompassos entre as urgências dos territórios assessorados e o calendário acadêmico. A segunda palestra parte do entendimento que a produção de saberes deva ser fruto de um aprendizado mútuo, construído a partir dos territórios e de movimentos interligados entre articulação, tensionamento e aprendizado mútuo. Na sequência, são apresentados instrumentos metodológicos capazes de provocar interações de fato abertas e democráticas, cujos desdobramentos são consequentes de alinhamentos e contradições. Dando continuidade à discussão, a terceira palestra se debruça sobre os impasses da assessoria profissional. Abrindo com um breve resgate histórico das práticas universitárias desenvolvidas em São Paulo no período da redemocratização, o texto se fecha com uma importante indagação sobre os rumos possíveis no contexto atual. Por fim, a quarta palestra, tendo as práticas inseridas na Plataforma Moradia-Assessoria como base, propõe um debate sobre um tripé que parece estruturar o campo do assessoramento (Universidade-Extensão-Assessoria Profissional), a partir do qual seria necessário o debate sobre os limites e as possibilidades da assessoria técnica como campo de pesquisa, trabalho e transformação coletiva.

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