NA PRESENTE PESQUISA, INVESTIGAMOS DADOS DA LÍNGUA ESCRITA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB) A PARTIR DE REDAÇÕES DE VESTIBULAR PARA INGRESSO DE ALUNOS NO ENSINO SUPERIOR. PARA TANTO, FOI CONSTITUÍDO UM CORPUS DA LÍNGUA ESCRITA DO PB COM 580 CONTEXTOS DECLARATIVOS FINITOS CONTENDO SUJEITOS NULOS E PLENOS. OS DADOS FORAM ANALISADOS À LUZ DA TEORIA DOS PRINCÍPIOS E PARÂMETROS (CHOMSKY, 1981), ESPECIALMENTE O QUE DIZ RESPEITO AO PARÂMETRO DO SUJEITO NULO (REFERENTE AO PREENCHIMENTO DA POSIÇÃO DE SUJEITO POR SUJEITOS PLENOS E NULOS NAS LÍNGUAS NATURAIS). ESSA TEORIA TEM TIDO DESDOBRAMENTOS NOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS QUE TÊM ANALISADO, POR EXEMPLO, O PORTUGUÊS EUROPEU (PE) E O PB DESDE A DÉCADA DE 1990 (DUARTE, 1995, 2000) E ISSO TEM SIDO FEITO TANTO EM ESTUDOS SINCRÔNICOS (GALVES, 2001; KATO; DUARTE, 2014) COMO DIACRÔNICOS (DUARTE, 2003). NO QUE SE REFERE À MORFOLOGIA DE FLEXÃO VERBAL, OBSERVA-SE QUE, EM DECORRÊNCIA DA RIQUEZA NO PARADIGMA DE FLEXÃO VERBAL DO PE, OS MORFEMAS NÚMERO-PESSOAIS SÃO CAPAZES DE IDENTIFICAR O SUJEITO, OCASIONANDO ASSIM A GRANDE PRODUÇÃO DE SUJEITOS NULOS, AO PASSO QUE TAL SITUAÇÃO NÃO É VERIFICADA EM INGLÊS, CUJA MORFOLOGIA DE FLEXÃO VERBAL É POBRE, OCASIONANDO A OBRIGATORIEDADE DE SUJEITOS PLENOS. NO CASO DO PB, ESTUDOS MOSTRAM QUE A MORFOLOGIA DE FLEXÃO VERBAL ESTÁ PASSANDO POR UM ENFRAQUECIMENTO, OCASIONANDO A GRANDE FREQUÊNCIA DE SUJEITOS PLENOS, AO INVÉS DE NULOS. NÃO OBSTANTE, ESSA LÍNGUA NÃO TEM DEIXADO DE SER UMA LÍNGUA DE SUJEITO NULO. FATO É QUE NÃO SE TRATA DE UMA LÍNGUA DE SUJEITO NULO CONSISTENTE COMO O PE, O ESPANHOL E O ITALIANO, MAS SE TRATA DE UMA LÍNGUA DE SUJEITO NULO PARCIAL, CONFORME TEM SIDO DEFENDIDO NA LITERATURA GERATIVISTA (HOLMBERG, NAYUDU; SHEEHAN, 2009; KATO; DUARTE, 2014). COMPARANDO O PB COM VARIEDADES AFRICANAS DO PORTUGUÊS, PERCEBEMOS QUE OS ESTUDOS LINGUÍSTICOS EVIDENCIAM UM USO MUITO PRÓXIMO DESSAS ÚLTIMAS VARIEDADES DA VARIEDADE EUROPEIA DO PORTUGUÊS, SOBRETUDO, QUANDO SE TRATA DE FALANTES COM MAIOR GRAU DE ESCOLARIDADE. ESSES FALANTES APRESENTAM UM PARADIGMA DE FLEXÃO VERBAL RICO (MOTA; MIGUEL; MENDES, 2012). OLIVEIRA E SANTOS (2007) E KAPETULA (2012) OBSERVAM QUE HÁ PREFERÊNCIA POR SUJEITOS NULOS NA VARIEDADE ANGOLANA DO PORTUGUÊS TAL COMO VERIFICADO NO PE, UMA SITUAÇÃO QUE TAMBÉM SE OBSERVA, POR EXEMPLO, NA VARIEDADE MOÇAMBICANA DO PORTUGUÊS (BRAVIN DOS SANTOS, 2006, 2010). TENDO EM MENTE QUE OS INFORMANTES DO PB AQUI INVESTIGADOS JÁ SÃO CONCLUINTES DO ENSINO MÉDIO E, PORTANTO, POSSUEM UM NÍVEL DE ESCOLARIZAÇÃO MAIS ELEVADO E QUE PRODUZIRAM SUAS REDAÇÕES EM UM CONTEXTO DE MAIOR MONITORAMENTO DA LÍNGUA, O CONTEXTO DE UM EXAME VESTIBULAR, LEVANTAMOS COMO HIPÓTESE INICIAL DE QUE O PERCENTUAL DE SUJEITOS NULOS FOSSE MAIS FREQUENTE NESSES DADOS EM DECORRÊNCIA DA INFLUÊNCIA DA ESCOLARIZAÇÃO, AO CONTRÁRIO DO QUE SE OBSERVA EM DADOS DA LÍNGUA FALADA (DUARTE 1995, 2000). EM LINHAS GERAIS, OS DADOS ANALISADOS APONTAM PARA O FATO DE QUE O PB TEM APRESENTADO GRANDE ÍNDICE DE SUJEITOS PLENOS MESMO EM CONTEXTOS DE ESCRITA MONITORADA, O QUE IMPLICA CONSIDERARMOS UM USO MAIS AFASTADO DA NORMA EUROPEIA DO PORTUGUÊS E DE OUTRAS VARIEDADE NÃO-EUROPEIAS DO PORTUGUÊS.