O gradual crescimento da população idosa exige investimentos a fim de que o envelhecimento sobrevenha com qualidade. É notório que um dos desafios para a sociedade atual é o combate à violência. Essa problemática, gradativamente, vem sendo introduzida nas políticas públicas de atenção à pessoa idosa tencionando, sobretudo, a prevenção. O maior desafio está na operacionalização das leis criadas, no sentido de divulgar os instrumentos legais existentes. Nessa perspectiva é de extrema importância investigar a reação que os idosos têm frente à violência de um modo geral. O objetivo do presente estudo é identificar os mecanismos usados pelos idosos para se precaverem da violência. A pesquisa é de abordagem quanti-qualitativa, constituída por 62 participantes da comunidade com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, residentes na cidade de Campina Grande – PB. Para obtenção dos dados foram utilizados o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), o Questionário Sociodemográfico, para caracterização da amostra e uma entrevista Semiestruturada. Os dados Sociodemográficos foram analisados por meio do software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e as entrevistas gravadas, transcritas e submetidas á análise categorial temática de conteúdo. A amostra foi constituída por 75,8% de mulheres, e 24,2% homens. Em relação ao estado civil, 43,5% são casados ou vivem com um companheiro; 9,7% solteiros; 4,8% separados e 41,9% viúvos. Desses idosos, 87,1% alegaram ser aposentados ou pensionistas e 12,9% não receber benefícios. No quesito escolaridade, 17,7% são iletrados; 1,6% frequentou curso de alfabetização de adultos; 30,6% concluíram o nível fundamental I; 16,1% dos idosos frequentaram o nível fundamental II; 16,1% cursaram o ensino médio; 12,9% passaram pelo nível superior de ensino e 3,2% têm pós-graduação completa. No tocante á renda individual do idoso, 59,7% dos idosos recebem até um salário mínimo, 16,1% recebem até dois salários e 24,2% recebem mais de dois salários mínimos. Quanto à religião, 91,9% declararam ser praticante. Com relação aos dados obtidos por meio das entrevistas, identificou-se a categoria ‘ações preventivas’; medidas adotadas pelos idosos frente à violência, e desta emergiram as seguintes subcategorias: precauções nas vias públicas (54%); proteção divina (32,3%), não reagir (21%), respeito recíproco (17,7) e medidas legais (14,5). Foi possível observar que as declarações que remetem a execução das leis, como a denúncia, são medidas provavelmente pouco conhecidas pelos participantes. Faz-se necessário, portanto, que as medidas já estabelecidas em lei necessitam de uma maior divulgação, a fim de que os idosos conheçam os seus direitos e possam exercê-los.