O texto analisa a ação pedagógica inscrita na corporeidade do ser criança durante o advento do Estado Novo. Para tanto, temos como fio-condutor a emergência na década de 1930 do Grupo Escolar David Caldas, primeira escola pública a ofertar o ensino primário na cidade de Esperantina/PI. No Estado Novo, a “instrução pública primária” colabora com a construção de nova ordem social, sendo celebrada como caracterizadora de uma sociedade “moderna” e “progressista". Personificada pela "cultura civilizada" da ascendente burguesia, a educação pública apresenta “nova” pedagogia para o jeito de ser criança. A partir das manifestações socioculturais do ensino público primário obrigatório, o objetivado em nossa interpretação, era materializar, particularmente na cidade de Esperantina, o ideal de modernidade, urbanidade e civilidade, germinando uma nova pedagogia para a infância. Neste sentido o Grupo Escolar David Caldas, tornou-se centro de “integração social” da criança, com a função de oferecer uma educação básica coadunada à moderna rede de relações educacionais dos “Parâmetros” da “Norma Culta da Língua”. Era a ilusão liberal estendendo seus tentáculos à emergente sociedade capitalista brasileira. Notamos tal dinâmica se manifestar para a época, através de uma ação empreendedora dos governos (Federal, Estadual e Municipal), no qual os aspectos atrelados ao “progresso” e ao “desenvolvimento”, eram materializados pela modernização dos costumes corporais, e ainda, a modernização dos espaços, viabilizada pela construção de obras públicas diversas: estradas, pontes, praças, prédios (mercados, escolas, hospitais) e novas cidades como Esperantina.