O OBJETIVO DESTE TRABALHO É INVESTIGAR EM QUE MEDIDA VIDA E OBRA DE CAROLINA MARIA DE JESUS TÊM SIDO SILENCIADAS, MARGINALIZADAS, TOLERADAS, OU MELHOR, DE QUE MANEIRA TÊM SIDO POSTAS EM UMA CONDIÇÃO DE ATOPIA NO ESPAÇO SOCIAL. PARA ATINGIR ESSE OBJETIVO, A PESQUISA ANCORA-SE NO QUADRO TEÓRICO-METODOLÓGICO DA ANÁLISE DO DISCURSO DE VERTENTE FRANCESA, MAS ESPECIFICAMENTE EM SUA PERSPECTIVA ENUNCIATIVO-DISCURSIVA TAL QUAL DOMINIQUE MAINGUENEAU TEM PRATICADO E DESENVOLVIDO. ENTRE OS CONCEITOS ELABORADOS POR ESSE TEÓRICO, ACIONOU-SE SOBRETUDO O DE ATOPIA, MAS CONTA TAMBÉM COM ALGUMAS INCURSÕES NO CONCEITO DE PARATOPIA, DADA A INTER-RELAÇÃO DESSE ARCABOUÇO TEÓRICO. O CORPUS CONSTITUI-SE DE TRECHOS RECORTADOS TANTO DA OBRA DE CAROLINA MARIA DE JESUS QUANTO DE ENTREVISTAS E DEPOIMENTOS EM QUE A AUTORA RELATA A (IM)POSSIBILIDADE DE ELA SE ESTABELECER ESCRITORA, ALÉM DISSO, COMO UMA ESPÉCIE DE CORPUS DE APOIO QUE SERVE DE DISPARADOR DA DISCUSSÃO PROPOSTA, HÁ TRÊS COMENTÁRIOS DE ACADÊMICOS SOBRE A OBRA CAROLINIANA. OS RESULTADOS MOSTRAM QUE, POSSIVELMENTE POR MOTIVOS DE ORDEM PARALITERÁRIA, CAROLINA MARIA DE JESUS SOFREU UM DESLOCAMENTO DUPLO, ISTO É, DA SUA BIOGRAFIA E DA SUA OBRA, PELO FATO PRIMORDIAL DE ELA TER FEITO A SUA BIOGRAFIA SUA OBRA.